Capítulo 62

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              Rangel narrando:

— Isso filhão, vem pegar a bola na mão do papai. — Cris veio engatinhando até mim e pegou a bola dando aquele sorriso gostoso.

— Já está na hora dele tomar banho, Rafael. — Larissa chegou na sala.

— Ah, ele quer brincar mais.

— Nada disso. — revirou os olhos. — Você sabe que temos que dormir cedo, amanhã retornaremos ao Brasil.

Assenti e entreguei meu filho para ela. Eu estava ansioso; finalmente, voltaria para meu país. Tudo bem que vim para cá foi uma boa decisão; talvez se eu estivesse lá, o nascimento de Cristopher seria mais complicado do que já foi, e a equipe médica daqui é outro patamar, né?

— O senhor quer mais algo? — Cláudia perguntou.

— Não, Claudinha, pode ir arrumar suas coisas e esteja aqui cedo, ok? — sorri.

Subi para o quarto, terminei de colocar minhas coisas nas malas, e infelizmente, minhas armas teriam que ficar aqui nessa casa. Não poderia viajar com armas; seria muito arriscado. Enterrei as armas no jardim da casa e as deixei lá.

— Cadê meu bebê? — perguntei a Larissa, que entrou no quarto.

— Ele dormiu. — sentou suspirando.

— Que foi? Você parece que nem está animada... — me sentei perto dela.

— Animada eu estou, mas também estou com medo.

— De?

— Nosso filho ser alvo de alguma armação. Você sabe como é a vida no morro.

— Já te falei que não vamos ficar lá. Por que você não confia em mim, Larissa? Pô, eu mudei, não quero mais essa vida, quero ser um homem direito, se é que eu ainda sou todo errado, mas pelo menos quero sair do morro.

— Eu confio, Rangel...

— Eu já aluguei uma casa no condomínio pra gente, é muito chique, pô, tu vai gamar... Vai viver que nem as madames lá. — ri.

— Deixa disso. — riu. — Eu só quero rever meu pai, minha tia, minha prima e minha melhor amiga.

— Vai ver. Agora vamos dormir que a jornada amanhã é longa!

Ela me abraçou, e fomos dormir.

**

Acordei todo irritado com esse alarme fdp! Cutuquei Larissa, que acordou manhosa, toda linda.

— Acorda, amor. Vamos se arrumar. — falei.

— Bom dia.

Nos arrumamos, e eu peguei meu filho no colo. Eu estava empolgado pra caramba; rever minha coroa, os parceiros... Cláudia chegou, e fomos para o aeroporto. O vôo foi rápido de chegar. Nosso filho não parava de chorar; eu já estava irritado, mas fazer o quê.

— Dá leite pra ele. — falei com Larissa, já impaciente.

— Homem é o demônio. Na hora de fazer filho sabe, mas na hora da dificuldade, mamãe que sofre.

— Nada ver. Eu só não sei o que fazer, pô. — respirei fundo.

Ela deu de ombros e conseguiu acalmá-lo. Dei glória a Deus mentalmente.

O vôo foi tranquilo, porém demorado. Dormi, acordei, e assim sucessivamente. Contando foram oito horas de vôo, chegamos no Brasil já de noite.

Na hora do desembarque, eu já estava exausto. Iríamos pegar um táxi e ficar num hotel cinco estrelas por enquanto; não iria para o morro uma hora dessas.

Perdida No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora