- Teve resistência da vítima então. - Confirmei e Mallya assentiu, ainda abaixadas percorremos cuidadosamente a trilha de sangue, até chegar na parede, foi então que encontramos uma pulseira bem fininha. Peguei a pulseira na mão e assim que senti a minha pele arder eu larguei a correntinha delicada no mesmo instante.
- É de prata? - Indagou Mallya puxando minha mão pra ver se eu tinha me machucado. Só ficou um poquinho vermelho na palma da mão, então eu chaqualhei a mão e logo em seguida tirei um pano do bolso da jeans que eu estava usando e peguei a pulseira da terra, ela estava com algumas manchas de sangue.
- Ninguém falou sobre uma pulseirinha ter sumido da vítima. - Lembrou Mallya e eu assenti observando a fina correntinha, parecia tão frágil que eu até fiquei com medo de quebrar ela acidentalmente. A enrolei no pano e dei pra Mallya pra ela ver também, e então nos duas nos levantamos, enquanto Mallya observava a pulseira eu fiquei olhando em volta, e um pouco no centro do jardim eu consegui avistar um ponto vermelho, alguns pontos na verdade.
- Mallya. - A chamei e ela levantou o rosto para fitar o mesmo local onde meus olhos estavam.
Sem dizer nada fomos até lá e nos abaixamos pra ver o que eram os pontos vermelhos, e consequentemente encontramos sangue seco.
- Você acha que é da vítima do Gap Dong ou do Daniel de 60 anos atrás? - Indaguei a Mallya e ela tocou as pétalas brancas manchadas de vermelho.
- O sangue ainda está meio vermelho, parece recente. - Concluiu Mallya e então guardou o pano onde a pulseira estava enrolada dentro do bolso do casaco. Eu me sentei no chão cansada, mesmo que eu tenha dormido a tarde e tudo mais eu me sentia cansada, meus olhos pareciam pregados. Me segurando pra não bocejar eu passei as mãos no cabelo puxando as mechas que queriam cair nos olhos, para trás das orelhas.
- Será que a gente ainda encontra ossos ou mais algum sinal de resistência da vítima do Gap Dong? - Perguntei me espreguiçando na tentativa de afastar o sono e Mallya se sentou ao meu lado entre as flores, mordendo o lábio inferior pensativa.
- Talvez, pelo menos eu espero que sim, já tem um tempo que a gente tá procurando e já achamos algumas coisas. - Disse ela. Ao contrário de mim, Mallya estava cheia de energia porém ela estava contendo sua animação, ela sabe que quando fica animada demais quando eu estou caindo de sono eu não consigo entende-la, meu raciocínio fica lento, isso explica por que quando eu vejo café eu tomo um monte. Kkkk. Com paciência eu fiquei pensando nas palavras de Mallya, até me perguntar a quanto tempo estamos aqui? Eu já havia perdido a noção.
- Que horas são? - Perguntei e Mallya tirou o celular do bolso para ver.
- São 19:58. - Afirmou e eu coçei os olhos num impulso nervoso.
- Estou morrendo de sono. - Admiti enquanto Mallya guardava o celular no bolso e ela deu risada.
- Você dorme muito cedo! - Caçoou ela e eu dei um empurrãozinho em seu ombro em protesto.
- É porque eu me canso de ficar acordada o dia inteiro. - Respondi e Mallya me devolveu o empurrão no ombro me fazendo pender sobre algumas flores. Mas eu não cai.
- Você devia ser um urso pra ibernar já que dorme tanto! - Brincou ela e nós duas caímos na risada.
- Não seria uma má ideia. - Admiti brincando e acabamos por rir mais ainda.
Ficariamos rindo por mais dois minutos pelo menos, mas então de repente algo fez um barulho assustador que fez um arrepio subir pela minha espinha. Nos levantamos do chão imediatamente.
- Foi você? - Indagou Mallya falando baixinho e eu neguei, e então ouvimos de novo. Parecia um rosnado, estava vindo de trás da mesa onde estavam os armamentos de prata antes de cair.
Recuamos um passo pra trás escutando apenas o narulho dos nossos tênis pisando na terra, a mesa estava à dois metros distante de nós duas.
Não ouvimos mais barulho depois disso, e então recuamos mais um passo e a Mallya cambaleou pro meu lado erguendo o pé rapidamente.
- Eu pisei em alguma coisa! - Afirmou ela e eu coloquei meu pé perto do dela e empurrei algumas flores com a ponta do tênis, foi assim que nossos olhos bateram sobre o objeto que identificamos no que Mallya tinha pisado, um osso. Mallya me ajudou a empurrar mais algumas flores próximas com o pé e encontramos mais ossos, e mais ossos, estávamos em volta de vários e nem desconfiavamos até a Mallya ter pisafo em um.
Resolvi me abaixar oara analisar, mas repentinamente Mallya me puxou impedindomeu ato, estava acontecendo alguma coisa com as flores. Elas estavam mudando de cor. As pétalas do cabinho verde pra cima estavam se convertendo em vermelho. Em segundos o jardim que antes era branco com gotas de sangue em algumas rosas, agora era de rosas vermelhas.
Eu e Mallya seguramos a mão uma da outra apreensivas e nesse instante em que recuariamos mais um pouco, um som estrondoso ecoou pelo porão me fazendo estremecer e me arrepiar por inteiro. O rosnado estava mais alto, nos viramos de frente para a mesa e um lobo selvagem começou a sair de trás da mesa caída, e ele não parecia ser amigável.

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PRISON I
FanfictionAlícia desde pequena tem muitos pesadelos, é uma menina curiosa que investiga todos os crimes que ocorrem em sua cidade( o que ela acha que causa seus pesadelos). E as investigações sempre são feitas junto de Mallya, sua melhor amiga. Porém, no caso...