Capítulo 18

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O falecimento do rei causou uma grande alvoroço pelos reinos vizinhos. Algumas pessoas chegaram a comemorar, eu fiquei chocada com o tamanho da falta de respeito pelo próximo, eles não ligaram para o sentimentos da família.
Andrews está destruído, tivemos que dar a ele um calmante, o que fez ele dormir a metade de um dia inteiro. Estou com tanta dó dele, nunca imaginei que ele sofreria tanto com a perda de Dominic, ele tenta da um de durão dizendo que é por que não conseguirá comandar o reino, mas não, é por que ele sentirá mesmo a falta dele. Agora ele está tomando um banho.

Agradeço a serva que trouxe a comida e me sento novamente na cama, poucos minutos depois vejo ele sair do banheiro e após me dar uma olhada rápida, segue até o roupeiro.

- Como funcionará as coisas do velório? - Ele pergunta enquanto se aproxima.

- Ele será velado até às quatro da tarde e em seguida levarão ele para ser cremado, a rainha disse que suas cinzas serão guardadas em um cômodo aqui do palacio.

Achei estranho quando ela falou isso, e fiquei com mais medo ainda quando ela disse que isso aconteceu com todos os mortos da família, eu morro de medo de morto e agora sim passarei noites sem dormir.

- Come e em seguida desceremos até o salão principal. - Ele apenas assente e se senta ao meu lado, trazendo a bandeja para si.

Após Andrews comer tudo, e vestir seu traje de príncipe, saímos do quarto e seguimos para o salão principal, ao chegar lá muitas pessoas vieram ao nosso encontro, cumprimentámos todos e deixei com que Andrews chegasse perto do caixão em que o pai se encontra, andei até meus pais e os abracei.

- Estou com tanta dó dele. - Mamãe falou.

- Ele está destruído, e eu não sei o que fazer. - Eu falei cabisbaixa.

- Nós nunca sabemos o que fazer em horas como essa, ainda mais quando é com alguém que você ama tanto.

- Sim. - Suspiro ao ver ele se aproximando de mim. Abro meus braços a ele e ele me abraça forte.

- Não sai de perto de mim não.

- Desculpa. É que eu nao gosto de mortos, preferi não me aproximar do caixão. - Ele riu fraco.

- Não tem que ter medo de morto, e sim dos vivos. - Meu pai falou.

- Eu tenho medo dos dois. - Eles riram fraco.

- Primo. Aurora.

- Carl. - O cumprimentei com um aperto de mão.

- Sinto muito pela perda, Andrews, sei como está sofrendo, afinal já passei por isso.

Achava que Carl ia dizer que Dominic matou seu pai, ou algo do tipo, mas não, só abaixou sua cabeça e balançou a cabeça negando.

- Pra nos foi ainda mais chocante, já que nunca conseguimos enterrar nosso pai e irmã. - Uma loira, de olhos claros, falou se aproximando de nós, logo atrás dela vinha a mãe de Carl e mais uma menina

- Yolanda. Leonor. Eliete. - Andrews falou e percebi que a rainha de aproximava de nós. Xii.

- Andrews. - Ela olhou de cima a baixa para Andrews com uma cara de nojo e me olhou. - Olá. Muito prazer, Yolanda. - Ela estendeu as mãos pra mim e eu apertei, ainda séria.

Meu santo não bateu com o dessa garota.

- Sentimos muito pela perda, Andrews. Infelizmente o rei morreu sem nos contar o paradeiro de meu esposo. - Arregalo meus olhos e aperto ainda mais a mão de Andrews, que permanecia sério. - Mas com essa morte dolorosa, suponho que ele já foi castigado, mas será mais ainda, quando o julgamento final acontecer.

- Não é hora de tratar assuntos como esses, vamos respeitar a dor de uma família, por favor. - Meu pai falou.

- Leonor. Respeite a dor do meu filho. - Disse Elizabeth ao se aproximar.

- Você e seu esposo nunca respeitaram a minha dor e a dos meus filhos.

- Não culpe eu e Andrews nunca soubemos da verdade, aparecemos logo após a morte do seu esposo e filha.

- VOCÊ SABE SIM. - Carl segurou a mãe que avançava pra cima de Elizabeth. - Nao se finja de sonsa. - Leonor se soltou de Carl e deu um passo para trás negando com a acaba. - Se coloque no meu lugar, Elizabeth. Eu perdi dois e nunca pude os enterra-los. Pense que no lugar deles seria Dominic e Andrews.

- Basta. - Andrews aumentou o tom de voz. - Retirem- se daqui agora.

- Nos retiraremos do salão, mas do palácio... - Yolanda riu negando com a cabeça.

- Esse palácio também é nosso. - Carl falou.

- Só retirem-se desse salão, por favor. - Peço com educação já estressada.

- Nós vamos... Mas voltaremos e agora que o traste do Dominic se foi queremos a nossa parte da herança do meu pai. - E eles saíram, restando só a mais nova, ela é linda.

- Peço perdão pela falta de respeito deles. Meus pêsames a família. - Ela faz uma referência e sai.

- Povo sem noção. - Mathias falou, se aproximando de nós. - Estão programando uma festa, para amanhã, o tema "Viva a liberdade".

- Essa festa não irá acontecer. - Elizabeth falou.

O resto do velório seguiu tranquilo, às quatro da tarde foi levado para ser cremado, quando a rainha e o príncipe voltaram ao palácio houve uma missa rápida e em seguida as cinzas foram levadas para o cômodo.

Quando cheguei ao quarto fui direto para o banheiro, dispensei as servas e tomei um banho longo, ao sair dele vi Andrews deitado na cama, pedi a ele para que tomasse um banho e segui até o roupeiro, onde vesti uma camisola branca, penteei meus cabelos e me encaminhei para o quarto, arrumei a cama e em seguida me deitei. Minutos depois, Andrews voltou ao quarto apenas de cueca e deitou ao meu lado.

- Não vai jantar? - Ele perguntou após dar um beijo molhado na minha costa.

- Estou sem fome.

- Vieram me falar que a senhorita não comeu nada durante o dia.

- Tomei café da manhã. - Virei-me para ele e coloquei minhas pernas sobre as dele.

- Só?

- Comi muito.

- Aurora...

- Andrews...

- Promete que se você sentir fome, me avisará? Não sai daqui sem mim.

Andrews está com medo do seus primos ou rebeldes fazer algo a mim, e não quer que eu saia sem ele ou os guardas.

- Ta bom.

- Agora dorme. O dia de amanhã será cheio.

- Mas você nao declarou três dias de luto?

- Sim, mas tenho certeza que meus primos irão querer conversar sobre a herança logo cedo.

- Você vai dar a eles?

- Ainda não sei.

- Hum. Então dorme. - Beijo seus lábios e deito-me em seu peito.

- Dorme bem. Te amo.

- Te amo também. Qualquer coisa, me chame.

Balanço minha cabeça concordando e fecho meus olhos, já sentindo o sono se aproximar.

NOTAS FINAIS

O início e fim de uma seleçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora