Memórias. (22)

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   Fernando pegou uma caixa que estava em cima de uma prateleira, ele espirrou por causa do pó, colocou a caixa na mesinha retirou a tampa, havia alguns objetos e fotos antigas, Gabriel pegou as fotos e começou as olhar com nostalgia.

- Eu parecia um ratinho de tão magro. -afirmou rindo de sua foto com um cachorro e Fernando tentando chamar atenção do animal, Gabriel era muito magro e baixo.

- É verdade, como você ficou tão músculoso e alto? -perguntou apertando o braço direito de Gabriel, que era enorme.

- Depois do treinamento que meu pai me obrigou a fazer, acabei tomando gosto por musculação e como policial eu tenho que ser forte.

- Daqui a pouco vai estar casando de novo, aposto que já tem alguém lhe querendo. -Gabriel riu da afirmação.

- Não, estou bem e não sinto mais vontade de tentar amar, você quem vai arranjar casamento, na época do colégio as garotas ficavam loucas por você. -Gabriel pegou uma foto de Fernando com várias meninas. - Viu só, um garanhão!

- Isso foi naquela época, eu nem tenho mais minha beleza da juventude.

- Você está ótimo para alguém da sua idade.

- Tá me chamando de velho?! -perguntou meio nervoso, Gabriel riu.

- Eu tenho a mesma idade, relaxa, se você está velho eu também estou.

   Eles continuaram olhando as fotos e conversando sobre várias coisas, Bruno e Diego ouviram um pouco, mas depois foram para a cozinha.

- Eu gosto do Gabriel. -disse Bruno sentando a mesa e sorrindo. - Se acontecer vou gostar de ter ele como padrasto, mas não sei se meu pai vai se apaixonar de novo, ainda mais por um homem...

- Para mim, ele já está apaixonado!

- Não, isso é impossível.

- Quer apostar?

- Valendo o que?

- Qualquer coisa, quem ganhar decide depois...

- Nem pense muito, porque eu vou ganhar! -afirmou levantando e abraçando Diego pelo pescoço.

- É o que veremos, mas agora você vai ganhar outra coisa! -Diego o puxou pelas coxas, Bruno se segurou e foi carregado até o quarto, chegando lá foi jogado na cama e beijado. - O que quer fazer? -perguntou se afastando um pouco.

- Não podemos fazer muita coisa, papai está em casa com o Gabriel, seria muito ruim sermos flagrados.

- Tem razão. -Bruno olhou Diego por inteiro e sorriu.

- É tão bom te ver sem a máscara e tudo aquilo lhe cobrindo.

- E estou aliviado de não ter que me esconder mais, apesar das pessoas na escola me olhando estranho, mas eu não ligo, pois você está do meu lado. -Bruno sorriu e levantou.

- Tenho uma coisa para lhe mostrar. -ele pegou sua pasta na mesinha e sentou ao lado de Diego. - Fiz um desenho para você.

  Bruno abriu a pasta, na folha estava o desenho de uma rosa cheia de espinhos banhada por uma aquarela, atrás dela Diego desenhado com os olhos fechados e sorrindo.

- Gostou? -perguntou olhando a cara de surpreso de Diego.

- Sim muito, é perfeito. -afirmou dando um beijo na bochecha de Bruno.

- Que bom, eu fiz outros, mas tenho vergonha de mostrar.

- Não se preocupe, quando você está longe eu olho eles sem sua permissão.

- Que?!

- Você é muito frescurento nesse sentido, seus desenhos são ótimos, não tem que ter vergonha.

- Mas é que a maioria deles expressão meus sentimentos! -Bruno levantou fazendo cara de bravo.

- Desculpa, eu sou curioso. -disse indo atrás dele e o abraçando por trás, Bruno não respondeu. - Tudo bem, não vou mais olhar sem permissão. -ele continuou sem responder, Diego decidiu apelar para cócegas.

- Para! -pediu rindo.

- Não, só quando disser alguma coisa.

- Idiota!

- Aí meu coração! -Bruno riu, se virou para ele e o beijou, no mesmo momento alguém bateu na porta.

- Meninos, Gabriel está indo embora, vou acompanhar ele até a rua. -disse Fernando do lado de fora, Bruno e Diego saíram curiosos, Gabriel estava na porta.

- Tchau Gabriel, estou feliz que você e meu pai voltaram a amizade!

- E eu estou esperando ela avançar para outro relacionamento. -comentou Diego, imediatamente Bruno beliscou ele. - Avançar para o relacionamento de melhores amigos!

   Fernando riu achando ser uma brincadeira de Diego e acompanhou Gabriel até a rua.

- Foi ótimo conversar com você, venha me visitar sempre que quiser.

- Claro, obrigado por hoje.

  Fernando abraçou ele, Gabriel sentiu um misto de emoções invadindo seu corpo junto daquele abraço, seu coração acelerou e ele rapidamente se afastou.

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