Ele quer? (28)

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- Eu queria dizer que não. -afirmou Gabriel encarando Bruno. - Mas...

- Tudo bem, seu sentimento é muito bonito, eu fico feliz de ver que alguém se importe tanto com meu pai a ponto de fazer o que você fez, eu adoraria ter você de padrasto. -Gabriel riu.

- Seu pai nunca vai me querer, ele me ama como amigo e nesse momento está confuso pelo sentimento de gratidão, mas tudo bem, eu estou feliz só de poder estar por perto e o considero meu afilhado mesmo que eu nunca vá ficar com ele.

- Eu conheço meu pai muito bem vou te dar um conselho, não ligue para ele, se faça o mais alienado possível, mas quando ele perguntar algo seja curto e reto.

- Por que eu faria?

- É o melhor jeito de fazer o meu pai se entender, vai por mim, eu sei o que digo, agora vou acordar o Diego, se deixar ele dorme o dia inteiro.

  Bruno saiu do quarto deixando o café da manhã, Gabriel ficou pensando nas coisas que o rapaz disse, não sabia se deveria seguir aqueles conselhos, mas ele não tinha nada a perder. Minutos depois Fernando entrou no quarto.

- Bom dia, dormiu bem?

- Ah... Sim, obrigado. -respondeu meio apreensivo do que dizer.

- Eu vou me arrumar para ir na mecânica, estou resolvendo alguns últimos assuntos, para começarmos a funcionar com força total. -Gabriel apenas sorriu para ele e depois pegou o celular. - Está tudo bem?

- Ótimo, tenha um bom dia.

- Okay, eu volto logo, se precisar de algo chame os meninos.

  Fernando estranhou o jeito dele, ficou pensando o motivo daquilo enquanto ia até a mecânica, resolveu tudo o que precisava e voltou para casa rápido, ao chegar entrou no quarto, Gabriel estava mechendo no celular e rindo.

- Eu voltei... Com quem está conversando?

- Lucas.

- Você... Gosta dele?

- Sim. -aquela resposta fez Fernando sentir uma pontada no coração.

- Precisa de algo?

- Sim. -Gabriel tirou a blusa, mostrando o ferimento da barriga. - Trocar os curativos, se não for incomodo. -Fernando encarou os músculos dele e depois se virou rapidamente para procurar a caixa com os curativos.

- Ainda está com dor?

- Não muita, mais na coxa. -Fernando pegou a caixa e sentou ao lado dele.

- Vou tirar o curativo. -ele colocou a mão nos cantos do curativo, a pele de Gabriel era macia, Fernando foi tirando devagar com medo de o machucar, mas sempre acabava panssando a mão nos músculos da barriga de Gabriel.

- Quer que eu termine?

- Não, eu consigo. -após tirar o curativo, Fernando foi passando o remédio devagar nos pontos, Gabriel ficou de olhos fechados, fingindo estar com muita dor, mas na verdade estava achando excitante ver Fernando daquele ângulo. - Pronto, agora falta a coxa.

- Ok... -Gabriel abaixou a calça moletom, Fernando estava se sentindo estranho, mas continuou trocando o curativo. - Lucas vai vir amanhã para me levar ao fisioterapeuta.

- Se quiser eu posso levar.

- Não, você já está fazendo muito...

- Tudo bem, homem de metal! -disse dando um leve tapa na coxa dele, Gabriel riu.

- Ainda não sou todo de metal, preciso fraturar mais ossos para chegar a isso.

- Nem pense nisso, quero ver você andando logo! -Fernando levantou e guardou a caixa de curativos. - Eu vou tomar um banho.

- Ok.

  Fernando pegou uma peça de roupa e saiu direto para o banheiro, onde tirou a roupa, ligou o chuveiro e se enfiou em baixo dele. "O Gabriel é bonito, aquele Lucas deve estar louco para pegar ele!" Pensava enquanto tentava abrir a caixa de sabonete. "Gabriel vai acabar querendo, afinal ele é ótimo... Logo vai esquecer que já sentiu algo por mim, eu não seria bom para ele mesmo... Como seria fazer com ele?" Pensou passando a mão devagar na bunda. "O que estou pensando?! Isso nunca vai acontecer... Mas ele deve ter pegada, faz tanto tempo que eu não faço nada com ninguém..."

  Ele começou a se tocar enquanto pensava em Gabriel, minutos depois se sentiu aliviado e tirou a mão do corpo, terminou seu banho, se vestiu e foi até a sala, onde sentou colocando as mãos na cabeça, Diego passou por Fernando e o encarou.

- Algum problema sogrinho?

- Não... Sim!

- O que foi? -perguntou se sentando ao lado dele.

- É... Sabe... suponhamos que por algum acaso eu sinta atração sexual por um... homem, seria muito estranho? -Diego deu um sorriso malicioso.

- É só atração sexual?

- Foi só uma suposição!

- Você não é o único por aqui que consegue perceber os sentimentos dos outros. -Fernando suspirou.

- Não é só atração...

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