CAPÍTULO 8

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Millena

Estaciono na minha vaga e saio do carro, o carro de Julia está estacionado ao lado do meu, o que significa é que ela está em casa. No meio do caminho até aqui, uma chuva forte começou e eu agradeci estar vindo pra casa.

Respiro fundo e sigo para o elevador, aperto o botão e espero por uns três minutos, parou em quatro andares até chegar aqui. Entro no mesmo e aperto o botão do meu andar, a porta está quase fechando quando uma mão forte a segura.

Meu coração bate mais rápido, quando vejo Vinicius entrar todo pomposo no elevador. Ele acena com a cabeça e se encosta do outro lado do elevador, bem longe de mim. Isso dói mais do que a topada que dei hoje cedo no pé da cama.

Você quer o que querida? Trata ele como um animal e quer que ele venha de abraços e beijos? É uma hipócrita!

Minha consciência zomba ao mesmo tempo que me dá uma bronca. Pra mim chega, não tem como eu ficar tratando as pessoas desse jeito, eu não sou assim, não fui educada dessa forma, minha mãe iria me quebrar na porrada se soubesse disso.

— Oi. — Sussurro me virando em sua direção.

Após arregalar os olhos levemente, Vinicius olha em volta, acho que para ter certeza que é com ele.

— Tá falando comigo, pigmeu? — Pergunta depois que se vira para me encarar também. Reviro os olhos por esse apelido ridículo, mas concordo com a cabeça. — Tipo, comigo mesmo? A minha pessoa? Você sabe que eu sou o Vinicius né, Millena?

— Para de graça, Vinicius! Seu chato! — Abro um sorriso por um breve momento e então fico séria e murmuro passando a mão em minha roupa. — Vinicius... Me desculpa tá bom? Eu não queria te tratar mal sabe?

Vinicius me olha estranho e então nega com a cabeça.

— Não sei, não. Eu te desculpa claro, se você me desculpar também. — Começa a falar e abre um sorriso sacana. — O que não significa que eu vou parar de te perturbar.

Reviro os olhos novamente e então começo a juntar meus cabelos para então fazer um coque frouxo, o que não dura muito já que escuto o elevador apagar e parar, bendita tempestade, segundos depois sou empurrada e prensada no espelho.

— Oche! Que isso? — Pergunto tentando olhar em volta e olho pra cima vendo um Vinicius me encarando sorrindo.  Sinto meu coração acelerar e minhas pernas bambeares com um sorriso crescendo em meu rosto. — Tá ficando doido? Que abuso é esse? — Tento falar alto, mas minha voz sai num murmuro já que estou sorrindo.

— Por que você está tão tensa? Por que nós nos separamos?

— Não estou tensa! E não quero tocar nesse assunto, Vinicius! — Falo me afastando, ficando de costas pra ele e me abraçando como se sentisse frio.

— Por que não? Algum dia vamos precisar ter essa conversa Millena! — Fala ficando na minha frente novamente. — Agora é a hora perfeita, no escurinho do elevador...

Ergo a cabeça e sorrindo respondo:

— Tenho certeza que não é assim a frase. — Vinicius me olha confuso. — No escurinho do cinema. E você disse, no escurinho do elevador.

— A frase é minha, o elevador também, então a frase certa é essa. — começa a acariciar meu rosto. — Para de ser estraga prazer. Se abre pra mim, o que está acontecendo?

Qual Caminho Devo Seguir?Onde histórias criam vida. Descubra agora