Capítulo 8 - Primeiro Dia De Aula

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Tá, eu confesso que o final daquele desastre foi totalmente inesperado. Quem ia imaginar que ele ia pedir meu número?
Como ainda não tinha feito muitas amizades na cidade, precisava conversar com alguém, e a Brenda foi a única que passou pelo minha cabeça.

- Oi, Lola. Bom dia, né? Como que estão as coisas aí? - Brenda disse, com voz de sono.

Tinha esquecido do fuso.

- Foi mal pela hora, esqueci do fuso. - ri - Aqui tá tudo bem. Ontem comprei umas coisas pro apartamento. Coisas básicas, mas já já fica com a minha carinha eu acho. - digo.

- Eita, cuidado pra não ficar muito a sua cara. - ela diz.

- Como assim? - rio, sem entender.

- Ah, porque vai que o dono não goste que você faça muitas mudanças no apartamento, sei lá. - ela responde.

- Não, ele me deu liberdade pra fazer as mudanças que eu precisasse. Super gente boa ele, inclusive. - digo.

- Se você diz... - ela suspira - Gente boa, hum?

- Não desse jeito que você tá pensando, calma. - rimos.

- Então, Bren, preciso te contar uma coisa. - digo, empolgada.

- O quê? Conta, conta tudo! - ela disse, gritando.

- Você lembra aquela banda que você me mostrou antes de eu viajar, New Hope Club? - perguntei.

- Claro. O que houve? Você encontrou eles? - ela surta.

- Na verdade, sim. Encontrei o Blake. - suspiro de lembrar da cena.

- Logo o que você gostou mais, que sorte! Mas como foi? Me conta.

- Eu estava andando na rua, distraída como sempre.

- Óbvio - ela interrompe.

- Aí eu, do nada, esbarro em alguém e acabo derramando o café que eu estava tomando na pessoa. E quando eu vi, era ele. - suspiro - Imagina minha cara, queria só um buraco pra eu me esconder na hora. - ri.

- Caramba, Lola. Tinha que ser você, cara.

- Mas não foi ruim no final das contas, porque depois fomos juntos até uma loja de roupas pra comprar outra camisa. Aí ele pediu meu número. - digo, empolgada.

- Cala a boca! Cê tá brincando, né?! - Brenda disse, um pouco exaltada.

- Não cara, é sério. Mas eu nem sei se ele vai ligar, quais as chances? - bufo -  Até porque no começo, eu nem percebi que era ele mesmo, mas sabia que o rosto era familiar. Quando ele disse o sobrenome foi que eu juntei as peças do quebra cabeças.

- Cara, eu to sem acreditar, sabia? Como ele pediu seu telefone, mano? Logo você. - ela ri.

Ué? Qual o problema dele pedir?

- Ai Brenda, ele é tão mais lindo pessoalmente. Super fofo e engraçado, tem um sorriso muito atraente também.

- Xi, já tá ficando doida por outro garoto. Socorro. - ela diz.

- Eu não estou gostando dele, a gente nem saiu. Eu só derramei café nele e ele chamou minha atenção, só isso. - digo, séria.

- Mano, olha como você tá falando. Tá ficando apaixonadinha sim. Vou esperar as cenas dos próximos capítulos e vou dizer que te avisei quando ele ligar pra você. - a Brenda diz.

- Para, garota. - rimos. - Eu tenho que me arrumar pra sair, depois falamos.

- Cuidado pra não se apaixonar pelo primeiro estranho que você ver. - ela diz.

- Cuidado pro veneno não te matar, hein? - digo, brincando.

- Relaxa, ele só mata quem eu quero. - ela ri.

- Tchau, Bren.

- Tchauzinho. - ela diz e desliga.

Sabe aquela sensação de ansiedade? Eu tava sentindo aquilo. Fazia muito tempo que eu não sentia isso com as mudanças, a última vez foi quando eu peguei umas conversas da Brenda e do Matheus no celular dele e achei que ele estivesse me traindo, mas acabou sendo um mal entendido. Desde então, até hoje, nunca tinha sentido mais isso.

Tomei banho, fiz meu café da manhã e passei um pouco de maquiagem para cobrir as imperfeições (a cara toda basicamente). Coloquei um moletom e leggings, junto com meu All Star branco, porque estava nevando no dia. Terminei de lavar a louça e saí para pegar o metrô.

Cheguei na frente do prédio da universidade e era enorme. Muitos andares e muita gente, diferente da minha escola no Brasil que era razoável.

Entrando no prédio, encontrei tipo uma monitora ou alguém que trabalhava lá. Ela parecia estar disponível caso alguém precisasse de ajuda, então fui até ela e me apresentei.

- Bom dia, eu sou a Lola. Será que você poderia me ajudar a encontrar minha sala? - pergunto.

- Bom dia, Lola. Eu sou a Sandra Cavill, coordenadora da área dos intercambistas. Você é a Lola Parker, certo?

- Isso mesmo. - sorrio.

- Venha comigo, vou te entregar seu calendário do semestre e te mostrar um pouco da universidade. - ela disse.

Ela me entregou o calendário e fez um pequeno tour pela universidade, mas falou que aos poucos eu iria conhecendo o resto. Depois disso, me levou até minha sala, a primeira aula era de História da Soberania.

Assim que entrei na sala, a maioria das pessoas olhou pra mim. Por sorte, o professor ainda não tinha chegado. Sentei atrás de uma menina loira, o nome dela era Zoe. Conversamos o básico pra saber de cada uma. Durante um trabalho em dupla que o professor Nick passou, ela me apresentou as outras pessoas. Ela foi bem simpática e legal. Trocamos os números de telefone, fiquei feliz por ter encontrado alguém no primeiro dia.

Por outro lado, nem tudo são flores. Nem todo mundo ali é gente boa. Conheci uma ruiva chamada Maddie. Já percebi que essa daí não presta. A situação foi simples, ela chegou depois de mim e onde eu estava sentada,  segundo ela era o "lugar" dela.

- Hãm, querida esse é o meu lugar. Fora! - ela disse, sendo arrogante.

Talvez se ela tivesse sido educada, eu tivesse saído tranquilo. Mas como não foi o caso...

- Não to vendo seu nome aqui escrito, querida. - Respondi, calma.

- Como você ousa? Você sabe quem eu sou? Sua... sua... Ah, sei lá quem ela era -  ela disse, sem fazer ideia do que falava.

- Primeiro, isso aqui não tem reserva de ninguém. Segundo, não quero saber quem é você - suspiro - e terceiro, eu não tenho medo de você, ruiva oxigenada. - falei, mantendo a classe.

- Você vai se arrepender! - ela disse, irritada porque teve que sentar em outro lugar.

Coitadinha! Que menina egocêntrica. Qual era o problema dela pedir com educação? Eu não teria problema em sair.

Enfim, depois dessa pessoa tirar minha paz, me acalmei e a aula fluiu bem novamente e foi muito boa.

[Capítulo Revisado]

Por Um Continente De Distância // Blake Richardson [COMPLETA] Onde histórias criam vida. Descubra agora