Diego e Fernando estavam na sala conversando sobre o que o homem estava sentindo, Diego se sentia estranho tentando aconselhar a pessoa que lhe deu conselhos quase toda vida.
- Nando, não é tão complicado, ele já provou que ama você, só precisa dizer que também está sentindo algo.
- Mas e o Bruno?
- Seu filho só quer sua felicidade, e nós dois amamos o Gabriel, ele é super legal!
- Eu estou com medo, me sinto um adolescente de novo. -Diego riu.
- Relaxa, vai lá!
- Melhor esperar... Ele está se recuperando.
- Para de enrolar.
- Eu prometo que converso com ele assim que estiver recuperado, mas agora é melhor focar na recuperação dele, né?
- É, tudo bem, aproveita esse tempo para pensar no que está sentindo.
Diego entrou no quarto de Bruno, enquanto Fernando ficou mais alguns minutos na sala pensando sobre o assunto, até ir dormir. Na manhã seguinte ele acordou um pouco mais tarde que o normal, quando chegou na sala Lucas estava conversando com Bruno.
- Lucas, o que faz aqui?
- Olá Nando, vim levar o Gabriel para fisioterapia.
- Não se preocupe eu posso levar. -Bruno os encarou vendo que ambos pareciam incomodados um com o outro.
- Você já está hospedando ele!
- Pois é, então já aproveito e levo ele onde precisa ir!
- Já disse que sou eu quem vou levar!
- Socorro! -disse Bruno segurando o ombro de Fernando com medo dos dois brigarem.
- Tudo bem, pode levar ele... -cedeu voltando a seu estado normal, Lucas sorriu.
- Ótimo.
Lucas pegou Gabriel no quarto e saiu com ele, Fernando tentou não sentir aquele ciúmes que invadia sua cabeça a cada hora de demora, mas os dois só voltaram perto da noite, obviamente Lucas não o levou apenas na fisioterapia, ele deixou Gabriel na casa e foi embora, Fernando entrou no quarto e começou a conversar com ele, sem falar em nenhum momento de qualquer coisa relacionada a sentimentos, ou do ciúmes de Lucas. Nos dias seguintes o mesmo ocorreu, Lucas ia até a casa cedo, levava Gabriel, trazia de volta e Fernando o fazia companhia até a hora de dormir.
Enquanto isso, Diego ajudava secretamente Leo e continuava tentando criar coragem de contar para Bruno todo seu passado, às vezes até tentava, mas não tinha coragem de revelar tudo o que fez, apesar de no fundo saber que mesmo que ficasse triste Bruno iria acabar entendendo que ele mudou.
Duas semanas depois Gabriel já estava andando, mancava um pouco, mas já conseguia se virar, ele então decidiu que já poderia parar de incomodar Fernando, começou a fazer as malas sem nenhum aviso, Fernando entrou no quarto e viu ele as arrumando.
- Aonde vai?
- Embora. -afirmou sorrindo.
- Mas você ainda está se recuperando.
- O trato era eu ficar até conseguir andar, já consigo andar, não preciso mais de ajuda o tempo todo, muito obrigado por terem cuidado de mim.
- Mas você ainda está mancando, pode cair.
- Nando eu estou ótimo, relaxa, venho te visitar sempre que der para conversar e você também pode ir no meu apartamento a hora que desejar.
- Tem certeza que já quer ir?
- Sua casa é ótima, mas eu me sinto desconfortável de ficar no seu quarto enquanto você fica no porão. -no fundo o maior desconforto eram seus sentimentos por Nando.
- Tudo bem... Fique pelo menos para o almoço.
- Claro.
Gabriel ficou para almoçar, disse para os garotos que voltaria para sua casa e agradeceu por terem ajudado, quando estava indo pegar as malas Lucas apareceu no portão, ele ficou animado ao ver que Gabriel estava indo embora e na hora se ofereceu para dar uma carona.
- Vou te levar de volta a seu apartamento! -disse Lucas o ajudando a pegar as malas.
- Obrigado Lucas, você é muito gentil.
Fernando não discutiu, pensando que talvez Lucas fosse o melhor para Gabriel, já que sempre o tratava bem e era lindo, mas quando viu o carro partindo sentiu um vazio no peito.
- Pai. -disse Bruno se aproximando de Nando e pegando em seu ombro. - O homem que me criou não deixaria a pessoa que ele ama partir com outro.
- Eu não consigo me mexer, ao mesmo tempo que o quero comigo, tenho medo de estar amando um homem pela primeira vez.
- Fernando, você não é covarde, cadê sua força e coragem?! -Bruno o empurrou até o portão. - Vai atrás da metade da sua laranja, agora!
- Filho... -Fernando ficou surpreso. - Tem razão, estou indo!
Ele saiu correndo, Bruno ficou pensando o por que dele não ir de carro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Deformidade.
RandomApós um acidente em sua antiga casa, Diego fica com cicatrizes e marcas que não saíram com facilidade, ele é obrigado a se mudar de cidade, escola e vida. Triste com por ter perdido seu pai no acidente e principalmente sua bela aparência, já que o p...