Capítulo 50

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                Carla narrando

Deus tem um plano para cada um de nós. Eu sempre fui muito louca, nunca fui de obedecer pai nem mãe, tanto que sai de casa com apenas dezesseis anos e vim morar aqui na favela com minha tia, mãe de Rangel.

Já me frustei tanto por causa de homem, me desvalorizei, mas sempre tive esperança que um dia iria ser feliz.

- Amiga! - coloquei a mão na cabeça.

- Que foi? - Larissa falou enquanto ajeitava as coisas no carro do supermercado.

- Eu esqueci do vinho e da catuaba. - revirei os olhos.

- Afe, eu deixei as partes das bebidas com você... Quer que eu vá pegar?

- Não precisa, vai pra casa que tu tem muito o que fazer. Eu pego o vinho e outras bebidas .

- Uns quatro está bom né. - ela falou.

- Sim, vou aproveitar e comprar mais algumas coisas.

- Ok vida. - me deu um beijo no rosto.

Lari foi pra casa e eu voltei pro supermercado, hoje era natal e a agonia estava repleta aqui no morro. Iríamos fazer a ceia todo mundo junto na casa de Rangel, eu não quero nem imaginar o dia que minha amiga sair do país, eu vou sentir muita saudade.

- Cadê essa merda. - falei sozinha até que me esbarrei em alguém. - Desculpa eu não...

Quando me virei meu coração acelerou, era Marcelo. Larissa me confidenciou que ficou com ele, isso de uma foram me arrasou, eu tinha esperanças que um dia,talvez né...  Mesmo ela dizendo que ele é só um amigo e que era uma ótima pessoa, eu não me sentia bem.

- Carla? - ele sorriu, ele lembrava meu nome.

- Oi Marcelo. - sorri sem graça. - Você por aqui.

- É, eu vim resolver umas coisas com Rangel e acabei passando no mercado.

- Ah coincidência.

- E você o que está procurando?

- Vinhos. - suspirei. - Mas eu sou uma negação, estou perdida entre tantas opções.

- Eu te ajudo, sou ótimo em escolher isso.- ele falou e eu dei um sorriso de lado assentindo.

Marcelo me ajudou a escolher os melhores vinhos, não me contentei e o convidei pra participar do nosso natal, eese homem mexia comigo, Jesus o que tô fazendo.

- Ah sim, eu vou passar a ceia com minha mãe e minha irmã. Mas depois venho aqui, tudo bem?

- Sim, que bom que vem.

Passamos no caixa, e eu paguei tudo. Estava cheia de sacos, como vou ir pra casa de Larissa deixar essas coisas meu Deus.

- Tu não quer ajuda não?

- Não precisa eu dou um jeito.

- Eu posso te levar de carro, não custa nada.

- Tu tem que voltar pro seu morro.

- Nada disso Carlinha, eu posso te ajudar sim! - ele pegou alguns sacos de compra da minha mão e colocou no porta- malas do seu carro.

Entrei no carro e não nego que fiquei olhando pra ele. Era tão lindo, um homem desses era até impossível pra mim.

- Chegamos.  - sorriu. - Eu te ajudo a levar as compras até a porta.

- Não, tu já me ajudou demais.

- Quê isso.- segurou em minha mão e eu gelei.

Meu coração estava acelerado, minha respiração falhando. Por que esse homem tem esse efeito em mim?

Ele ficou me olhando enquanto segurava minha mão e se aproximou despejando um beijo em meus lábios, mas logo se afastou.

- Desculpa.

- Não precisa pedir desculpas. - sorri. - Eu gostei.- falei tímida.

- Eu tô morrendo de vergonha. - ele sorriu de lado.

Peguei minhas compras e me despedi de Marcelo.

- Te espero a noite! - falei e entrei na casa de Lari.

Eu estava radiante! Será que alguma vez algo vai dar certo pra mim?

Perdida No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora