The worst year

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Boa leitura 🌼

Escuto um barulho horrível ecoando pelo meu quarto, aperto meus olhos de sono, não quero acordar, não quero ir para aula, prefiro ficar na minha cama quentinha. Meu celular continua a tocar e vibrar em cima de minha escrivaninha, sei que já está na hora de acordar para a escola mas não estou muito afim de ir. Pego meus óculos ao lado e o coloco, assim pegando meu celular.

Paro o despertador, 6:15 da manhã.

2 mensagens as 5:30 am.

Green: Bom dia amor, pronto para escola?

Penso o quão abusivo esse garoto era... Respondo.

Eu: Por que está fazendo isso?

Apenas pergunto, levanto-me da cama apoiando meu celular novamente onde estava, faço minha higiene matinal, visto minha calça de cor beje e minha camiseta branca, coloco meus suspensórios e ajeito meu cabelo. Alguns fios ficam rebeldes.  Maldito cabelo.

Pego minha mochila e meu celular, enfio no bolso, não obtive mais resposta da pessoa desconhecida, desço as escadas e vejo minha mãe preparando o café. Jay sorri com ternura para mim e faço o mesmo, pego uma maçã na fruteira em cima da mesa.

"Então filho, como está indo na escola nova? Já fez algumas amizades? Alguém te incomodou?" - minha mãe pergunta e ignoro a segunda, respondo apenas sua primeira pergunta.

"Não ainda mamãe, mas tenho certeza de que ninguém irá querer se sentar comigo por eu ser gay"- Digo abaixando o olhar sentindo minha mãe se aproximando de mim tocando em meu rosto.

"Nunca mais diga isso Tomlinson, você vai encontrar o amigo certo, fique tranquilo qualquer coisa me chama"- Ela diz, olho o relógio e percebo que está na hora.

Me despeço de minha mãe e vou me direcionando para escola, não é muito longe por isso vou a pé. O vento gélido bate em meu rosto, percebo que irá esfriar mais tarde, porém está abafado, não trouxe blusa. Doncaster está acinzentado, algumas pessoas andando nas calçadas com pressa para o trabalho, alguns conhecidos me cumprimentam e eu aceno de volta, penso que ainda existem pessoas boas nesse mundo.

Percebo um carro atrás de mim, olho para trás, vejo dois garotos dentro dele, um Audi preto, o garoto do motorista está se aproximando de mim, tento acelerar meus passos, mas o carro é mais rápido que minhas pernas. Isso já aconteceu uma vez comigo, por isso tento me apressar para que não ocorra novamente. Escuto os dois garotos dentro do carro dando risadinhas, tento ignora-los, mas sei que irão aprontar comigo. Vejo que o veículo está se aproximando mais rápido, ficando um pouco distante de mim, me sinto um pouco aliviado mas isso dura segundos, antes de um sair, é o garoto do passageiro.

Ele está vindo em minha direção soltando um sorriso de lado daqueles sapecas, ele anda meio descolado, é moreno com topete e uma mecha amarela. Algumas tatuagens em seu braço, usa calça skinny jeans e camiseta branca. Ele chega perto de mim, ignoro-o tentando me desviar, sem sucesso. Ele me para com suas mãos em meu peito me empurrando, fazendo-me cambalear para trás.

"Seu bichinha nojento, você sabia que muitos bichinhas morrem? Eles merecem morrer assim como você, na nossa escola não há algum pois sempre damos um jeito não é mesmo Harry?"- Ele grita para o garoto do motorista, não consigo ver quem é que está dirigindo e o mesmo grita que sim.

Tento me recompor, não digo nada, tiro um fio de cabelo de meus olhos que estão pedindo de enxergar, novamente tento passar de sua frente porém, falho. Minha respiração está ofegante, meu coração acelerado, sei que o pior está por vir, olho ao redor e não há ninguém na rua, sinto medo. Meu corpo está tenso, minhas mãos suadas e começo a ter tremedeiras. O moreno tira minha mochila de meus ombros e a joga na calçada, resmungo algo de insatisfação, de novo não por favor.

O moreno me empurra com mais força, me fazendo cair no concreto duro e gelado, gemo de dor por ter acertado minha bunda. Ele se abaixa, fica de frente para mim e pega em meus cabelos puxando com força, sinto meus olhos lacrimejarem, não tendo forças para revidar. Isso sempre acontece.

"Aí Harry, o bichinha está chorando, venha ver"- O garoto moreno zombou me dando um tapa no rosto, ardeu pra caramba me fazendo soltar uma lágrima.

Ninguém nessa porra de cidade está vendo essa cena?

Reparei que esse tal de Harry soltou uma risada escandalosa, mas não sai do carro. Senti um soco no estômago. Aquilo doeu pra caramba, foi como se eu tivesse levado várias pedras no meu estômago, não tenho forças para faze-lo parar, vejo em seus olhos que o moreno não tem piedade alguma, só vejo repulsa e nojo de mim.

Ele continua a me dar socos, mais um e mais um, até eu não poder me mexer mais, apenas fico encolhido no meio da calçada, com as lágrimas escorrendo, vejo que meu óculos está no chão em minha frente meio quebrado.

O moreno vai embora, me deixando sozinho no chão da calçada, e entrando no carro, o motorista acelera fazendo barulho com os pneus cantando de propósito. E eu ali, deitado e gemendo de dor. Provavelmente iria chegar atrasado para aula. Tento me levantar com certa dificuldade sem gemer mas falho. Pego minha mochila e meu óculos meio quebrado, o guardo.

Assim que chego na escola caminhando pois se eu corresse iria desmaiar quase com o portão se fechando, aperto meu braço de leve contra meu estômago e me segurando para não chorar, imagino que esteja todo roxo por conta dos socos. Entro na sala, vejo que todo mundo está lá, inclusive a professora, vejo também o garoto de cachinhos novamente em seu lugar, dando risada com os outros colegas inclusive o moreno.

Sento em meu lugar, me esforçando para não gritar de dor ao me curvar. Eu só queria ir embora dali, mas não poderia perder um dia de aula. Sinto meu celular vibrar, retiro do bolso.

Green: Soube que levou alguns socos hoje, me desculpe por isso :(

Que raios? Como ele sabe que levei socos? Ele me viu e não teve a capacidade de me ajudar? A quem estou querendo enganar Tomlinson?

Eu: Você ficou sabendo por quem?

Mexo-me na cadeira gemendo um pouco de dor, na verdade estou tendo dificuldade inclusive para respirar de tanta dor que sinto, seguro minhas lágrimas de não rolarem pelo meu rosto. A professora entra na sala.

Green: Louis, a escola inteira ta sabendo

Coloco meu celular no bolso sem responde-lo, engulo com dificuldade o nó em minha garganta se formando, tento ignorar e começo a prestar atenção na professora e percebo mais uma vez que esse ano vai ser meu pior ano de todos.

Bullying Boy (Larry Stylinson Fanfiction) Onde histórias criam vida. Descubra agora