Capítulo 21

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AURORA NARRANDO

Eu estou chocada, não consigo falar nada, nao sei se rio ou se choro, se fico feliz, ou triste.

Grávida?! Eu estou grávida.

Eu poderia estar feliz por que filho é uma bênção de Deus e essa criança não passará necessidades, mas também, poderia estar triste, por que eu só tenho 18 anos, eu ainda sou ingênua em relação a crianças, como vou cuidar de um, se não sei nem me cuidar direito.

Fico feliz ao perceber que não é só eu que estou sem reação, Andrews também, já minha mãe e sogra estão numa felicidade, só da pra ver dente nelas.

- Você sabe de quanto tempo doutor?- Mamãe perguntou.

- Só com exames que podemos ter certeza, eu também não tenho certeza do que digo, mas as chances são grande. - Ele falou.

- Não posso dizer o mesmo, já que tenho 3 filhos pequenos, mas um neto agora cai super bem.

Sinto o olhar de Andrews em mim e o encaro, ele sorri e eu apenas abaixo a minha cabeça, começo a tirar o esmalte velho que estava em minhas unhas e me perco nos pensamentos.

- Aurora. Amor. - Saio dos daveneios e percebo que só Andrews está no quarto. - Você está bem?

- Sim. Por quê?

- Sei lá, parece que não está contente com a possibilidade de estar grávida.

- Eu só estou assustada. Foi muito rápido, nao estou preparada, sabe?

- Imagino, mas... Se vier você não o odiará né!?

- Claro que não, e nem o mandarei para algum colégio real. - Ele riu.

- Poderia vir dois de uma vez, um casal.

- Você diz isso por que não é você que sofrerá.

- Vocês são muito frescas. - Dou um tapa em seus braços e ele se assenta, colocando minhas pernas envolta dele.

- Sou muito nova, você sabe que as chances deu morrer são grandes, não sabe?

- Não pensa nisso.

- Eu estou com medo, todos dizem que é doloroso.

- Você pode fazer cesária, não deve ser tão doloroso.

- Eu não estou preparada para ser mãe.

- Eu também não estava preparado para comandar o reino, e acho que estou me saindo bem.

Não tem vinte e quatro horas que ele está comandando o reino, oficialmente, mas enfim, não vou falar isso a ele, vai que o magoo.

- Agora dorme, amanhã faremos uma penca de exames.

- Vão tirar sangue?

- Sim. Muito. Quero vários exames.

- Argh. - Dou um selinho nele e fecho meus olhos.

ANDREWS NARRANDO

Sento-me na cama e confiro se Aurora está mesmo dormindo, após ver que sim, saio do quarto e ando até meu escritório.

- Alteza, o padre Miguel está te esperando na sala de reuniões. - Franzo o cenho e assinto, mudando de rota e me encaminhando para a sala.

- Padre Miguel.

- Alteza. - Ele se levanta e faz a referência.

- O que faz aqui? - Assento-me na cadeira à sua frente.

- Eu era um grande amigo do seu pai e imagino o quanto está sendo difícil para você. - Balanço a cabeça em concordância.

- Meu pai deixou muitas contas e decisões pendentes.

- Se não era o melhor amigo dele, sou o segundo, posso te garantir isso, eu sabia de tudo.

Ele está querendo chegar a algum lugar...

- Suponho que sim, ele não era de falar muito da sua vida social, mas eu sabia que um visitava o outro.

- Ele te deixou uma carta. - Ele tirou de seu bolso um envelope e me entregou

Não falei...

- Irei abrir depois. - Ele assentiu.

- Tem outra coisa que eu queria te avisar. - Arqueio a sombracelha. - O reino de Shakaslove está prestes a entrar em guerra com o reino de Loures.

Os dois reinos eram inimigos do meu pai, não há nada que eu possa fazer.

- Os habitantes estão preparando para vir para cá. - Arregalo os olhos.

- Não temos capacidade de receber muitas pessoas.

- Eu sei, tentei falar para o padre de lá, mas não obtive resposta.

- Por isso peço que você acabe com o sistema de castas, o alvoroço será ainda maior e fora que todos poderiam decidir o que fazer, podem criar comércios, ou outras coisas.

- O senhor tem razão. - Ele sorri.

- E sua coroação?

- Pra ser sincero, não queria que houvesse. Mas mudando de assunto, marque a coroação para daqui uma semana, aberta aos habitantes, farei vários avisos.

- Vou resolver tudo com sua assessora.

- Okay. - Abaixo meu olhar e fixo o mesmo na carta, o que poderia ter aqui? Algo muito grave, ou algo que me fará feliz? Não acho que seja algo bom, se fosse, ele falaria diretamente a mim.

- Elizabeth está por aqui?

- Provavelmente, ela sai bem pouco de casa.

- Todos vocês saem bem pouco. Medo dos rebeldes?

- Não, apenas prevenção, não sabemos do que às pessoas são capazes, hoje mesmo um funcionário agrediu minha esposa, ele não devia ter feito isso, nos somos as pessoas que mais o ajudaram.

- Infelizmente somos obrigados a conviver com algumas pessoas ingratas, mas como está sua esposa?

- Aurora está bem. - Penso em falar com ele sobre a gravidez, mas mudo de ideia.

Não confio muito nesse padre, mesmo ele sendo "homem de Deus", esses são os que mais me preocupo, se dizem homem de Deus, mas aprontam mais que nós cristãos.

- Que bom. - Ele sorri. - Então, já vou indo, alteza.

- Obrigado pela visita e por tirar um pouco desse tempo para vir me visitar e entregar essa carta.

- Não me agradeça, e sobre essa carta, você irá ler coisas que nunca imaginou que Dominic poderia fazer ou ate mesmo falar.

O início e fim de uma seleçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora