Millena
A minha exposição nesse caso pode me prejudicar, já que se eu for mesmo sair do Brasil, preciso estar com tudo em ordem por aqui. E não ter um processo rolando, com meu nome envolvido. Agora eu entendo as palavras ditas por superior,
"Sargento, toda e total sigilo seria bom! Não agir por impulso, seria melhor ainda!" Eu não acredito que fiz isso! Essa era a minha chance!Estico o braço, e desligo o rádio bem na hora em que meu telefone volta a tocar. Atendo e então a voz de meu parceiro sai pelos altos falante do meu carro.
"Desembucha, logo!" - Juca murmura quando vê que não vou falar nada.
Respiro fundo e começo a falar.- Acho que eu caguei tudo! Com aquilo que você disse sobre o chefe estar bravo ou sei lá... Ele pediu pra ser reservada, e eu logo de cara, vou lá e prendo uma vaca, no meio do povo todo.
"Como foi que você se tocou tão rápido?" - Pergunta em seguida.
- Eu liguei o rádio, e estavam falando sobre a prisão no shopping. Sabem meu nome, o nome da vaca, que eu estava à paisana e devem saber muito mais.
"Ah Millena, reclamar e chorar pelo feito, agora não vai te ajudar e nem adiantar bulhufas. Se você quer mesmo essa promoção, ou sei lá o que o chefe te prometeu, vai ter que chegar e falar com ele. - Suspira - Só chega logo, tá?
Assim que ele fala a última frase, eu entro pelo portão e estaciono ao lado de seu carro, afastado da entrada. A ligação é encerrada por ele e confusa eu pego o aparelho e dou de ombros, Juca tá ficando maluco. Tiro o cinto e me viro para pegar a mochila, quando a porta do passageiro abre eu pulo ficando tensa, pego a arma reserva embaixo do banco e me ergo com a arma em punho.
- Millena! - Juca rosna pegando a arma da minha mão. - Tá ficando maluca ou o que?
Faço uma careta, bosta! Hoje não é o meu dia.
- Foi mal, desculpa aí. - Digo recuperando a minha arma de sua mão e devolvendo para o esconderijo. - Também, vai entrando assim no carro das pessoas, eu não estava esperando.
- E por acaso você acha que eu estava esperando, ter uma arma apontada para minha cabeça? - Resmunga ainda com raiva.
Chega disso! Não tenho paciência para essas coisas, já pedi desculpas.
- Já te pedi, desculpas. Se for continuar a reclamar me avisa que eu te deixo aí, para esfriar a cabeça. - Digo no mesmo tom de voz. Ele parece se acalmar um pouco. - Onde você estava que me viu chegando?
Juca faz uma cara de como-você-está-lerda. E então aponta para trás, onde seu carro está localizado.
Franzo a testa e pergunto.
- Por que você estava dentro de seu carro?
- Porque o distrito está uma bagunça e lotado, graças a madame aqui presente! - Diz num resmungo revirando os olhos.
- Olha, - Respiro já cansada deste assunto. - me atualiza do que preciso saber e vamos entrar. Quanto mais rápido concluirmos, melhor é.
A partir deste momento, Juca me põe a par dos ocorridos desde que estive longe. Me contou que Beatrice foi o caminho todo falando que tudo não passava de um mal entendido, que eu tinha me confundido, e neste caso ela viu que aquilo não estava dando certo, pediu para chamar seu advogado e ainda com a voz mansa, começou a falar que eu, a tal Sargento, estava com ciumes do namorado dela, e se irritou por ter segurado no braço de Julia, onde ela estava se defendendo da fúria da garota. Assim sendo, quando chegou a delegacia, Beatrice ligou para o advogado e então deu seu depoimento, que por incrível que pareça, foi a mesma coisa que ela disse ao caminho do distrito.
Posteriormente, quando estamos caminhando lado a lado pelo estacionamento, vimos de longe os muitos repórteres, alguns tentando entrar, outros ao vivo com suas respectivas emissoras, e então quando me veem, começam a correr em nossa direção em um alvoroço desesperador. Aperto o passo e com a ajuda de outros colegas, entramos em meio a perguntas e puxões, sem responder a ninguém.
Solto um suspiro de alivio, quando estou dentro, mas nem tenho tempo para respirar, escuto meu nome ser chamado, por Pietro Johnson, nada mais nada menos que meu querido chefe.
- Sargento! Precisamos conversar, - Encaro Pietro parado na frente da porta de sua sala. - Entre!
Faço minhas pernas me obedecerem e coloco a minha cara de trabalho, não vou abaixar a cabeça, não fiz nada de errado. Entro em sua sala e logo ele está a minha frente e aponta para a cadeira, e senta em sua cadeira de couro, me encarando, querendo dizer que começasse a falar.
- Senhor, com todo respeito, eu não fiz nada de errado. Aquela senhora cometeu racismo e desacato contra a minha pessoa. E eu tenho testemunhas, pois como o senhor já deve saber, aconteceu no meio do shopping...
- Sargento! - Pietro me chama interrompendo minhas falas. - Millena, eu já sei de tudo isso. Juca fez um ótimo trabalho puxando as câmeras de segurança e um jovem que não me recordo o nome, acho que deve ser uma de suas testemunhas, já disse tudo que aconteceu.
- Mas...- Murmuro confusa o encarando com cara de taxo. - O que então o senhor quer comigo?
- Primeiro quero te dar uma bronca, parece que toda vez que tem uma operação para você, você sempre consegue chegar até ela antes do previsto, e...
- Que? Como assim? Que raio de operação é essa Pietro? - Primeiro ele me encara severamente pelo palavreado, mas depois sorri e começa a me explicar.
- Bom, eu ia te mandar para a Bélgica, caso você aceitasse lógico. Mas pelo jeito você encontrou sua passagem para lá sozinha. - Pietro sorri, mesmo já tendo uma idade considerada ele é muito bonito,tenho que admitir. - E segundo quero lhe parabenizar, você continua ótima em seu trabalho.
- Obrigada, chefe. - Sorrio - O senhor é como um pai pra mim, sabe disso né?
- Sei, mas me diz, qual a sua resposta? - Pergunta esperançoso.
Começo a pensar em todos os poréns e porquê, se valeria a pena, se seria possível. E na minha vida aqui no Brasil, Minha mãe, Julia, Vinicius... Eles são minha família, não sei se conseguiria deixar eles... Mas Millena, você não vai embora pra sempre. Logo você está de volta! Minha consciência entra na brincadeira. Ergo o olhar e pergunto.
- Por quanto tempo vou ficar na Bélgica? - Pietro balança a cabeça sorrindo, como se soubesse que vou fazer milhões de perguntas.
- Depende do que você vai achar com o tempo, Sargento. - Diz enfim sério, quando acha uma pasta dentro de sua gaveta, sempre trancada. - Do que você vai descobrir. Sua distância é você que define. Se você me achar provas e tudo que peço, nessa pasta. Pode voltar muito antes do que esperado. - Isso é bom, na verdade é ótimo. Posso achar o que ele pede em alguns poucos meses e voltar pra casa, penso sonhadora. - Não pense que vai ser fácil, Silva. Você vai se infiltrar, ninguém pode saber de você, quem é você ou o que você faz e trabalha. E no fim quero você morta! - Diz me dando um sorriso que me arrepia toda.
👉🏾💘👈🏾
Olá meus queridos leitores.
Tudo bom? Espero que sim!😘Bom esse foi o capítulo de hoje, dessa vez não demorei uma enternidade.😆
Me falem o que estão achando, sim?
Vocês acham que Millena vai aceitar a proposta do chefe? Vinicius e ela vão conversar?
Quero saber tudo, enquanto o próximo capítulo não chega.🤗Beijocas 💋
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Qual Caminho Devo Seguir?
DragosteSpin off_ Vinicius Vinicius Menezes cresceu, agora com 26 anos de idade, cursando a sua segunda faculdade e trabalhando na empresa da família junto com a irmã, é o adulto inteligente e responsável que sua mãe, Dália, sempre quis. Millena Silva tam...