Diego conversou mais um pouco com Fernando, mas quando Bruno voltou, ele saiu, indo direto para casa, onde deitou na cama, colocou seus fones de ouvido e lá ficou olhando o teto, pensando, às vezes sorrindo ao se lembra do tempo com Bruno.
A noite, Fernando foi até o quarto de seu filho, o rapaz estava sentado na cama encarando o celular.
- Tudo bem? -perguntou se sentando do outro lado da cama.
- Sim... -respondeu desligando o aparelho. - Estava pensando... Se deveria manter contato com Diego.
- Como assim? -Bruno abaixou a cabeça meio desanimado.
- Quanto mais fico com ele, mais sinto o quanto que gosto dele, porém... Os impedimentos para me aproximar, aumentam também, você está bravo por eu ter gostado justamente dele?
- Claro que não, a gente não escolhe essas coisas, eu sempre vou estar aqui para lhe apoiar, não importa as circunstâncias. -Bruno sorriu e se embrulhou.
- Obrigado pai.
- De nada. -Fernando deu um beijo na testa dele e levantou, mas Bruno o puxou. - Vai fazer o que?
- O carro precisa de alguns ajustes.
- Estou com medo. -Fernando riu.
- Bruno, você não é mais criança, quer que eu deixe a luz acesa?
- Não é isso, é um... Mal pressentimento.
- Está tudo bem, se precisar de qualquer coisa me chame, boa noite.
Fernando saiu do quarto, Bruno encostou a cabeça no travesseiro e colocou várias cobertas sobre si, mas não conseguia dormir, minutos depois ele ouviu um barulho enorme e abriu os olhos assustado.
...
Diego estava quase pegando no sono, quando ouviu Neusa falando ao telefone, a senhora parecia nervosa, Diego levantou para descobrir o que estava acontecendo, ao estrar na sala viu ela correndo para a porta.
- Neusa, o que aconteceu?
- Uma tragédia, o Nando estava na garagem da casa dele e de repente um carro em alto velocidade bateu contra o muro, parece que um tijolo atingiu o coitado, eu vou ver ele no hospital.
- Eu vou com a senhora, espera um minuto. -Diego foi até o quarto pegar um casaco e o celular. - Sabe como está o filho dele?
- Deve estar arrasado coitado.
Diego e Neusa, pegaram um táxi e foram direto para o hospital, chegando lá pediram informações para a recepcionista e subiram para o terceiro andar, no corredor viram Bruno conversando com um policial, enquanto chorava.
- Bruno. -disse Diego se aproximando dele e o abraçando, o rapaz não conseguia falar apenas chorar. - Calma, vai ficar tudo bem.
- O que aconteceu? -perguntou Neusa ao policial, de cabelo escuro, olhos castanhos, pele morena e alto.
- De acordo com as informações, podemos dizer que foi um ato proposital, não se preocupe rapaz, vamos proteger você e seu pai.
- Como assim proposital? -Diego ficou confuso.
- Foi minha culpa... -disse Bruno em meio aos soluços. - O Vitor provocou o acidente e fugiu...
- Eu preciso ir agora, se precisar de algo avise. -o policial saiu.
- Como está o Nando?
- Em coma...
Bruno apertou Diego, tentando conter suas lágrimas, Neusa foi até os médicos para tentar ter mais informações, enquanto os dois ficaram parados no corredor.
- Diego, foi minha culpa...
- Não, você não tem culpa do Vitor ser louco, vai ficar tudo bem, nós vamos cuidar do Nando.
- Estou com medo, eu não tenho ninguém além do meu pai...
- Vou ficar do seu lado, não tenha medo. -Bruno o encarou com olhar de surpresa.
- Obrigado...
- Meninos... -Neusa se aproximou. - Eu acabei de conversar com o médico, ele disse que o Nando ainda está em estado grave e não vai poder receber visitas por enquanto, mas o hospital vai informar qualquer melhora, então é melhor irmos para casa e esperar.
- Não posso sair de perto do meu pai!
- Bruno, você não pode fazer nada além de esperar, precisa estar bem para quando Nando acordar, ou vai querer que ele tenha mais problemas assim que sair desse estado? -perguntou Diego.
- Tudo bem, então vou para casa, mas amanhã eu volto.
- Certo, mas você vai para minha casa, é perigoso ficar sozinho sabendo que Vitor está louco.
- Mas...
- Sem mas, vou cuidar de você, vamos tem um quarto de hóspedes onde pode ficar. -Diego o pegou pela mão, naquele momento decidiu deixar tudo de lado para ajudar o rapaz.
- Vão indo, eu vou passar na casa da minha filha. -disse Neusa pegando o celular na bolsa.
- Certo, boa noite.
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Deformidade.
RandomApós um acidente em sua antiga casa, Diego fica com cicatrizes e marcas que não saíram com facilidade, ele é obrigado a se mudar de cidade, escola e vida. Triste com por ter perdido seu pai no acidente e principalmente sua bela aparência, já que o p...