Capítulo 46

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                  Larissa

Meu mundo caiu com aquelas três palavras. Não pode ser. Tudo aquilo que eu pensei que sabia sobre mim, sobre meu nascimento era uma mentira.

- Eu não sou seu pai.

Minha garganta deu um nó, desejava que aquilo fosse mentira ou uma brincadeira.

- Como.. Assim?

- Larissa, eu quero que você saiba que você é minha filha! Pode não ser de sangue mas sempre será minha filha de coração.

- Você está de brincadeira comigo?

- Não...

- Pai eu. - deixei uma lágrima escorrer. - Me explica isso direito.

- Eu conheci sua mãe lá na fazenda, os pais dela trabalhavam lá em casa. Ela era uma menina linda, e eu sempre a quis. O tempo passou e de menina ela virou mulher, meu amor por ela só aumentava mas ela só tinha olhos pra um filho de fazendeiro rico vizinho de lá.

- Sim e o que isso tudo tem haver?- perguntei sem entender.

- Sua mãe se envolveu com esse cara e acabou engravidando...

- De mim? - uma lágrima escorreu de meus olhos.

- Sim, mas sua mãe era pobre e o seu pai biológico rico. A mãe dele descobriu antes de sua mãe poder contar a ele, e mandou seu pai para estudar bem longe. Assim ele nunca iria saber do seu nascimento.

- Então meu pai não sabe que e existo?

- Não..

- E onde o senhor entra em tudo isso pai?

- Eu não ia deixar sua mãe sozinha. Então casei- me com ela e te assumi como filha.

- O senhor a amava muito. - sorri fraco.

- Sim, Laura era tudo pra mim. - ele sorriu. - E você se tornou tudo também, eu não posso ter filhos então você é minha filha Larissa. Quando sua mãe morreu eu tomei ódio da vida, e comecei a te tratar diferente, me perdoa filha.

- Eu sofri muito... Com Melyssa, o senhor fazendo pouco caso e mim, mas... O senhor cuidou de mim mesmo não sendo meu pai de sangue.

- Sua mãe antes de morrer pediu pra cuidar de ti, e eu não o fiz. - ele chorava.

- Não chore papai. - o abracei chorando.

- Eu te expulsei de casa filha. Eu te abandonei por causa do meu orgulho, por causa de uma mulher que nunca me amou.

- Eu te perdôo, e me desculpe também por tudo que fiz.

Os aparelhos começaram a apitar, as batidas cardíacas de meu pai começaram a falhar.

- Pai, fala comigo. - o abracei. - Socorro. - gritei.

- Eu vou chamar os médicos. - Rangel falou.

Meu pai deu um sorriso fraco e segurou a minha mão dizendo:
- Eu te amo filha, sempre serei seu pai. - apertou minha mão. - Seu nascimento foi lindo, eu e sua mãe fomos muito felizes, me perdoa.

- Pai,eu também te amo. - eu chorava incontrolavelmente.

- Moça a senhora tem que se afastar.- a enfermeira chegou na tentativa de fazer meu pai voltar.

- Mas é meu pai.

- Larissa, deixa eles fazerem o trabalho deles. - Rangel me abraçou me tirando dali.

Só podia ver eles tentando trazer meu pai de volta, mas já era tarde. Ele não respondia mais, seus batimentos falharam, ela havia me deixado...

- Eu sinto muito querida. - a médica me abraçou.

Perdida No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora