16 - Rainha prateada

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Mackenzie não sabia o que faria com sua camisola que estava encharcada

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Mackenzie não sabia o que faria com sua camisola que estava encharcada. Mas sentou-se ao redor do fogo e desejou que ele cumprisse o papel de aquecê-la ao passo que secasse suas vestes a tempo de dormir. Mas ao contrário do que havia esperado, o tecido de algodão não havia secado completamente, e o sono não colaborou, pesando em seus olhos que começaram a se fechar logo depois de ter comido boa parte do coelho, que ela jurava estar mais suculento do que provavelmente estava. Não era como a deliciosa e requintada comida do Castelo. Isso ela tinha ciência. Era um jantar rudimentar, como caça preparada no improviso, mas é como dizem: a fome é o melhor tempero, e Mackenzie não pestanejou em devorar a coxa do coelho e depois o flanco como se fosse o melhor dos assados de faisão.

Depois disso, ela deitou de barriga para cima, a noite muito agradável e cintilante; a fogueira cumpria a proeza de repelir os insetos que a essa altura já não mais incomodavam Mackenzie. Mas ela não agradeceria ao druida embora ele a tivesse acendido.

Mais tarde, no final da noite, envolvida por um sono profundo, Mackenzie não foi capaz de distinguir a realidade do sonho quando começou a ver um brilho prateado reluzir ao seu redor. A visão foi tomando foco, e ela se viu dentro de uma surpreendente armadura prateada. Sentido o gelado do metal em sua pele.

"Era real!" ela se surpreendeu ao deslizar as mãos pelo corpete revestido por uma grande placa maciça entalhadas com labor que envolvia perfeitamente os seios e lhe protegeria o coração, as axilas, pescoço e ombros de qualquer ataque de flecha, adequando-se perfeitamente à cintura.

Os cabelos estavam contidos por grampos cravejados com diamante em um coque volumoso para que eles não atrapalhassem sua visão no campo de batalha.

Ela era pequena, mas dentro daquela armadura reforçada, sentiu-se grande. Era como se estivesse prestes a mudar algo, e rosto estava iluminado de um jeito que Mackenzie não podia se reconhecer. Não havia descrição para aquilo, e mesmo que ela não conseguisse se enxergar naquela posição ela era tudo o que uma rainha precisava ser, uma mulher confiante, assustadoramente preparada para o que estava por vir, como se aquela fosse a sua batalha.

"Por Angora!" Uma multidão urrou com ânimo e esperança.

Quando ergueu a cabeça, voltando-se para o céu, seus olhos azuis se tornaram tempestivos em meio ao céu obscuro e atormentado, que retumbava pavorosos relâmpagos e trovoadas. Uma gota despencou de cima e desmanchou-se na pele suave da Princesa, advertindo que a chuva começaria.

O cenário não podia ser do mais caótico, e agora ela podia ver o exército logo atrás, sem poder distinguir com exatidão quem era quem, porque a enchantix irrompeu do horizonte, carregada por dois Ursos Albendras com um puma tão negro quanto as vestes dela ao seu lado. E por onde ela e seu exército passavam, tudo se transformava em chamas. A grama do campo aberto pegava fogo, um fogo que não era real, porque ele não destruía o que tocava.

Aquela era Europa. Ela teve uma certeza assustadora ao ver a mulher de longos cabelos negros e coroa de fogo, a pele tão branca quanto a luz de um dia quente.

Reino Perdido [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora