Perdida No Morro

Capítulo 30

        Feliz ano novo meninas! Que 2018 venha com muita paz, muitas leituras e muitos boys é claro😂♥

     Larissa

Acordei mais cedo, morrendo de dor de cabeça mas mesmo assim levantei, tenho que cuidar da vida!

Vesti uma roupinha basic e fui a luta.

Liguei o som e comecei a limpar a sala, depois fiz um almoço rapidinho mas gostoso.
Amanhã teria de sair para procurar trabalho, sei que não seria fácil, mas mulher que gosta de boa vida tem que correr atrás do seu, sempre trabalhei até quando eu estava com Rangel, agora não irá ser diferente.

Dei um grau na cozinha e depois em meu quarto.

- Separei porra! Vem xereca, vem. - cantarolei enquanto dançava e limpava a casa.

Ouvi batidas na porta e chega o coração doeu, vai que era algum conhecido de Rangel.

Abri com o cu na mão e suspirei ao ver que era Marcelo.

- Ufa, é você. - sorri.

- Pensou que fosse quem loira?

- Ninguém, entra. - abri a porta e ele entrou.

Desliguei o som, e olhei para Marcelo.

- Desculpa vim tão cedo aqui, só quis ver se tu estava bem.

- Não há problema algum, gosto de tua companhia. - sorri.

- Como você está? - ele perguntou.

- Estou bem.. Na medida do possível.

- Bom, agora vou embora então para não atrapalhar tua faxina. - sorriu.

- Não atrapalha não! Só tô dando um grau aqui por que não tenho mais dinheiro pra contratar uma faxineira.

- Você está precisando de algo? Eu posso ajudar.

- Não, jamais Marcelo. Eu ainda tenho dinheiro guardado do meu trabalho, eu era atendente e uma loja e guardei dinheiro para quando eu precisasse. Agora só preciso de um trabalho. - suspirei.

- Eu posso te dar um ótimo trabalho.

- Não Marcelo, tu não vai me empregar só porque sou tu conhecida.

- Nada ver gata, eu preciso de você e você de mim. Minha coroa mesmo eu dando tudo a ela, cismou em trabalhar dizendo que não vai ser sustentada por filho bandido.- riu. - Então tem minha irmãzinha de cinco anos, que está precisando de alguém para cuidar dela, topa?

- Claro Marcelo, eu preciso de um trabalho mesmo.

- Ok, de oito da manhã as seis da noite. Eu pago muito bem, e minha irmã é um amor.

- Tenho certeza que se for igual a tu, ela é um amor. - sorri. - Obrigado Marcelo, você está sendo um anjo na minha vida.

- O único anjo aqui é você, uma princess beautiful!

- Uê, fala inglês?- dei risada.

- Eu estudei bastante... Eu era rico, ainda sou né.

- Rico? - ri. - Pera conta direito isso.

- Meu pai é de uma família boa lá de Belo Horizonte...

- Não brinca eu também sou de lá!

- Nem sabia. - se sentou ao meu lado. - Aí minha mãe se separou dele e veio morar na favela, e ele pediu minha guarda e conseguiu,meu pai era legal mas era chato e queria que eu fosse um playboy de merda, eu tinha tudo mas não eu certo, tinha saudades de minha mãe, da favela, meus parceiros.. Então quando fiz quinze anos fugi e voltei pra cá, meu pai se irritou e desistiu da minha guarda, entrei pro mundo do crime porque quis mesmo sempre fui fascinado por isso.

- Nossa.. E seu pai como está?
Ainda fala contigo?

- Fala sim! Ele passou por uma cirurgia bem grande, mas já está bem, eu arquei com todos custos, foi mais de cem mil.

- Uê, mas ele não era rico?

- Sim, mas foi muito dinheiro. Nem ele era capaz de arcar com todos esses custos.

- Você em um bom homem e bom filho. - toquei em seu ombro. - Mas não entendo por que se envolveu n crime.

- Eu também não entendo, já fui chamado até pra ser modelo mas escolhi o crime. - ele sorriu. - Eu já vou, tenho que almoçar e voltar pro trampo.

- Almoça aqui! - saiu instantaneamente.

- Não iria negar um convite desses, ainda mais com uma mulher linda dessas.

Coloquei as comidas na mesa, e os pratos e talheres. Sinto que finalmente minha vida iria se resolver, graças a Marcelo.

Deus escreve certo por linhas tortas, e ele não dá um fardo pesado para quem não suporta carregar.

Almoçamos e rimos muito. Marcelo era super gente boa, um amigo daqueles.

Um dia Rangel iria descobrir onde eu estou, mas tudo passa. E ele vai seguir sua vida, e eu a minha.

Nada me faria voltar pra ele. Há não ser que eu descobrisse que aquilo tudo foi uma armação, coisa que não vai acontecer.