Ajudar. (11)

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  Diego levou Bruno até sua casa, durante o caminho ambos ficaram calados, o ocorrido anterior tinha sido um choque, não sabiam bem o que dizer um ao outro. Quando chegaram na casa, Bruno se sentou no sofá de cabeça baixa.

- Você deve estar cansado, não quer ir para o quarto? -perguntou Diego se sentando ao lado dele.

- Não estou com vontade de dormir, mas se quiser fico no quarto...

- Não, se não quer dormir, vou ficar para lhe fazer companhia.

- Muito obrigado Diego, eu não sei o que faria agora se você não tivesse aparecido...

  Apesar de tentar parecer forte, Bruno não conseguia se controlar, acabou voltando a chorar, Diego ficava aflito em o ver sofrendo, pois não sabia o que fazer para acabar com aquela dor, nunca tinha se sentido mal pelas coisas ruins da vida de outra pessoa, não sabia um jeito certo de o consolar, mas precisava tentar alguma coisa, foi então que puxou o rapaz e o abraçou.

- O Nando é forte, uma vez ele defendeu a mim e meu pai de três assaltantes armados, mesmo em total desvantagem ele foi forte e corajoso o suficiente para vencer, meu pai nunca foi um exemplo de bom homem, ou "herói" que as pessoas dizem que os pais são, mas o Nando, ele sem dúvidas é um herói e heróis não caem com facilidade. -Bruno o encarou e sorriu.

- Ele nunca me contou isso.

- É, ele nunca conta vantagens de seus feitos e nem pede recompensa. -Bruno voltou a o abraçar.

- Acha que algum dia vou conseguir ser metade do que ele é?

- Claro... -Diego acariciou a cabeça dele. - Você teve o privilégio de ser criado por ele e tenho certeza que sua mãe também lhe deu ótimos conselhos.

- Sim, ela sempre pegava no nosso pé, mas sempre de um jeito divertido, acho que está na hora de seguir um conselho dela "sempre persista, acreditando que vai ficar tudo bem."

- É um ótimo conselho.

- Eu tenho muita sorte, tive uma mãe maravilhosa, meu pai é incrível e me aceita do jeito que sou, e agora tenho um ótimo amigo!

  Diego sentiu um frio na barriga ao ouvir a palavra:"amigo." Mas estava feliz de poder ajudar Bruno naquele momento, não era o hora de pensar em seus próprios sentimentos, mas sim de respeitar a dor dele. Minutos depois, Bruno adormeceu encostado no colo de Diego, que o carregou até seu quarto, colocou em cima da cama, embrulho e sentou do lado, cansado já que o rapaz não era tão leve quanto aparentava, Diego deitou e acabou dormindo, vencido pela exaustão.

  De manhã, Bruno acordou sentindo que iria cair da cama, ao olhar para o lado, Diego estava sentado na beirada, todo desajeitado e sem coberta, ele o encarou e sentiu uma ligeira vontade de tirar a máscara, porém conclui que seria uma falta de respeito, no mesmo momento Diego abriu os olhos.

- Bom dia... -disse Bruno. - Aconteceu comigo aquelas mágicas legais de quando somos crianças.

- Que mágica? -perguntou confuso e tonto de sono.

- Eu dormi na sala e acordei em um quarto. -Diego riu. - É sério.

- Claro.

- Teve alguma ligação do hospital?

- Não. -Bruno fez uma ligeira cara de tristeza mas depois tentou sorrir.

- Tudo bem, tenho certeza que logo vamos ter boas notícias. -Diego passou a mão no rosto dele e levantou.

- Vou ver se a Neusa já chegou.

- Certo, mas eu preciso ir para casa.

- Você não vai ficar aqui?

- Diego, eu não quero incomodar e sua mãe pode não gostar da minha companhia...

- Bobagem, você não é incomodo nenhum e minha mãe está ocupada demais viajando com o amante, estou praticamente vivendo sozinho com a Neusa.

- Tem certeza? eu posso me virar sozinho.

- Já disse que você vai ficar aqui, não quero falar mais disso! -Diego levantou e foi em direção a porta.

- Tudo bem... Mas preciso buscar minhas coisas.

- Então eu vou com você.

  Bruno concordou mexendo a cabeça, Diego saiu do quarto, foi até a cozinha e o café da manhã estava pronto, com um bilhete de Neusa dizendo que foi ao mercado mas voltaria logo, o rapaz rapidamente tirou a máscara e comeu, em seguida chamou Bruno, que se sentou a mesa elogiando os alimentos, quando o rapaz terminou eles saíram juntos.

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