Suspeito. (19)

6.2K 679 155
                                    

- Seu tarado! -disse Diego ofegante segurando a mão de Bruno, que também respirava com dificuldade.

- Olha só quem fala! -Diego se virou para ele e o deu um beijo na testa.

- Estou feliz, não quero que vá embora.

- Eu não vou embora.

- Mas daqui a pouco vai votar para casa do seu pai...

- Sim e vou adorar que você me visite todos os dias.

  Ambos riram, Diego o abraçou e eles acabaram dormindo. Na manhã seguinte, os dois acordaram juntos, foram até a cozinha sorridentes, Neusa estava terminando o café.

- Bom dia meninos... Diego, está sem máscara! -ela pensou que não o veria assim por um bom tempo.

- Sim. -ela deu um sorrisinho.

- Isso significa que vocês se acertaram?

- Sim, espero que apoie nossa relação.

- Claro meninos, quero ver a cara do Fernando quando ver vocês juntos! -Bruno arregalou os olhos.

- Meu Deus! -disse colocando a mão na cabeça. - Como vou encarar meu pai depois do que fizemos?!

- O que os dois aprontaram?!

- Eu vou ficar com vergonha e acabar falando! -ele sentou na mesa.

- Relaxa amor, seu pai é de boa.

- Vocês já foram para os finalmente?!

- Sim, acha que papai vai ficar zangado? -perguntou Bruno encarando a senhora.

- Não sei, mas vocês dois tem fogo no rabo?!

- Não deu para controlar, o Bruno começou a rebolar.

- Me poupem dos detalhes, eu sou uma senhora de respeito, seus tarados!

  Eles conversaram mais um pouco, em seguida tomaram o café da manhã e saíram direto para o hospital, quando chegaram no quarto, ouviram Fernando e Gabriel conversando e rindo, pareciam muito próximos.

- Bom dia pai! -disse Bruno entrando com Diego.

- Bom dia filho, estava relembrando os velhos tempos com Gabriel, nós dois já passamos por loucos momentos juntos!

- Sim, sinto falta daquela época, a conversa está boa, mas preciso ir, até mais Nando.

  Gabriel levantou sorrindo e saiu, Diego e Bruno se olharam novamente, confirmando que eles tinham desconfianças parecidas.

- O que foi meninos? -perguntou Nando percebendo.

- O que você tinha com esse Gabriel no passado? -perguntou Diego se aproximando com Bruno.

- Nos conhecemos na quinta série, ele era meio nervosinho e eu sempre apaziguava as brigas dele, até que nos tornamos grandes amigos, os anos foram passando e continuamos melhores amigos até o último ano do ensino médio, quando conheci sua mãe Bruno, quando eu disse que iria me casar com ela e o chamei para ser meu padrinho ele sumiu, tentei perguntar o motivo hoje, mas ele disse que são coisas do passado que não precisam ser lembradas. -explicou tentando entender o que aconteceu no passado.

- Vocês não brigaram?

- Não, Gabriel nunca brigava comigo.

  Os meninos se calaram e ficaram com um sorriso estranho, Fernando os encarava tentando decifrar.

- Ei! -gritou de repente. - Por que Diego está sem máscara?! E Bruno, que marca de chupão é essa no seu pescoço?!

- Nada! -respondeu Bruno colocando a mão no pescoço.

- Me digam agora o que aconteceu!

- Pai, nós dois, eu e o Diego, estamos apaixonados... -Fernando encarou Bruno esperando ele falar mais, aquele olhar sempre fazia ele abrir a boca e contar tudo. - A gente, fez coisas de adulto.

- DIEGO, VOCÊ TIROU A PUREZA DO MEU BEBÊ?!!! -perguntou gritando alto, as enfermeiras que estavam do lado de fora se assustaram.

- Desculpa! -pediu Diego se ajoelhando.

- Eu vou te matar!!!

- Não por favor, eu juro que não machuquei ele! -Bruno segurou Fernando.

- Calma pai, é verdade foi bom, eu estou bem. -Fernando se acalmou um pouco.

- Você não é mais uma criança! -disse em um tom dramático e colocando a mão no peito. - Meu bebê cresceu, agora ele vai entrar para uma faculdade, sair de casa, começar a trabalhar, dar atenção para o namorado e esquecer que eu existo, até que um dia daqui vinte anos eu vou adoecer e ele vai chegar no hospital quando eu estiver dando o último suspiro, sozinho!

- Que drama pai, eu não vou lhe abandonar e não quero sair de casa, além disso se eu te deixar sozinho é capaz de tocar fogo na casa.

- E você apenas ganhou mais um filho! -disse Diego sorrindo.

- Maculador! -Fernando respirou fundo. - Tudo bem, o importante é que meu menino está feliz, mesmo assim, quero falar a sós com você Diego.

- Eu juro que não fiz mais nada.

- Não é sobre o que você fez, é sobre o que eu vou fazer, filho nos deixe a sós por favor.

- Tudo bem...

  Bruno saiu da sala os deixando sozinhos.

Deformidade. Onde histórias criam vida. Descubra agora