CAPÍTULO 5

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Vinicius

Os dois dias que passei em casa, foram tranquilos. Me organizei, adiantei bastante coisa. Só que não consegui falar com Julia, ao que parece ela sabe se esconder muito bem. Por isso, estou agora as sete da manhã, sentado escorado na frente de sua porta esperando ela sair, o problema é que passei a noite em claro fazendo uns relatórios e estou com sono, muito sono mesmo! Encosto a cabeça na porta e fecho os olhos, acabo pegando no sono e acordo não sei que horas, quando alguém abre a porta e eu caio para dentro da casa.

— Porra! — Resmungo massegeando minha cabeça. Olho pra cima e encaro um homem me olhando confuso.

— Millena? — Chama ainda me olhando, escuto passos vindo da cozinha e nem preciso me virar pra saber quem é. — Quem é esse bagulho, que estava deitado na frente da sua porta?

Quando enfim olho, vejo Millena me encarando, abro um sorriso e levanto parando ao lado do desconhecido.

— Ah Juca, nem liga. — Millena faz descaso com a mão enquanto revira os olhos. — É o irmão sem noção da Julia.

O estranho, que agora sei se chamar Juca, me encara e depois da de ombros e então fala:

— Tá né. —  Pega uma mochila no sofá. — Vamos logo ou nós atrasaremos. 

— Vai chamando o elevador, vou falar com Vinicius rapidinho e pegar meu celular.

Após Juca, bosta de nome, sair e encostar a porta eu pergunto:

— Julia ainda está dormindo né?

— Está tomando banho. — Fala pegando as chaves sem nem olhar para mim, está linda pra variar. — Madrugou hoje ein. Está mesmo querendo falar com ela.

— Lógico que eu quero, estou querendo me desculpar com a minha irmã, mas ela não colabora.

— Você pisou na bola, Vinicius. — Fala passando por mim e me encara rapidamente. — É óbvio que ela está chateada, até parece que não conhece Julia, a mais dramática da família. — Volta a andar e enquanto fecha a porta ela murmura. — Se resolvam logo, não aguento mais você aqui em casa.

Depois de Millena fechar a porta e ir embora, eu vou em direção ao quarto de Julia, que ao contrário de Millena é totalmente organizada, até a cama já está toda arrumada, olho no relógio e só se passaram vinte minutos, por isso  ela ainda está em casa.

Me jogo em sua cama, e pego o controle da televisão porque pelo jeito ela vai demorar, está na maior cantoria dentro do banheiro. Passo por vários canais até desistir e deixar em um jornal, não passa nada de bom de manhã credo. Começa a passar sobre o aumento de tráfico. Tráfico de todos os tipos, drogas, crianças, mulheres, armas e muitos outros, só que esse papo me deu mais sono ainda e acabo cochilando, fui acordar no chão com o baque.

— Mais que raios... — Resmungo olhando em volta e olho pra cima vendo minha irmã me encarando.

— Está fazendo o que aqui, Vinicius? — Pergunta de cima da cama. — Já cansou de bancar a babá pra piranhas?

— Julia...

— Julia o que? Pode levantar esse corpo que carrega uma cabeça imprestável e sair da minha casa, por favor? — Aponta para a porta.

— Não! — Digo já de pé de frente pra ela. — Você vai me ouvir, pare de fugir e se esconder.

— Não quero conversar com você, vai conversar com sua nova amiguinha.

— Olha, eu sei que fui um estúpido por discutir com você...

— Foi mesmo. — Murmura cruzando os braços e me encarando, reviro os olhos e continuo.

— E mesmo eu não concordando com sua opinião. Não devia ter brigado com você, para defender uma pessoa que tinha acabado de conhecer.

— Acabado de conhecer e não sabia nada sobre ela. — Faz um bico enorme e franze a testa. — Agora você deve saber a vida toda da embuste né? — Estica o braço e pega a minha mão. — Já está casado? Cadê a aliança?

— Larga de ser chata, Julia! — Tento puxar minha mão de volta mas ela crava as unhas na minha mão e no meu braço. — Cacete! Estou tentando me desculpar e você está me agredindo.

— Essa dor que está sentindo, é pouca a que eu senti quando você defendeu ela, e gritou comigo. — Rosta entredentes e aperta mais minha pobre mão. — Devia arrancar sua língua fora! Assim você não falava merda.

Faço uma careta, e com um pouco mais de força eu puxo minha mão.

- Tá bom, tá bom. - Ergo os braços rendido e com medo. - Me desculpa por tudo aquilo e mais um pouco. Passei esses dois dias em casa, pergunta para o porteiro se quiser. Vou sair com ela só amanhã, pode vir junto se quiser.

Julia parece se acalmar e então um brilho malvado aparece em seus olhos, e depois um sorriso que não sei destinguir. Agora eu estou com mais medo ainda.

- Beleza então, está desculpado. - Desce da cama e vem em minha direção me abraçando. - Agora já pode ir, venha me buscar amanhã sim?

Quando vejo estou sendo arrastado para fora do quarto, Julia ainda retorna para dentro e pega uma escova de cabelo e começa a pentear. Me jogo no sofá e ela vai para a cozinha.

- Vou tomar café com você. - Falo e pego um celular que está em cima do sofá e coloco na mesa de centro.

- Folgado, deve estar sem nada pra comer naquele chiqueiro que você chama de casa.

- Estou mesmo, tenho que ir no mercado. Mas minha casa não é chiqueiro.

- Tanto faz, não moro lá mesmo. - Murmura pegando duas xícaras no armário. - Aliás, como você entrou aqui em casa? Roubou as chaves de novo?

- Lógico que não! Não sou ladrão de chaves. - Falo indo para a cozinha. - A Millena abriu pra mim. Bom, na verdade foi um tal de Juca que abriu, mas eles estavam saindo juntos. - Coloco café na minha xícara. - Pode me dizer quem é esse tal de Juca?

- Juca dormiu aqui de novo então. - Murmura pra si mesma mas eu escuto. Ela se vira pra mim. - E para de ser curioso, vai perguntar para a Milli ou pra ele, não tenho nada haver com isso.

- Não vou perguntar pra eles, porque você pode muito bem me falar.

- Não vou não. - Se senta ao meu lado enquanto passa manteiga no pão. - A agora estou entendendo tudo... - Me encara com um sorriso safado e balança as sobrancelhas de modo sugestivo. - Está com ciúmes né?

- O que? Lógico que não! Larga de ser chata. Só estou curioso.

Julia da um gritinho fino como ela faz quando vai começar a perturbar, começa a pular.

- Vinicius está com ciúmes! Vini está caidinho por Milli! Vinicius está com ciúmes da Milli!

Levanto para fazer ela parar e quando olho para trás de Julia, Millena está parada em frente ao sofá com o celular na mão e os olhos arregalados. Paraliso no lugar e Julia para de pular e se vira dando de cara com a amiga e murmura:

- Eita!

🖐💘🖑
Oi gentee, tudo bom? 😄

Cheguei chegando com mais um capítulo. Me falem o que estão achando, sim? 😉

Boom... Por hoje é só, até a próxima.🤗

Beijocas 😙💋

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