Capítulo 66

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                  Larissa  

Acordei com os choros de meu filho. Ora, mais o que aconteceu agora.

- Meu amor, o que você tem? - falei com uma voz fofa.

Pela minha pequena experiência, ele estava com cólicas. Fiz de tudo para o acalmar e depois de muito tempo consegui, fiquei contente com o meu "sucesso" como mãe.

Rangel estava dormindo, afinal ainda eram seis da manhã. Eu não conseguia mais dormir, o coração de mãe falava mais alto, vai que Cris precisasse de mim.

Fiz café, bolo e me lembrei do meu passado tão recente... De quando acordava pra fazer o café lá na fazenda, ai que saudade. Também me lembrei de Melyssa, espero que tenha morrido, uma pessoa tão má daquela não merecia nada.

Enquanto esperava o bolo ficar pronto olhei para meu celular que estava a carregar desde ontem a noite. O peguei e mexi nas redes sociais, uma mensagem no direct do instagram. Era uma amiga minha de escola de BH.

Sorri, sentia muitas saudades de Jéssica. Mas nunca consegui achar seu contato.
Na mensagem ela falava que sentia falta de nossa amizade, que havia se casado e tido uma filhinha... No final ela me perguntou se eu já sabia da tragédia.

Meu subconciente ficou atordoado quando li o que minha amiga havia dito.
Bruno sofreu um acidente de carro quando voltava de uma festa e ficou paraplégico.

Meu coração disparou. Não consegui nem responder Jéssica, eu sabia que não tinha nada a ver com Bruno, e que ele havia me feito muito mal e jogado sujo.

Mas como? Como se sentir feliz ao saber de uma coisa dessas... Que o seu primeiro namorado com quem você perdeu a virgindade ficou paraplégico! Isso é muito triste, de qualquer forma eu não desejava isso para ele.

Eu não sentia mais rancor, eu já tinha o meu grande amor.

As lágrimas caíam sem meu consentimento, não sabia por que estava assim.

- Amor, bom dia! - Rangel acordou me dando um abraço. -Larissa cê tá chorando por que?

- Nada amor bom dia, sorri fraco.
- Nada o quê vei. Tem essa de segredo entre nós agora é?

- Eu só estava lembrando da minha mãe... Desculpa.- falei limpando as lágrimas.

- Fica assim não. Eu sei que as vezes bate essas neurose. Mas a vida é assim.  - me abraçou.

Levantei e fingi que nada aconteceu. Me sentia mal de mentir para Rangel, mas era melhor assim. Ele ia pensar que estava chorando por ainda ter sentimentos pelo meu ex, afinal qualquer um pensaria isso. O único sentimento que tenho por ele é pena... Pura pena.

Servi o café para nós dois e fiquei mais tranquila ao ver que meu filho dormia como  um anjinho.

- Já vou pra biqueira. - Rangel falou. - Fica bem minha loira. - me deu um beijo gostoso e saiu.

Sorri e fui limpar a casa. Eu estava feliz e triste ao mesmo tempo. Pedi a Deus para confortar Bruno, isso seria muito difícil para ele, mas ele tem a esposa para o ajudar, se é que ela vai ficar com ele depois disso.

O dia passou lentamente. Carla me chamou para ir tomar sorvete e conversamos um pouco, aceitei de imediato, queria passear pelo morro um pouco, sentia saudades, e além do mais meu  filho precisava se divertir.

Deixei Cris assistindo na cerquinha dele e fui tomar banho depois arrumei meu baby e ele ficou muito fofinho. Peguei meu celular, dinheiro, e o carrinho de bebê de Cristopher.

Carla chegou como sempre gritando. Quando ela vai tomar jeito meu Deus.

- Amiga para de gritar. - falei.

- Aí não consigo.- falou rindo. - Sou muito escandolosa, na cama então meu Deus.

- Para garota. - ri. - Ninguém quer saber.

Fomos o caminho todo rindo e conversando. Paramos na pracinha e Carla ficou brincando com o afilhado enquanto eu comprava dois sorvetes. Aproveitei e fui até onde vendia brinquedos, e comprei uma bola para Cris.

Sorriamos a toa. Era muito bom estar no lugar onde eu tinha amigos verdadeiros.
Enquanto dava a papinha do meu filho eu conversei com Carla sobre Bruno.

- Sério que ele ficou paraplégico?

- Sim.. - falei. - Eu não sei como me expressar diante disso.

- É muito triste mesmo amiga. Mas vai que ele mereceu.

- Ninguém merece isso Carla. Só sinto muito por ele

- É mas... Você tem que focar na sua felicidade.

- É, você tem razão.

Depois de um tempo se divertindo fomos para casa.
Cris brincou mais um pouco, dei banho e o alimentei, o mesmo dormiu, tão lindinho.

Meu marido chegou me abraçando todo contente.

- Huumm. - sorri. - Qual o motivo da felicidade? - perguntei.

- Vamos viajar!- falou feliz. - Está tudo preparado.

- Ue, como assim Rangel?

- Sim eu tenho planos pra nós..

- Pra onde vamos viajar?

- É surpresa amor. Mas você vai gostar te garanto.

Concordei mesmo sem entender, mas confiava nele. E se ele estava feliz eu também fiquei, dei um abraço nele e passamos a noite toda juntinhos .

Perdida No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora