You wouldn't understand

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A coisa que eu mais odiava no mundo era ir para escola. Odeio, e odeio mais ainda o som do despertador. Era meu segundo ano na escola, na verdade eu havia passado de série raspando por causa da ajuda de minha mãe. Eu estava todo fodido o ano todo, não tinha ninguém para me ajudar nas recuperações, Zayn estava na mesma então nem ele poderia fazer algo por mim. Então eu estava prestes a falhar o ano todo quando minha mãe chegou a implorar para o diretor.

Agora eu estava no segundo, e minha mãe havia me dito para eu prestar mais atenção nas aulas e fazer as lições ao invés deu ficar fumando, saindo pra beber com meus amigos. Eu bufava toda vez que ela me dizia isso, mas sabia que estava certa. Então quando eu escutei o despertador tocar, me levantei e fiz minha higiene matinal, coloquei minha roupa de sempre, uma calça skinny jeans preta e uma camisa branca meio rasgada embaixo, mas não estava nem aí. Peguei minha mochila e desci escada abaixo um pouco apressado. Avistei minha mãe pronta para trabalhar, dei um beijo em sua bochecha e disse um "bom dia" e a mesma sorrio com ternura enquanto pegava minha chave do meu Audi preto na casinha pendurada.

"Bom dia querido, por favor novamente, preste atenção nas aulas para eu não ter que fazer um escândalo na diretoria de novo meu filho"- Ela me pede com reprovação nos olhos, eu assinto suspirando pesadamente.

Assim que saio de casa, entro em meu carro ligando o rádio que toca baixinho me fazendo cantarolar. A manhã de Doncaster estava abafado, mas eu tinha certeza de que iria esfriar a tarde. O clima era meio louco aqui, mas eu gostava. Enquanto dirigia para casa de Zayn, com meu braço direito apoiado na janela e uma no volante, eu reparava de vez em quando a vista afora.

Eu dava sempre carona para o Zayn, ele me ajudava com a gasolina de vez em quando, não que eu precisasse, mas ele fazia questão. Então vou em direção a sua casa. É pertinho da minha, assim que chego ele já está me esperando com seu material na mão na frente de sua porta. Ele veste uma calça preta, camiseta preta e uma jaqueta preta, ele era todo assim, nunca colocava alguma coisa colorida, inclusive eu, porém de vez em quando eu variava em algo, como por exemplo a camisa, mas a minha calça era sempre do mesmo jeito. Ele sorri para mim e foi em direção ao banco do passageiro, abre e fecha a porta com cuidado, me cumprimenta com um toque na mão, era nosso costume.

Vamos para escola, não comentamos nada até chegar na mesma. Estaciono meu carro na vaga, descemos do mesmo. Encontramos vários rostos novos, garotos, garotas, alguns ficam sozinhos, outros já se encaixaram em seus devidos grupos. Penso se em nossa sala terá alunos novos, ano passado teve alguns, esse ano creio que esteja com vários rostos novos.

Assim que chegamos na sala encontro nosso grupo de amigos no canto da sala conversando e rindo animadamente. Zayn os cumprimenta, eu faço o mesmo, fazendo toques com as mãos, nossos colegas nos perguntando como foi de férias e o que fizemos. Olho em volta, vejo que há sim pessoas novas, algumas garotas e alguns garotos, de todos os jeitos diferentes, procuro e observo se tem garotos do mesmo tipo que eu.

Não avisto, porém quando olho para frente, vejo um garoto entrando, observo-o sentando no fundo com o rosto abaixado, ele apoia seu material na carteira, fica apoiado com o braço por cima. Ele veste uma camisa branca e uma calça de cor bege, seu cabelo jogado para o lado meio bagunçado como o meu. Percebo que estou o encarando demais quando a professora chega e não a noto. Todos estão sentados em seus devidos lugares, nos apresentamos e soube que seu nome era Louis.

...

No intervalo, estamos sentados em cima da mesa do refeitório, me perco em como tentar falar com Louis, só que aqui nessa escola ninguém aceita gays, muito menos meus amigos, e eu sou um deles. Não quero que eles percebam que sou um, e muito menos Louis, sei que eles fariam mal para o garoto. Tentei pensar em alguma forma para me comunicar com Louis, tenho uma ideia. Me afasto dos garotos sem eles perceberem já que estão entretidos entre si e volto para dentro da escola.

Os professores têm sua própria sala para fazerem o almoço, então aproveito e vou para a sala do diretor. Vejo que não há ninguém pelos corredores, a porta da sala do diretor está aberta, fecho por trás. Vou em direção as gavetas, procuro e procuro, mas não encontro as fichas mas onde diabos esse diretor esconde? Finalmente acho uma enorme com várias dentro, sorrio de felicidade, e vou diretamente para letra L. Tem um monte de aluno com a letra L, tento ser rápido, depois de alguns minutos encontro a de Louis Tomlinson. Contém algumas informações dele como nome dos pais, a escola em que ele estudou, suas notas e melhor ainda seu número de contato, pego meu celular do bolso e tiro foto rapidamente. Percebo que está na hora de tocar o sinal para próxima aula, guardo novamente a ficha no lugar, me apresso para abrir a porta, checo se há alguém nos corredores, de novo, não há. Escuto o sinal tocar e corro para a sala novamente.

Chego com alguns alunos na sala, assim avisto Louis no seu lugar, aproveito que ele está distraído e meu amigo Zayn batendo papo com os outros colegas e mando uma mensagem para ele.

Eu: Oi

Eu: Você é o garoto mais lindo dessa escola

Eu: Seus olhos são mais azuis que o oceano todo

Envio e o vejo pular da carteira e retirar o celular do bolso, o observo sorrindo por dentro, ele arregala os olhos. Louis olha em volta, tiro meu olhar sobre ele e viro para frente antes que ele me veja, ninguém pode saber que eu tenho uma paixão por Louis Tomlinson, eu estaria ferrado.

Sinto meu celular vibrar novamente, sorrio.

Louis: Quem diabos é você? Segundo como sabe meu número?

Ele responde, dou uma risadinha baixa, penso em algum nome misterioso para dar a ele, Louis não pode de jeito nenhum saber que sou eu, e ninguém ainda pode saber que sou gay. Penso em um nome aleatório, quase gargalho na sala, dou uma observada ao redor e vejo a professora passando algo na lousa, olho para Louis que está anotando em seu caderno, Zayn ao meu lado mais perdido que eu olhando para o nada.

Eu: Bem, no momento pode me considerar como Green

O encaro, ele pega novamente o celular, vejo que Louis tenta segurar a risada e eu também, o quão estúpido estou soando aqui? Meu celular vibra.

Louis: Green? Você não tem um nome?

Eu não podia fazer isso, não mesmo.

Eu: Obviamente tenho, mas no momento não posso te dizer

Louis: Por que? Qual o problema?

Eu: Você não iria entender

Então ele para de me responder já que a professora nos chamou atenção, infelizmente também guardo meu celular no bolso para minha mãe não ter o risco de vir esse ano na escola novamente. Eu queria tanto poder me aproximar de Louis, mas infelizmente eu não podia. Iria sofrer um bullying do caralho se soubessem que sou gay, e possivelmente Louis também. Tirei Louis de meus pensamentos um pouco e tentei focar na aula, e estava sendo difícil como sempre.

Bullying Boy (Larry Stylinson Fanfiction) Onde histórias criam vida. Descubra agora