Capítulo 28

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Aurora Narrando

Vejo um movimento diferente no portão do reino e percebo que são os guardas voltando.

Andrews. Onde está Andrews?

E o vejo atrás de todos, com Carl ao seu lado o ajudando a andar.

- Eles chegaram. - Grito, sorrindo pelo fato de mesmo mancando Andrews aparenta estar bem.

- Alguém precisa avisa-los que eles não podem entrar. - Viro-me para a rainha e só agora entendo o que ela está falando, os rebeldes que estão ali fora do quarto. Andrews não vai conseguir correr.

Paraliso-me toda, quando ouço mais um barulho de explosão e novos gritos, não consigo ver mais nada lá em baixo, além da grande fumaça, Eliete me puxou para dentro do quarto.

- Malditos rebeldes. - Elizabeth gritou, socando algo. Nunca há vi tão furiosa como agora.

- Não foram eles. - Leonor a respondeu.

- E como você sabe?

- Eu não sei, só acho, eles não teriam motivo pra fazer isso.

- ABREM. ABREM. - Levo um susto ao ouvir a voz de Carl socando a porta com força.

- Afastem a cama. - Todas se levantaram e afastamos a cama da porta, abrindo a mesma em seguida.

- Dois guardas ficam aqui e o resto vão atrás dos bandidos que atacaram. - Carl adentra o cômodo e meu esposo acompanhado de meus irmãos vem logo atrás. Dou um passo para trás vendo o ferimento no abdómen de Andrews.

- Aurora. - Ele me puxa até ele e o abraço com força, esquecendo do seu ferimento.

- Como você está? - Pergunto, ajudando a deita-lo na cama.

- Bem. - Ele responde após da um abraço apertado em sua mãe.

- Aqui tem kit de primeiros socorros.- Cleusa diz saindo do banheiro e vindo até nós.

Deixo com que as servas especialistas cuidem dele e vou até meus irmãos, abraçando cada um de uma vez.

- Como vocês estão?

- Tirando um pouco de dor pelo corpo, eu estou bem. - Mathias fala sorrindo.

- Eu estou ótimo, sem nenhuma dor.- Joseph diz e eu os abraço novamente.

- Tem um banheiro ali, vão tomar banho e aqui tem roupas também. - Aponto para uma sacola e eles assentem, indo pegar suas roupas e toalha.

Volto até Andrews e me sento ao seu lado, segurando sua mão, ele está fraco, quase dormindo e pelo o que parece o ferimento não foi muito fundo.

- Você teve sorte majestade, a flecha não perfurou nenhum órgão. - Andrews sorri fraco, ainda de olhos fechados.

- Você não ficará brava em eu servir ele, né? - Elizabeth perguntou.

- Claro que não, a senhora é mãe. - Sorrio para eles e me levanto, indo ver meus irmãos.

***

Dois dias se passaram e então pudemos sair da sala de cinema, foram presos trinta homens, morreram vinte e sete ao todo, contando guardas do palácio e os homens que atacaram, não foi tão trágico como o último, mas não deixa de ser triste. Graças a Deus, Andrews e Mathias se recuperaram.

Termino de tomar um banho e após me vestir, volto até o quarto, vendo Andrews encarando o nada através da janela.

- O que você tanto pensa? - Pergunto, o abraçando de lado em seguida.

- Em quem poderia ter sido o mandante disso.

- Hm... Você acha que tem uma possibilidade de ser os rebeldes?

- Eu não sei, e é isso que me estressa, ao mesmo tempo que tem chance de ser eles, pode não ter sido, mas se não fosse eles quem seria? Uma ameaça mais forte?

- Pois é. - Sento-me na cama e cruzo minhas pernas, encarando Andrews, que ainda estava pensativo.

Eu tenho tanta dó dele, mal começou a governar esse reino e já acontece esse tanto de tragédias, parece até que foi obra do desgraçado do Dominic... Mas se bem, que pode sim ser, pela carta podia entender que ele estava muito bravo com Andrews, não duvido nada que tenha pagado alguém pra matar Andrews ou fazer do seu mandato um inferno. Eu falo isso para Andrews? Não... Melhor não... Isso é só paranoia da minha cabeça, não posso fazer com que ele coloque isso na cabeça, sei como ele é e ele ficaria ainda mais arrasado.

Saio dos devaneios ao ver um vurto em minha frente, é Andrews e o mesmo está se deitando em meu colo, sorrio e começo a acariciar seu rosto e posteriormente o cabelo.

- Você me acalma. - Ele murmura rindo.

- É recíproco, um acalma o outro. - Ele ri fraco, segurando minha mão e dando um beijo na mesma.

- Será que depois do nosso filho nascer as coisas continuarão assim?- Paro de acaracia-lo e começo a pensar, eu nunca cheguei a pensar como será a nossa vida depois do nosso filho, mas pelo o que conheço Andrews, ele mimará muito a criança e eu sempre chata e reclamona, tentarei educa-la da melhor forma possível.

- Acho que não. - Ri alto. - Você mimará muito a criança e eu ficarei brava.

- E com ciúmes. - Ele ri alto.

- Sim. Não gosto de dividir minhas coisas. - Murmuro, voltando a fazer carinho em seu cabelo.

- Eu andei percebendo isso.

- Só não me deixe de lado, ok?

- Por que eu te deixaria de lado?

- Porque você está com a mania de passar mais tempo no escritório do que aqui comigo, e quando nosso filho nascer, o pouco tempo desocupado você ficará com ele.

- Eu só estou trabalhando agora, por que há muita coisa a se fazer, Dominic deixou muita conta e muita bagunça.

- Eu sei, por isso não estou reclamando. Se você precisar de ajuda pode me chamar, tá bom?

- Tá. - Escutamos batidas na porta e Andrews bufa. - Entra. - Ele gritou e segundos depois Benedita adentra o quarto.

- Majestade. - Ela faz a referência.

- Oi Bene. - Falei sorrindo.

- Os habitantes para a reunião sobre os novos comércios não param de chegar, a sala de reunião já ficou pequena, então o Carl pediu para que todos fossem para o salão de festas. O senhor permite?

- Sim. Peçam para colocar cadeiras lá, não quero ver ninguém em pé e outra sirvam-os com vinho ou água.

- Como o senhor desejar. Com licença. - Ela se retira e fecha a porta atrás de sim.

- Carl está nos ajudando bastante, não é mesmo? - Pergunto, indo me deitar sobre o quadril de Andrews.

- Não é só ele, sua família também, sinal de que eles vão aprontar algo. - Concordo rindo.

- É bom já estarmos preparados.

- Sim. - Ele beija minha testa e levanta, ajeitando seu traje de rei.

- Voce vai na reunião também? - Nego com a cabeça.

- Vou tentar dormir um pouco.

- É melhor mesmo. Até mais. - Ele me da um selinho rápido e sai do quarto.

O início e fim de uma seleçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora