Uma última coisa a ser resolvida. (32)

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Era mais um fim de dia, na frente de uma cafeterias estavam Diego e Bruno parados encarando o local.

- É aqui? -perguntou Bruno segurando a mão de Diego que parecia um pouco apreensivo.

- Sim meu amor... Acha que ele vai querer me ouvir? -o tom de voz do rapaz estava repleto de receio e tristeza pelas lembranças.

- Mesmo que ele não queira lhe escutar, você está dando duro para acabar com seus demônios do passado e nós dois sabemos que ele tem todo o direito de até gritar com você, mas acredito que o Leo não seja uma pessoa fria. -afirmou tentando o animar.

- Obrigado, você ajudou a construir os degraus para que eu chegasse aqui... Vamos, o expediente dele já vai acabar.

Os dois entraram na cafeteria, ela estava quase fechando e o último cliente estava saindo, Leo o rapaz de cabelos cacheados, pela escura, magro e de olhos castanho brilhante, conversava com um homem aparentemente um pouco mais velho, moreno e muito bonito, ambos usavam o uniforme da cafeteria, Leo ria de alguma coisa, mas parou assim que encarou Diego na porta, todos ficaram parados, até Bruno dar um empurram em Diego o fazendo andar, ele se aproximou de Leo totalmente sem jeito.

- Oi...

- O que faz aqui? -perguntou Leo fazendo uma expressão triste e encarando as cicatrizes de Diego.

- Vim conversar com você, se quiser...

- Algum problema Leo? -o homem que estava com ele entrou na frente como se quisesse o proteger.

- Não, tudo bem, é só um conhecido, o que quer falar comigo Diego? -Leo virou o rosto e encarou uma das janelas. - Não já falou coisas suficientes para mim no passado?

- Não, eu não falei nem metade das coisas que eu deveria ter falado, tem todos os motivos para não querer falar comigo, ou me odiar, acredite eu entendo, mas se me der uma chance de conversar, serei eternamente grato.

- Daniel, tem problema se eu falar com ele aqui? -perguntou Leo para o homem.

- Não querido, eu vou fechar as portas enquanto vocês falam.

Ele deu um beijo na testa de Leo e foi fechar as portas, Diego e Bruno se sentaram em uma mesa que ele indicou.

- Fale, não tenho muito tempo. -pediu cruzando os braços encarando Bruno com curiosidade. - Eu vi no jornal que tinha sofrido um acidente e seu pai morreu, mas não sabia que tinha se queimado também...

- É, no acidente eu queimei o rosto e o braço...

- Espero que não tenha vindo se martirizar, eu não odeio você, mas para tudo tem um limite.

- Não, pelo contrário! -afirmou sorrindo. - Vim lhe contar a melhor coisa que aconteceu na minha vida!

- O acidente?

- Não, mas ele abriu as portas para as coisas acontecerem, depois de muita revolta por estar todo deformado, eu descobri que a muitos anos eu já estava deformado por dentro, você sabe disso melhor que ninguém, foi a pessoa que mais tratei mal mesmo sem lhe conhecer direito e isso foi horrível eu sei, mas não posso negar que fiz e seguir em frente, eu fui sim uma pessoa má, mas depois de ser maltratado também pela minha nova aparência, eu descobri que não precisava continuar sendo uma pessoa amargurada e triste, foi quando eu encontrei o Bruno...

- Oi! -disse Bruno sorrindo de leve.

- Oi... -respondeu Leo sorrindo de volta.

- Ele me ajudou muito a superar as coisas ruins que eu tinha dentro de mim, me fez encontrar a alegria e principalmente... Amor. -afirmou pegando a mão de Bruno.

- Você está namorando outro cara? -perguntou colocando a mão na boca e fazendo cara de chocado.

- Sim.

- Eu sabia, que no fundo você era um gay enrustido! -afirmou sorrindo. - Bem vindo ao vale!

- Obrigado... Eu tinha medo de mostrar quem eu realmente era, por isso tentei esconder a todo custo...

- Não quero mais lhe ouvir, quero saber do seu boy, ele realmente mudou Bruno?

- Sim, está caminhando pelo caminho do bem agora e garanto que se arrependeu das merdas que ele fez!

- Então está tudo bem, Diego eu sofri muito na escola, por causa de você e outros, ainda sofro um pouco de racismo e homofobia, mas eu sempre fui feliz com quem eu sou, amo minha pessoa, eu tinha pena de você porque no fundo sabia que você não tinha essa felicidade, mas agora vejo que está feliz e amando um belo rapaz, fico feliz por isso e nunca guardei mágoa, se quer meu perdão, não se preocupe já lhe dei ele a muito tempo. -disse sorrindo e levantando da cadeira.

- Obrigado Leo, você é realmente uma ótima pessoa e um rapaz muito dedicada. -Diego foi até ele e o abraçou.

- Menos abraço no meu namorado! -disse Daniel se aproximando.

- Namorado? -perguntou Diego encarando o homem.

- Sim, eu me apaixonei pelo Leozinho desde quando o entrevistei para trabalhar aqui e a cada dia me impressionei mais com a força de vontade e a alegria dele, só me restou pedir ele em namoro, daqui a pouco a gente casa. -afirmou abraçando Leo por trás e sorrindo alegre.

- Casar? -Leo encarou o homem surpreso.

- Claro meu amor, só estou esperando você terminar a faculdade, ai a gente sai em uma lua de mel de três meses.

- Vai sonhando senhor Daniel, eu não caso assim tão fácil não!

- Uma hora eu lhe convenço!

- Nós não queremos atrapalhar, já vamos indo. -disse Diego indo para a saída com Bruno.

- Voltem quando quiserem, vamos ficar feliz de os receber. -afirmou Daniel.

- Claro, obrigado, até mais.

Diego e Bruno andaram até a outra rua e pararam sorrindo.

- Viu só, deu tudo certo e o Leo também está feliz com alguém que ele ama.

- Me sinto completamente aliviado agora, pronto para seguir ao seu lado meu amor e continuar sendo muito feliz. -Diego abraçou Bruno e o beijou. - Eu te amo e sou muito grato por tudo o que me ensinou.

- Eu também te amo e nós dois vamos ser muito felizes juntos!

Fim...

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