PNF - Capítulo 19

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Olá... como eu posso dizer!? Então, esse capitulo contem algumas cenas improprias pra família tradicional brasileira hahaha, é leve, mas tô avisando pq tem gente que não gosta e tal...

[Rodrigo Aguilar]

Comendo o pão que o diabo amassou, porém, passando requeijão porque não sou obrigado.

O restaurante estava fechado para a sua inspeção mensal, balanço de despensa e controle de praga, e eu, sempre que isso acontecia, parecia perder o sentido da vida. Era só um dia, mas ainda assim, me encontrava na bad ouvindo as musicas da Lana Del Rey.

Yuri tinha saído, de novo devo acrescentar, com a Clara para mostrar sei lá o que em sei lá onde, eu realmente deveria ouvir mais meu filho quando ele começa a falar sem parar, mas... hoje não Faro.

E a Bisteca, bom, a Bisteca, depois que eu lhe dei comida, perdeu o encanto por mim e foi se deitar em sua caminha. Eu parecia aquelas tias velhas que já não tem mais nada pra fazer, já viveu tudo que tinha pra viver e agora passava meus dias assistindo algo ruim na televisão. Até a Raquel me abandonou pra ir a um encontro com um carinha que conheceu naquele aplicativo do foguinho.

Que situação, telespectadores!

Talvez eu devesse baixar o tal aplicativo também, seria fim de carreira, eu sempre tive isso em mente, mas quando já se está no fundo do poço, por que não pentear os cabelos da Samara?

Mas, o grande problema que eu sempre encontrava nessas tais redes sociais era que as conversas simplesmente deixavam de fluir. Geralmente conversava um ou dois dias seguidos com uma pessoa e então ela parecia ser sugada por algum buraco negro que se abre através da tela do celular, fazendo a conversa morrer aos poucos e tudo acabar apenas como um contatinho. Talvez a Raquel esteja mesmo certa e o problema seja em eu mesmo me boicotar antes que algo de mais sério aconteça.

Talvez. Quem liga?

Quem liga eu não sei, mas alguém mandava uma mensagem pro meu celular depois de 84 anos, e me fazendo ficar surpreso. Abaixei o volume da televisão – num gesto sem pensar – para ler melhor o que estava escrito diante da tela e sorri:

"E aí, bora ou bora?"

Uh Vicente! Encarei a mensagem por mais alguns segundos até o cérebro processar que ele estava mesmo me chamando pra algo. E, se eu o conheço bem, algo sexual. Eu gosto disso.

Sabe de uma coisa? Se é para o bem geral e felicidade da nação, diga o povo que irei.

Vicente e eu tínhamos o que se pode chamar de amizade colorida e nos encontrávamos quando não tinha mais nada pra fazer, então eu supôs que ele também estava tão avulso quanto eu em casa. Ele era o responsável pelas carnes lá no restaurante – eu não levo a sério o ditado que diz que não se deve comer o pão onde se ganha à carne – e numa noite onde, depois de fecharmos o restaurante, eu passei em claro pra procurar um maldito peixe pra um ensopado e adicionar no cardápio, ele foi comigo. Rolou algo entre nossas conversas e depois rolou algo a mais além das conversas. No dia seguinte, o clima não ficou estranho ou nada disso, então, nós continuamos nos encontrando às vezes. Sem nada sério ou algum tipo de compromisso. E é por isso que num instante, logo depois de tomar um banho e me arrumar, eu estava saindo pra ir até a casa dele. Porque já dizia aquele ditado escocês: comida e sexo de graça a gente não recusa.

Já na porta do seu apartamento – cujo qual eu demorei uns vinte minutos pra chegar – toquei a campainha, esperando que a porta fosse aberta. O que não demorou muito pra um baixinho – tudo bem que todo mundo é baixinho pra mim, porque eu sou alto demais – aparecer na porta apenas com uma toalha na cintura, deixando a mostra todas as suas curvas. Parece até que estava atrás da porta me esperando chegar... Talvez estivesse mesmo, pensei.

Por Nossos FilhosOnde histórias criam vida. Descubra agora