Capítulo 26

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Dou uma última olhada no espelho e bufo, ao ver que minha barriga já está aparecendo, e por conta disso, Andrews irá comunicar a todos que estou grávida, eu não gosto disso, não gosto da possibilidade de saber que todos saberão o motivo da minha felicidade, isso não da certo, a inveja faz coisas ruins acontecerem e juro que não quero perder meu bêbê.

- Ainda está brava? - Andrews pergunta, se encostado no batente da porta.

- Sim.

Essa gravidez está me deixando bipolar, tudo me deixa triste e ao mesmo tempo tudo me deixa brava, choro e fico com raiva por qualquer coisa.

- Não falarei nada, se é o que você deseja. - Suspiro aliviada e ele bufa. Confesso que estou com dó de Andrews, só o que mesmo que está me aguentando nesse momento.

- Obrigada.

- Vamos? - Concordo e saio andando na frente, sentindo o olhar de Andrews em minha bunda.

Descemos as escadas, lado a lado, e quando chegamos a sala, todos se levantaram, já se encaminhando para fora do palácio.
Os guardas criaram um palco em frente ao portão e a coroação de Andrews, será para todos os habitantes verem, o que me assusta, já que podemos muito bem ser atacados.

Eu e Andrews fomos os últimos a subir no palanque, e fomos recebidos surpreendentemete por vaias, isso mesmo, os habitantes estão nos vaiando. Olho para Andrews e o mesmo permanece sério.

- Peço o silencio de todos para o comunicado do príncipe Andrews. - O padre Miguel fala e depois de poucos segundos, todos se calaram, Andrews pegou o microfone da mão do mesmo e deu um passo a frente, já eu fiz ao contrário, dei dois passos para trás e me sentei em uma das 15 cadeiras que estava ali, observando melhor as coisas ao meu redor, deve ter umas duas mil pessoas aqui, eu nunca vi tanta gente em um mesmo lugar. Estou surpresa.

- Boa noite a todos. - Andrews começou a falar. - Antes de tudo, gostaria de agradecer a presença de todos, nunca achei que viriam tantas pessoas. - Ele riu fraco. - Depois da morte do meu pai, algumas coisas mudaram aqui no reino, e eu irei falar, já que muitas pessoas não tem acesso a televisão ou jornais. A primeira coisa é que a prisão foi reaberta, e tudo que for considerado crime será resolvido lá, amanhã será espalhado vários folhetes sobre as novas leis e regras do reino. - Algumas pessoas negaram com a cabeça e outras apoiaram, gritando e batendo palmas. - Outra mudança e a que, suponho eu que será a mais julgada por vocês, é a destruição do sistema de castas. - O silêncio e espanto reinou no ar e depois de assimilarem as coisas, boa parte dos habitantes comemoraram.

- VIVA A LIBERDADE. - Gritou um.

- ESTAMOS LIVRES.

- Nós. - Ele apontou para a família. - Decidimos que após terminar com esse sistema, vocês poderão ser livres e criar seus próprios negócios, mas antes vocês deverão comunicar o reino o que pretendem fazer, daqui a dois dias, as quatro da tarde, esperarei todos que pensam em criar seus próprios negócios para uma reunião. Reforço que para criar seus negócios precisam da aprovação do rei.

Percebi que algumas, pessoas aparentemente da casta A, não gostaram disso, falo isso por que consigo ver pessoas bem arrumadas andando pra bem longe daqui.

- Outra reforma a ser feita é a reforma trabalhista, agora os trabalhadores terão seus benefícios. - E mais uma vez os habitantes comemoram.

- E A SITUAÇÃO PRECÁRIA DO HOSPITAL?

- Bom... Pretendemos consertar isso, após o lucro dos impostos que receberemos.

- E quais impostos seriam esse? - Um tio meu, grita.

- O dinheiro que receberemos dos novos comércios. Mais alguma coisa? - Andrews perguntou se virando pra nós.

- Acho que não. - Elizabeth falou.

- Muito obrigada pela atenção de todos e ate breve. - Andrews entregou o microfone ao padre e voltou até nos.

- Para um primeiro comunicado, você ate que foi bem. - Carl falou.

- Só achei que faltou um pouco de declaração de amor aos habitantes. - Yolanda falou.

- Ainda não terminei, prima.

- Pedimos a todos que se levantem e de mãos dadas rezemos a oração que o senhor nos ensinou. - Todos se levantaram e fizeram o que o padre pediu. - Pai nossos que estás no céu, santificado seja o Vosso nome. Venha a nós o Vosso Reino. Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

O padre Miguel se aproximou de nós e começou a jogar água benta.

- Senhor fazei com que o agora então, rei Andrews e rainha Aurora, trabalhe e ajude todos nós, rezemos.

- Deus salve o rei e a rainha

- Iluminai a inteligência do príncipe e ajude-o a tomar as melhores decisões possíveis.

- Deus salve o rei e a rainha. - Meu esposo se ajoelhou e padre andou até o canto do palco, pegando uma das duas coroas grande e bonita que tinha ali. - Andrews, você jura solenemente, reinar com graça e justiça?

- Sim. Eu Juro. - Miguel colocou a coroa na cabeça de Andrews.

- Agora é sua vez. - Elizabeth falou e eu assenti, indo me ajoelhar ao lado de Andrews.

- Aurora, você jura solenemente, ajudar seu esposo a reinar com graça e justiça?

- Eu juro. - Falei fechando meus olhos e sentindo o padre colocar a coroa em minha cabeça.

- Eu, padre Miguel, pároco do reino de Luxúria, os declaro, Andrews e Aurora, rei e rainha do reino de Luxúria. - Ele colocou a coroa sobre a minha cabeça e todos começaram a gritar e bater palmas, sorrio emocionada e levanto-me com a ajuda de Andrews que me dá um beijo na testa.

- Você começa com o discurso. - Andrews me entregou o microfone e eu por pouco, não o soquei.

- Boa noite. - Falei e recebi boa noite por boa parte deles. - Primeiramente, eu gostaria de dizer que estou muito nervosa. - Ri fraco. - Esse é o meu primeiro discurso, a primeira vez que converso com vocês e surpreendentemente a metade do reino está aqui, tirando o nervosismo, estou feliz, feliz e grata, grata pelo carinho e energias positivas que vocês me mandam, infelizmente, não tenho como agradar a todos, porêm só de saber que boa parte de vocês me apoiam fico feliz. E repito, mais uma vez, a vocês, mais necessitados, eu estou com voces e não os deixarei na mão, tudo o que faço e decido é pensando em vocês, sei que as vezes tomo decisões erradas, peço desculpas, nunca foi a minha intenção, peço também que vocês rezem por nós, por que eu estarei rezando por vocês. Muito obrigada a todos e até mais. - Entrego o microfone a Andrews e volto para trás, pegando um copo d'água que estava em uma bandeja.

- Belo discurso, querida. - Elizabeth falou e eu sorri.

Por incrível que pareça eu gostei desse discurso, achei que sairia uma merda, mas não, eu consegui passar a eles tudo que eu queria.

- FOGO. - Saio dos devaneios ao ouvir alguem gritar e subo meu olhar, vendo que o palanque que estamos está pegando fogo.

- Vem aqui. - Andrews puxou a minha mão e a da mãe, nos levando até o canto onde não tinha fogo, a entrada estava interditada por conta da fumaça.

- ANDREWS. AURORA. - escuto a voz de meu irmão e o vejo no chão, em frente ao palanque. - Pulem aqui.

- Tirem os saltos, antes. - Andrews diz para as mulheres, que são cinco, eu, Elizabeth, Leonor, Yolanda e Eliete.

- Me entregue a Aurora. - Mathias falou, o mesmo estava em cima de um outro guarda. - Andrews segurou meus braços e me colocou sobre o braço do meu irmão, que me colocou com delicadadeza no chão.

- CORREM PARA O PALÁCIO. FOI... - Joseph chegou gritando e antes mesmo dele terminar de falar, ouvimos um estrondo, me fazendo ser arremessada pra longe.

O início e fim de uma seleçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora