Capítulo 63

20.5K 1.2K 24
                                    

               Larissa

Chegamos na favela, estava tudo como antes. Crianças brincando na rua, piriguetes dançando em porta de bar, um sol estrondoso, enfim... Assim era o morro.
Pedimos a alguns vapores que faziam a entrada do morro que nem eu e nem Rangel conhecíamos, pelo visto Júnior mudou algumas coisas por aqui.

- Quem são vocês? - um cara magrinho perguntou com autoridade.

- Eu que pergunto. Qual foi? Sabe com quem tá falando?

- Não, se soubesse não estaria perguntando. - disse irônico e ajeitou o fuzil.

- Olha aqui cara você tá me irritando. - Rangel tirou a arma da bermuda.

- Rangel por favor! - pedi, o nosso filho estava presenciando tudo isso.

De repente olhei para o lado, minha sogra estava subindo o morro em direção a lojinha de cosméticos que havia ali.

- Meu filho! - ela praticamente gritou e abraçou o meu marido.

Presenciei aquele momento sorrindo, amava muito ela.
Até que ela veio até mim, ne abraçando. Aquele abraço confortante de mãe...

- Esse é meu netinho? - falou emocionada.

- Sim, esse é Cristopher! - eu disse sorrindo.

Meu filho estava um pouco sem entender. Ele já  falava, mas poucas palavras, estava naquela fase gostosa de aprendizado.

- Ele é idêntico ao pai de Rangel. A coisa mais fofa que já vi. - pegou meu filho no colo, Cris não gosta de ir para colos de estranhos mas parece que com a vó foi diferente.

- Essa é sua vovó meu amor. - falei com ele e ele sorriu.

Ele ainda estava entendendo a situação, mas logo iria se acostumar com a nova família a conhecer.

- Mãe, qual foi desse menor que não deixa a gente passar. - Rafael falou já bravo.

- Esse é Denny. - minha sogra falou. - Mas filho, você não avisou que viria.

- Ih. - o tal de Denny passou a mão entre os cabelos. - Foi mal, eu não sabia que esse era o famoso Rangel, desculpa aí chefe.- ele falou todo envergonhado.

- Pois agora já sabe. - Rangel disse.

Denny chamou quatro moto táxis para nos levar. Queria ver minha antiga casa, a saudade as vezes apeetava, mas a vida na favela infelizmente tem seus malefícios, é muito sofrimento.
Todo mundo nos olhava descer, estava uma fofoca que só, todos comentando da volta do dono do morro.

Estacionaram na casa da minha sogra, e eu praticamente dei um pulo e joguei meu filho no colo do pai para ir correndo abraçar o meu pai.

- Minha princesa! Você está de volta. - ele me abraçou e fez carinho em meus cabelos.

- Sim pai, e agora é pra sempre. - sorri e uma lágrima caiudos meus olhos. - Eu senti muito a falta dos seus conselhos.

- Eu também senti a sua falta meu amor... Eu não consigo mais viver sem minha filhinha.

- Muito menos eu. - disse.

Ele se afastou de mim e foi até Rangel, o cumprimentou e depois pegou o neto no colo. Foi tão lindo ver meu pai segurando meu filho, eu estava tão repleta.

- Ele é tão fofo. - meu pai disse.

Logo entramos, nos aconchegamos, e foram chegando as pessoas das quais sentíamos muita falta.
Luísa, Júnior, e a mais escandalosa, Carla.

- MINHA bff. - gritou vindo me abraçar.

- Ai você vai me matar. - ri correspondendo o abraço.

- Ai mulher, que saudade.

Depois ela abraçou Rangel e ficou babando no meu filho. Ninguém tirava Cris do colo dela, Jesus!

- Lari. - Marcelo me abraçou forte, senti aquele mesmo conforto que sentia nos braços dele.

As vezes tentava esquecer tudo que aconteceu entre nós mas era um pouco difícil. Eu me sentia envergonhada.

- Marcelo. - abri um enorme sorriso.

Depois de falar com todo mundo eu estava exausta. Tinha tanto coisa pra conversar com Luísa e Carla. E Rangel não se largava de Júnior.

- Luísa, como está a vida de patroa do morro?- perguntei.

- Tá legal. Embora não era isso que eu queria. - falou. - Mulher, você tá no poder viu, linda demais!

- Os produtos de beleza lá em NY são muito bons vei. - ri.- E eu trouxe presente pra todas vocês.

Elas ficaram todas derretidas com os presentes, fiquei muito contente em todos terem gostado dos presentes.

- Filha, como você acertou meu vinho preferido?

- Eu chutei pai. -  ri.

Carla estava contanto sobre sua felicidade com Marcelo, a minha afilhada estava a coisa mais linda. Enfim, estava tudo tão massa aqui, eu me sentia repleta ao lado da minha família.
Meu filho já estava brincando com a prima, se deram muito bem.

Finalmente sinto que minha vida estava se encaixando.

        Próximos capítulos finais!

Perdida No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora