Capítulo 20

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                       Luísa

Acordei, limpei a casa toda e dei de mamar a minha neném. Minha filha era a coisa mais fofa desse mundo, era uma das poucas alegrias  que eu tinha na vida.

Hoje tomo bem na cara pra aprender, larguei tudo por causa de macho, engravidei cedo e me fodi.
Assim que Lara completar uns 4 anos, eu vazo daqui e volto pro meu apartamento, nem que eu tenha que trabalhar que nem escrava mas não aturo mais Júnior.

Minha bebê foi assistir a tv, e eu fui ver por que o outro não tinha acordado, tinha que ir para aquela desgraça de trabalho.

- Júnior? - o chamei.

Ela acordou com a mão na cabeça, toquei em seu corpo estava pegando fogo, ardendo em febre.

- Caralho, tu tá com febre!

- Minha cabeça está latejando, meu corpo todo dói.

- Calma, eu vou te ajudar.

Fui até a cozinha e peguei água, fui no pote onde havia todos remédios e peguei uma dipirona, e um analgésico. Depois peguei o termômetro.

- Toma aqui o remédio.

- Não quero. - fez birra.

- Toma essa porra, tu tá ardend em febre.

Depois de tanto cu doce ele tomou os remédios, coloquei o termômetro em seu pescoço e bateu febre de 40°.

- Tu tá fodido Júnior, vamos no postinho.

- Que postinho Luísa, eu tenho que ir pra boca. - fez menção de se levantar.

- Tá doido porra? Eu vou avisar aos moleque que você está mal.

Peguei uma camisa e uma bermuda dele, a identidade e até a pistola dele.
Me sinto mal mexendo nessas coisas, mas eu escolhi assim, meu marido é bandido e é fato. Não sei se amo ele de fato, mas tenho sentimento, era só pra ser um lance, mas deu no que deu.

Ajudei ele a vestir a roupa, e joguei uma água ma cara dele. O coitado estava mal, até vomitou.

- Você vai ficar bem. - o abracei. - Eu vou levar nossa filha na casa da tua mãe e já volto pra te buscar ok?

- Não precisa, eu vou só mesmo.

- Nada disso para de ser teimoso caramba, me dá a chave da tua moto.

- Tu nem sabe dirigir.

- Já andei muito de moto lá no interior meu amor. - soltei beijo.

Ele me deu a chave da moto, e eu subi colocando minha filhona na frente. Segurei bem ela, e fui andando devagar. Cheguei na casa da mãe dele e pedi pra ela olhar a neta.

- O que aconteceu com meu filho?

- Ele está com febre alta, a senhora por favor cuida da minha filha?

- Claro querida eu cuido da nossa princesa, vai lá e traz notícias de júnior.

Sorri para ela e subi na moto, estacionei e entrei em casa. Júnior estava assistindo Bob esponja, com a mão na cabeça.

- Tá doendo muito ainda?

- Tá, pra caralho. - fez uma cara feia

- Vamos. - apoiei ele em meus braços e o ajudei a subir na moto.

Chegamos no postinho e já deixaram Júnior entra de cara, sabiam que ele era bandido e tinha moral no morro.

O médico examinou ele e eu perguntei de qual era.

- Ele está bem?

- Está aparentemente bem, ele é um cara bem saudável. Só preciso tomar uns remédios. - me entregou os remédios. - Ah e tenho uma perguntinha.

- Sim doutor?

- Ele tem usado alguma... Hum, substância.

- Drogas? - ele assentiu. - Ele usa sim..

- Então melhor ele parar.

- Eu vou conversar com ele.

- Ok.  Estão liberados. - ele sorriu.

Chamei Júnior e fomos para casa. Ele estava furioso pois ia ficar em casa e perder o pagode.

- O doutor falou que você tem que parar de usar drogas. Isso vai afetar sua saúde Júnior...

-

Perdida No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora