Capítulo 15

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07/07 pra muitos é um dia comum, mas pra mim não, para mim, Andrews, e várias pessoas não, hoje é o dia do meu casamento, o dia que eu passarei de uma ex mera plebeia, para uma princesa, princesa de um dos maiores reinos do mundo.

Eu estou nervosa.
Eu estou muito nervosa.

Será que eu vou ser uma boa princesa? Será que eu vou ser uma boa esposa? Será que eu vou continuar sendo essa menina que sou?
É tantas perguntas que só vão ser respondidas no passar dos dias, do ano e dos meses.

Minha vida foi tão corrida nesses últimos meses, e continuará sendo por um bom tempo, é viagens atrás de viagens, reuniões com pessoas influencientes, é aula de etiqueta, de como ser uma boa princesa - minha professora é minha sogra - é aula de línguas estrangeiras. É tanta coisa. Pra ter uma ideia nesses últimos dois meses eu só vi a minha família uma única vez, que durou cerca de trinta minutos, não sei como eles estão, como está a reforma, não sei de nada que acontece entre eles.

Está tudo tão péssimo, meu emocional tá acabado, estou com vontade de chorar toda hora, e só consigo pensar na minha família que deixei em Luxúria. Não quero que eles achem que só por que virei quase princesa, eu os abandonei, eu nunca faria isso.

Eu pouco vi Andrews também, ele está resolvendo assuntos do reino com o pai, e eu com a rainha, não o vi uma vez sequer esse mês.
Nosso casamento está sendo preparado a distância, e por e-mails. Eu ganhei um notebook da rainha e está bem mais pratico, converso com Andrews por ele, agora só falta comprar alguns para a minha família. Nunca imaginei que o mundo chegaria a esse ponto. Onde já se viu conversar com a pessoa que está à quilômetros de distância por uma simples tela, as mensagens chegam tão rápido.

"Você está preparada?" - Dizia uma mensagem que recebi de Andrews.

Eu estou preparada? Definitivamente não. Mas eu não posso desistir de tudo agora, não posso dar Andrews de bandeja para a vaca da Thalita, ou até mesmo da Bárbara. Ate porque se eu desistisse Andrews teria que escolher uma delas, literalmente, a "menos pior" mesmo não sendo a forma de correta de falar, essa foi a única coisa que veio na minha cabeça e que melhor descreve essas duas, eu fui obrigada a deixar que elas sejam minhas madrinhas, achei isso o cúmulo, mas como Andrews diz com o rei Dominic não se discorda. Pensem em um velho desgraçado, Dominic sem dúvidas, quando estamos juntos ele só sabe reclamar, reclama da minha roupa, do meu modo de falar, do meu penteado, de tudo.

Saio dos devaneios quando escuto batidas na porta. Quem poderia ser? Fecho meu notebook e levanto-me da cama indo até lá e destrancando-a.

- O que é isso? - Falo rindo quando vejo várias pessoas na porta do meu quarto, entre eles está Lupe, Benedita, Cleusa, Frank, minha mãe e minhas tias.

- Como está esse coraçãozinho? - Minha mãe perguntou, depois de darmos um longo abraço.

- Batendo. - Dou passagem para o pessoal e beijo o rosto da minha mãe, que me encarava séria. - Por enquanto está calmo.

- Aurora. Já para o banho. - Lupe falou e eu virei-me para trás.

- Temos apenas três horas. - Frank gritou e todas começaram a falar alto.

- Vou tomar um banho.

- Coloque essas coisas no seu rosto e relaxe. - Cleusa falou me entregando uma cesta com várias coisas.

***

Depois de um banho longo de mais ou menos trinta minutos, saio do banheiro, vestida com um roupão que atrás estava escrito em itálico "Aurora Benfica". Achei chique.

Sentei-me em uma poltrona e o pessoal veio me arrumar, duas ficaram cuidando dos pé, duas das mão e Frank do cabelo.

- Onde está minha mãe?

O início e fim de uma seleçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora