30 - Sol nascente

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Na manhã seguinte, Mackenzie acordou com sacolejos leves em seu ombro. Ela resmungou, tentando resistir em acordar, mas quem quer fosse, insistiu e quando as pálpebras se abriram em apenas uma linha estreita, sua visão não estava muito nítida e a escuridão era predominante sobre os ombros de Edlun que parecia fitá-la com evidente ansiedade.

Ela não soube distinguir se era sonho ou realidade, mas quando seu corpo parou de ser balançado, ela fechou os olhos em três piscadas leves e voltou a mergulhar na escuridão do sono.

— Vamos... Anne... — Ele dizia com a mão sobre seu braço, sacudindo-a vezes seguida. — Eu preciso lhe mostrar uma coisa.

Ela abriu os olhos novamente, de súbito, dessa vez muito mais dispersa do que da última vez e deu um pulo.

— O que foi? — Mackenzie perguntou baixinho com os cabelos bagunçados.

— Preciso que venha comigo, quero mostrar uma coisa a você... — Ela ia se explicando como se estivesse prestes a entregar um presente a Mackenzie.

— Mas nós não temos muito tempo... — Edlyn informou, observando-a ainda parada no mesmo lugar, maneando as mãos ao dar pressa.

— Agora? — Questionou — o que está acontecendo? — Ela dizia com as sobrancelhas franzidas enquanto agitava-se em se preparar para sair.

— Você vai descobrir já, já. — Ele disse e os olhos dele cintilaram quando um sorriso transbordou pelo olhar.

Pouco tempo depois, Mackenzie se via resfolegante ao caminhar ao lado de Edlyn por uma colina de grama verde, umedecida pela brisa da madrugada. À medida que subiam, mas a temperatura caia e o ar se tornava rarefeito e denso. As esparsas árvores estavam assustadoramente desfolhadas, seus troncos pareciam retorcer-se em curiosas tranças quando recebiam a languida luz penosa dos primeiros raios de sol. O vento sutil afagava o rosto de Mackenzie e fazia seus cabelos ondularem como âmbar líquida ao sol que começava a pôr-se por trás das nuvens mais baixas.

— Anne... — Edlyn ia dizendo quando se virou por cima da cintura para lhe dizer alguma coisa.

Algo na garganta de Mackenzie se apertou, e um sentimento pesado fez com que sua respiração se tornasse pesada e dolorosa. Ela se encolheu mediante a sensação de se manter em uma mentira, pois sentia que havia uma confissão em sua garganta, mas antes de se pronunciar, ela suspirou antes de finalmente tomar coragem de perguntar:

— Nunca sentiu vontade de saber meu nome verdadeiro ou qualquer coisa que eu tenha a dizer a meu respeito?

— Estaria mentindo se disse que não... — ele respondeu com honestidade, o vento levando sua voz para trás enquanto andava, mas Mackenzie teve a sensação de que aquilo não era tudo o que ele tinha a dizer.

— Mas nunca lhe passou pela cabeça perguntar? — ela quis saber, perscrutando-o de esguelha com cuidado.

Ele levou algum tempo para responder, mas quando o fez, sacodiu a cabeça numa negativa sutil.

— Esperava que dissesse por você mesma... — respondeu depois de um silêncio arrastado.

O vento bateu mais forte no peito de Mackenzie e ela franziu as sobrancelhas de uma forma inquisidora e confusa:

— E porque você acha que eu faria isso?

— Não faço ideia. — Respondeu franzindo os lábios, enquanto tentava conter a resposta verdadeira. Tudo o que Edlyn desejava era que Mackenzie confiasse nele. Ele não sabia em que momento percebera que eles não eram inimigos e à medida que o tempo passava, isso se tornava cada vez mais evidente e uma hora ou outra ela seria capaz de enxergar isso. — Intuição, talvez. Mas eu presumo estar certo. — Pontuou avidamente. — Porque estou com a sensação de que quer fazer isso agora.

Reino Perdido [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora