Millena
— Boa sorte rapazes, tudo vai dar certo. — Digo firme e arrumo a roupa para não aparecer o colete, e ajeito a arma e meus equipamentos, colocamos uma pequena câmera na gravata de Juca para garatir. Saio do carro sendo seguida por Juca e andamos pela rua com a brisa do mar, de mãos dadas como o casal Laban que todos conhecem. O ponto chia brevemente em meu ouvido até a voz de Lazlo soar calmamente:
"Manoel está pronto."
"Walter também." — Dessa vez é a voz de Vinicius que escuto.
— Nos conectem com eles. — Juca diz firme e baixo ao meu lado e em seguida a voz com sotaque de Walter soa em nossos ouvidos.
"A policia acaba de chegar ao porto, estão indo para seus respectivos lugares."
"Segundo o radar, uma pequena embarcação se aproxima." — Manoel é quem escuto agora.
Continuamos andando confiantes pelo calçadão e quando estamos quase chegando ao porto, eu vejo uma cabeleira loira saindo de um beco mais a frente acompanhada por dois grandes homens, no mesmo instante um arrepio me passa pelo corpo e seguro o braço de Juca para me equilibrar, uma sensação estranhamente horrível me domina.
— Que foi? — Juca segura meu rosto e me analisa. — Está se sentindo mal Millena? — Encaro os carinhosos e corajosos olhos de meu amigo e companheiro de vida e todos os meus pelos se arrepiam. Balanço a cabeça me recuperando seja lá do que.
— Nada não, vamos continuar. Foi só uma sensação estranha, nada demais. — Sussurro abrindo um pequeno sorriso tranquilizador, Juca me encara brevemente pra ter certeza que estou bem e quando se convence, as vozes de Vinicius e Lazlo nos assusta:
"O que houve?" — Vinicius pergunta agitado.
"Por que pararam?" — Lazlo vem logo em seguida.
Damos risadas e balançando a cabeça os respondo:
— Nada aconteceu. Estamos chegando, de volta a seus lugares. — Suspiro e em seguida avisto Joah, o responsável e fofoqueiro da Central, as duas vezes em que estivemos aqui Joah estava e no dia seguinte o prédio todo já sabia que o casal Laban estiveram no porto. Um perfeito dedo duro.
— Boa tarde, Joah. — Juca cumprimenta sério e o senhor de meia idade à nossa frente revira os olhos e olha para o relógio na parede do cubículo onde faz o seu turno.
— Já passa das seis, é noite! — Resmunga me encarando de cima a baixo e dessa vez sou que reviro os olhos com uma careta.
— Pouco me importa a hora velho babão! — Cravo as unhas em seu braço, bem estilo Athina Laban, agressiva e sem paciência, Joah já deveria saber que não pode me irritar. — Abre essa maldita porta, se não quiser uma bala metida bem no meio de sua testa.
— Calma senhora, só queria descontrair. — Se defende fazendo careta pela dor que estou lhe infringindo.
— Sei bem o seu descontrair. — Juca murmura se debruçando no balcão e apertando o botão bem na hora em que vejo o navio atracando no cais um pouco mais distante, Juca também percebe a embarcação e se vira bruscamente apertando o rosto de Joah com sua mão direita e batendo no balcão com a esquerda, fazendo um ótimo papel de um bipolar descontrolado e sibila entredentes. — Imbecil, não gosto de me atrasar!
Joah solta um gemido baixo de dor e sussurra um perdão entrecortado, o soltamos e satisfeitos voltamos a andar deixando Joah para trás. A uma certa distância da entrada eu escuto novamente os meninos.
"Tenho medo de vocês dois, atuam perfeitamente!" — Vinicius murmura parecendo pasmo.
"Amo vocês dois! Aquele velho fofoqueiro mereceu." — Lazlo diz eufórico e contenho a gargalhada. Juca ao meu lado aperta a ponte do nariz fingindo dor de cabeça, mas eu sei que é para evitar dar risada.
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Qual Caminho Devo Seguir?
RomanceSpin off_ Vinicius Vinicius Menezes cresceu, agora com 26 anos de idade, cursando a sua segunda faculdade e trabalhando na empresa da família junto com a irmã, é o adulto inteligente e responsável que sua mãe, Dália, sempre quis. Millena Silva tam...