Péssima hora. (24)

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  Os dias foram passando, Fernando vivia conversando com Gabriel no telefone, toda hora ligava para ele pedindo opinião sobre a nova mecânica que queria abrir, ou então contando alguma novidade mesmo a mais simples. Diego lutava contra seu monstro do passado, enquanto Bruno lhe dava muita força e alegria.

  O aniversário de Fernando chegou e para comemorar, ele propôs um jantar com as pessoas mais próximas. No dia Neusa passou cedo na casa do homem para o desejar os parabéns e deixar um presente, já que não poderia ficar para o jantar, pois prometeu a filha mais velha que cuidaria do neto naquela noite, Fernando a agradeceu e disse que mandaria um pedaço de bolo para ela depois.

  Bruno e Diego estavam cozinhando tudo, apesar de juntos levarem o dobro de tempo, mas Fernando ficava feliz de ver eles se divertindo juntos, se sentia pai dos dois naquele momento, só faltava Gabriel chegar, ele estava demorando, preocupado Fernando sentou na mesa da cozinha.

- Por que essa cara aniversariante? -perguntou Diego dando para ele um copo com o chocolate que estava preparando.

- O Gabriel disse que viria cedo mas ele está demorando... -Fernando mexeu no chocolate.

- Viu só Bruno, está começando, eu vou vencer nossa aposta!

- Que aposta?

- Nada pai, não ligue para as bobagens do Diego, ele tem uns miolos a menos.

- Acha que vou parecer muito chato se ligar perguntando por que ele não veio ainda?

- Não, vai que aconteceu alguma coisa... -no mesmo momento o celular de Fernando tocou, era Gabriel ligando para ele.

- É ele! -Fernando atendeu e colocou no viva voz. - Alô.

- Oi Nando, desculpa não ter chegado ainda, tive uma emergência.

- Tudo bem, aconteceu algo grave?

- Nada demais, porém precisavam de mim na delegacia, eu vou resolver algumas coisas e depois vou ai cantar parabéns para você.

- Vou esperar.

- Tchau, feliz aniversário.

- Obrigado, até logo. -Fernando desligou o telefone.

- Pai você está bem? -perguntou Bruno vendo a cara de nervosismo dele.

- Claro, por que?

- Eu com certeza vou ganhar a aposta!

  Afirmou Diego voltando a mexer nas comidas, Bruno sorriu para Fernando e também foi ajudar o namorado, durante alguns minutos eles continuaram falando sobre comida. A noite chegou, tudo estava pronto, Bruno foi buscar seu presente que deixou no quarto, ele abriu a porta, acendeu a luz e foi até a cama buscar a caixa, mas paralisou ao sentir a presença de alguém e logo em seguida uma arma encostando em sua cabeça.

- Sentiu saudade Bruno? -era a voz de Vítor.

- O que faz aqui?

- Você fez eu me tornar um foragido, achou que iria ignorar esse fato, está na hora de eu dar o troco!

   Enquanto isso, Gabriel saiu da delegacia, correu para casa, trocou de roupa, pegou uma garrafa de vinho antiga, ele sabia que Fernando gostava da bebida e achou que seria um bom presente, antes de sair lembrou da arma, sempre andava com ela quando saía a noite, ele a pegou e saiu.

   Na casa de Fernando, Vítor arrastou Bruno até a sala, Diego os viu pela porta da cozinha e correu, na direção deles.

- Fica longe! -gritou Vítor apontando a arma para ele, Diego parou, Fernando se aproximou devagar.

- Larga meu filho Vítor!

- Fica quieto quero todo mundo sentado no sofá agora! -mandou de forma violenta, Diego e Fernando sentaram devagar no sofá, logo depois Vítor jogou Bruno ao lado deles. - Quem eu mato primeiro?! -perguntou completamente alterado. - O papaizinho defensor, o novo namoradinho deformado, ou meu ex ingrato?!

- Vítor para com isso enquanto é tempo, por favor! -pediu Diego abraçando Bruno.

- Cala boca, eu fui deixado, trocado por um deformado igual você!

- Não fale assim, você queria me obrigar a transar, acha mesmo que eu iria continuar em um relacionamento assim?!

- Eu te amava!

- Tanto que tentou matar meu pai e agora está fazendo isso!

- Chega! -Vitor deu um tiro no teto. - Agora me diga Bruno, quem eu mato primeiro?!

   Gabriel chegou na casa, o portão estava aberto, ele estranhou o fato e entrou olhando em volta, quando chegou perto da porta ouviu alguns gritos, ele olhou pela janela e viu Vitor descontrolado apontando uma arma para Bruno, Diego e Fernando.

- Eu vou matar você primeiro Bruno! -disse Vitor tentando o tirar dos braços de Diego e Fernando.

- Não vou deixar machucar ele!-disse Diego cobrindo Bruno inteiro com seu corpo e quase esmagando ele.

- Então você vai morrer primeiro!

- Vai ter que me matar antes de matar meus filhos! -Fernando abriu os braços e ficou na frente dos dois.

- Não pai! -gritou Bruno tentando se soltar de Diego.

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