Maite Perroni é uma jovem de 17 anos que mora com a mãe em Porto Alegre.
Seus pais são donos de uma rede de academia e são separados a sete anos e, se pegam também a sete anos. Todo mês, quando se reúnem para o fechamento de caixa, se envolvem.
E...
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Maite
As aulas pareciam eternas e intermináveis e fiquei quieta o restante delas, eu que sempre era tão participativa nas aulas estava muda e pensativa.
— Amiga, aconteceu alguma coisa? — Roberta quis saber.
— Não, porque?
— Você está quieta.
— Não é nada.
Final da aula, recebi uma mensagem do William perguntando se eu ia embora com ele, respondi dizendo que tinha que ficar vendo umas matérias com as meninas, voltei à sala de aula e Soraya estava sentada na carteira me encarando.
— E aí, fala de uma vez o que tu quer. — Disse ríspida.
— Calma querida, porque você não está em condições de se alterar aqui.
— Fala logo, porra. — Berrei, ela levantou e me encarou.
— Quero que você deixe o William livre.
— Cala a boca, eu jamais vou deixá-lo, eu o amo, ele me ama e vamos ficar juntos.
— Não, você não está entendendo, vou falar de novo, eu quero que você termine tudo com o William e não adianta tentar ficar com ele escondido porque eu descubro, isso, ou essa foto estará no e-mail da secretaria da educação hoje mesmo. E isso vai doer muito, porque eu não queria que o renomado professor de educação física, o cara que está sendo contemplado pra dar aulas em universidades no próximo ano, tivesse sua carreira destruída por causa do descumprimento da regra mais rigorosa do colégio, e como você diz que o ama, também não vai querer isso, não é?
— Não, você não pode fazer isso. — Meus olhos encheram de lágrimas.
— Então termine com ele, marque em um restaurante onde eu possa vê-los.
— Não, vai se foder Soraya. Isso tem que ser uma conversa entre mim e ele e, esqueceu que não podemos nos encontrar em público?
— Não quero saber, você vai marcar com ele no Madero e termine tudo, quero que você o machuque bastante pra que ele nunca mais olhe na sua cara. — Que ódio, que ódio.
— Vai se foder, vai se foder. Eu jamais vou magoá-lo.
— Vai sim. — Ela segurou meu queixo com força. — Você vai fazer tudo o que eu disser, ou o que ele mais ama fazer será perdido, hoje hein? No Madero. — Ela soltou meu queixo com força e saiu da sala.
Me desmanchei em lágrimas, — eu não quero me afastar do Will, mas também não quero que ele perca o que mais ama fazer, por causa de mim. — Graças a Deus, hoje não tinha aula de zumba, então eu nem fui pra academia. Estava pensando em uma forma de terminar tudo com William sem machucá-lo, mas ele ia querer uma explicação. Depois de muito pensar, decidi que o caminho mais doloroso, porém o mais rápido, seria ser curta e grossa, então liguei pra ele.
