Mais um dia. (16)

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  Bruno insistiu até convencer Diego a se  esbaldar nos doces, mas obviamente cobrindo a cara, eles começaram a comer, enquanto algumas músicas tocavam e Bruno tentava cantar algumas.

- Diego, você gosta de alguém? -perguntou de repente levantando e encarando a janela.

- Como assim?

- Sei lá... Tem alguma garota que lhe interessa. -Diego se tocou que ainda não tinha contado para Bruno que era gay. - Você deve estar apaixonado por alguém, na nossa escola tem meninas lindas e super legais...

- Pois é, as meninas de lá são legais mesmo, algumas me tratam muito bem.

- Então, você gosta de alguma? -a curiosidade era clara.

- Eu gosto de um menino irritante, que fica a aula toda falando. -Bruno o encarou confuso.

- Quem é irritante?! -perguntou zangado, afinal sabia que ele mesmo vivia falando na sala.

- Você! -afirmou tacando um travesseiro na cara dele.

- Mentiroso, eu só falo quando é necessário, vocês da sala que são chatos e não sabem interagir! -Diego riu e Bruno parou para pensar.

- Meu crush é tão lerdo!

- Então... -Bruno ficou vermelho.

- Eu vou tomar banho, boa noite.

   Diego saiu com a mão no peito, foi para o quarto e entrou em baixo do chuveiro, queria ter Bruno para sempre por perto, mas sabia que aquilo era quase impossível, pois acima de qualquer coisa, queria ver aquele rapaz feliz. Após um longo banho, se secou, colocou uma roupa, a máscara e foi até o quarto de Bruno, deu duas batidas.

- Pode entrar. -Diego entrou, havia alguns lápis e folhas em cima da cama.

- Estava desenhando?

- Sim...

- Posso ver o que desenhou?

- Não. -respondeu calmo e tirando as coisas de cima da cama. - Talvez algum dia eu deixe.

- Tudo bem, eu vou dormir...

- Dorme aqui... Não gosto de ficar sozinho.

- Não dormia sozinho na sua casa?

- Sim, mas todas as noites meu pai me colocava para dormir e eu sabia que ele estava lá, bem.

- Certo. -Diego apagou a luz e deitou em um lado da cama se cobrindo.

- Por que sua mãe nunca vem aqui?

- Ela está ocupada, provavelmente fazendo uma nova família com o amante.

- Nossa... E como você aguenta ficar sozinho? -aquele pergunta deixou Diego triste com a própria realidade, mas logo ele se lembrou de algo.

- Geralmente eu tenho o Fernando e a Neusa para cuidarem de mim, mesmo antes do acidente os dois nunca deixaram eu estar totalmente sozinho... E agora, você está aqui. -Bruno entrou de baixo das cobertas e o abraçou.

- Vou te fazer companhia por quanto tempo conseguir me aguentar.

- Ótimo, boa noite Bruno. -ele sorriu e fechou os olhos.

- Boa noite.

  No dia seguinte, Diego acordou abraçando as costas de Bruno que estava todo estirado na cama, ele levantou primeiro, tomou café e depois acordou o rapaz.

- Bom dia Diego... -disse se virando na cama.

- Bom dia, dormiu bem?

- Sim... Desculpa ficar te perturbando até na hora de dormir. -Diego riu e sentou na cama.

- Não gosto que Fernando esteja internado, mas adoro ter você aqui, vou sentir saudades.

- Falando nisso, vou me arrumar para ir ver ele!

   Quase uma hora depois eles sairam, direto para o hospital, Fernando ainda estava imóvel na cama, Bruno sentou ao lado dele e ficou contando tudo o que aconteceu, disse o quanto queria que ele voltasse, Diego ficou ao lado o tempo todo. Depois foram juntos até a escola, onde a aula seguiu normal, Rodrigo havia faltado, provavelmente com raiva de Bruno.

  A aula acabou, durante o caminho para casa Bruno falou algumas coisas da aula, Diego apenas concordava e o encarava, o interesse nas matérias era zero, mas na voz e olhar do rapaz falante, havia algo que atraia e deixava Diego louco para o desvendar mais. Ao chegarem em casa, Bruno foi até o jardim, que estava meio descuidado, já que Diego não se importava muito em manter a beleza do lugar e com a mãe fora, ficou meio abandonado.

- Diego!!! -gritou encarando o lugar, o rapaz se assustou e correu até Bruno.

- O que foi?!

- Por que seu jardim está assim? -Diego olhou em volta, o lugar estava mal cuidado, mas ele não se importava.

- Esqueci de pedir para Neusa chamar o jardineiro. -Bruno o encarou sorrindo largo.

- Deixa eu brincar de jardineiro!

- Que?!

- Por favor, eu juro que não vou matar nenhuma planta!

- Você sabe o que fazer?

- Claro, fiquei dois meses cuidando da fazenda da minha avó e ela tinha um jardim enorme.

- Okay, mas não corte as rosas, eu gosto delas...

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