Capítulo 6

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               Larissa narrando

Três semanas depois.

- Luísa? - falei enquanto minha prima corria pro banheiro.

Fui atrás dela e a mesma estava vomitando o café da manhã todo.

- Cê tá se sentindo mal?

- Tô e muito! - fez cara de nojo.

- Temos que ver por que você tá assim. - acariciei seus cabelos.

- Eu não sei. - andou de um lado para o outro.

- Hm.. Vômitos, enjôos, dores abdoninais..

- Não nem vem.

- Gravidez Luísa! Não se finge de tapada. - revirei os olhos .

- Não pode ser eu.. - pareceu pensar. - É pode ser.

- Ai meu santo protetor das mulheres em apuros! - passei a mão entre os cabelos.

- Porra eu me mato Lari!

- Se mata nada. Eu vou ali comprar o teste de farmácia, e você me espere aí se não te engarguelo com seu próprio cabelo. - disse e ela riu fraco.

Vesti a primeira roupa que encontrei e fui a farmácia perto daqui. Não é possível, que minha prima, uma moça da cidade não saiba que não usar camisinha dá nisso aí! Jesus do céu.

- É me vende um teste de farmácia por favor.- pedi com toda vergonha do mundo mesmo não sendo pra mim.

A farmacêutica com cara de furico me entregou o teste e eu fui pagar.
Paguei, e voltei ansiosa pra casa.
Luísa não pode estar grávida não mesmo!

- Pronto bebê, aqui. - entreguei o teste à ela.

- E agora Jesus..

- Lu, seja franca comigo! Suas regras já vieram?

- Não..

- Ah meu Deus...  Vai fazer logo o teste .

Ela foi no banheiro e eu esperei ansiosa. Era o futuro de minha prima que estava em jogo. Como nós cuidariamos de nós mesmas e de uma criança?

Ela saiu do banheiro sem expressão alguma no rosto e eu perguntei.

- Iai? - Luísa permaneceu calada. - Fala !

- Dois traços. - falou incrédula.

Eu também fiquei tipo "não pode ser".

Sabe quando você sabe de uma coisa, mas no fundo ainda tem esperanças de não ser verdade?

Mas é verdade.

- E agora o que eu vou fazer? Eu tô fodida Larissa! Minha mãe vai me matar , eu engravidei de um traficante , como vou cuidar da criança com apenas um salário?

- Calma! Respira fundo e bebe isso. - entreguei um copo de água com açúcar pra ela.

- Como vou me acalmar nessa situação?

- Primeiro. Você vai ligar para o pai da criança e falar tudo a ele, se ele não quiser assumir manda ele se foder! Depois, você vai contar a sua mãe, e vai cuidar da criança com todo amor do mundo.

- Pra você é fácil.

- Não Luísa! Não é fácil pra mim. Eu só tô querendo te ajudar.

- Eu sei ,desculpas mas meu nervosismo tá a mil!

              🕗🕗🕗

Uma semana se passou, minha tia não aceitou a gravidez de Luísa por o pai ser bandido . E ele fez o mínimo que podia por Luísa, chamou ela pra morar com ele.

Eu também iria , pois não tinha como pagar o aluguel desse apartamento. Eu não tenho dinheiro, e nem me estabilizei aqui no Rio.

Terminei de arrumar minhas coisas e descemos. O porteiro nos ajudou com as malas e entramos no táxi.
Paramos na entrada do morro , e o táxi não podia descer , aff.

- Júnior mandou um carro nos buscar. - Luísa falou e eu assenti.

O carro veio nos buscar. Era um moleque todo armado, eu em. Mereço.

Luísa parou na casa que iria morar. E eu parei na que ia ficar.

- Pode ficar de boa aqui na casa.- Júnior falou seco.

- Obrigado. - sorri fraco.

Ele era todo fechado, tinha cara de ignorante. Deus é mais. Espero que Luísa tenha sorte.

Me estabilizei, e dei uma geral na casa! Tava maior sujeira. Esse bicho não limpava essa casa não?

Depois me deitei exausta... Peguei meu celular, e usei meu 3g pra fuçar as redes sociais, tinha nada nem uma alma viva pra conversar.

Só vi o idiota postar foto com a esposa dele. Meu coração não partiu, ele estraçalhou.
Eu ainda gosto de Bruno demais!

Queria que alguém realmente me amasse.. Que eu encontrasse alguém pra ficar comigo.

Alguém bateu na porta e eu fui atender. Quem seria? Conheço ninguém aqui, além de Júnior, e Lu.

Abri o portão e dei de cara com aquele retardado gostoso.. Argh!

- Minha nova moradora da comunidade. - ele sorriu.

- O que fazes aqui? - revirei os olhos.

- Nada, só vim te ver princesa.

Ouvir ele me chamando de princesa, me dá ódio. Lembro de Bruno me chamando assim.
Era tudo mentira!

- Ah tá. - revirei os olhos.

- Tô com sede.. Quero água , posso entrar? - sorriu.

- Entra. - fiz cara feia.

Dei a tal água pra ele e o olhei esperando que fosse embora.

- Vai morar aqui?

- Se deixar eu moro. - sorriu de lado.

- Pois eu não deixo.

- Ô neném. - se aproximou. - Faz assim não. Tu só me maltrata , adoro mulher assim , sabe.

- Tu é brasileiro mesmo em. Nunca desiste. - revirei os olhos.

- Não mesmo! - ele me puxou para si e me beijou.

De início relutei mas depois cedi ao beijo, me culpando mentalmente por estar beijando um bandido.

- Socorro! - me soltei dele e gritei.

- Tá doida?

- Tô você me beijou sem eu querer.

- Não foi o que pareceu. Pode gritar ninguém vai ousar fazer nada contra o dono do morro. - sorriu.

- Idiota .

- Insuportável!

O tapado ficou me olhando e me jogou no sofá me beijando de novo.

Posso com esse homem? 

Perdida No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora