69 - Velho Diário

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Percebendo que eu estava começando a ficar impaciente, Mallya salvou a pátria.
Ela entrou no meio dos rapazes e os afastou sem nem fazer esforço já que eles não relutaram a separação feita por ela. Eu temho certeza que ela não queria ter separado, ela ama ver tretas, mas como nossos tempo estava meio que vamos assim dizer: curto no momento. Ela apartou os rapazes antes que a briga começasse.
- Vocês podem brigar depois meninos, mas agora eu estou curiosa pra saber de uma coisa e eu preciso do G Dragon pra me responder. - Falou ela e Taehyung franziu o cenho indignado, acho que ele não esparava a Mallya quisesse usar o G Dragon pra alguma coisa.
- Pra que você quer ele? - Indagou Taehyung inconformado e Mallya apontou pra mesa indicando que G Dragon deveria se sentar por ali enquanto ela se resolvia com Tae, eu fui pra mesa também, precisava alimentar o gatinho antes que as aulas começassem, e acho que eu teria que me dobrar um monte pra conseguir alimentar um gato no meio de uma sala de aula.
Enquanto nos acomodávamos na mesa, Taehyung puxou Mallya pra perto e falou alguma coisa pra ela, mas ninguém além deles ouviu já que o Tae falou no ouvido dela. E então ele saiu do refeitório sem questionar ou sequer contestar mais alguma coisa. Parecia animado, e a Mallya abriu um sorriso com o que ele disse.
Pouco depois a Mallya já estava se juntando a nós na mesa.
- G Dragon desembucha. - Disse Mallya e G Dragon pareceu confuso, mas eu acho que entendeu por que estava tirando um diário velho do bolso do moletom. Eu aproveitei o meio tempo em que eles se preparavam o interrogatório e tirei o gatinho da mochila, um pouco hesitante por causa do G Dragon, porém mesmo assim eu tirei o preguiçoso da mochila. A Mallya parecia ter um controle estranho sobre o G Dragon, quando ela falava ele esquecia de tudo ao redor e focava apenas nela. Isso é meio assustador, porém compreensível já que quando um lobo tem um imprinting com alguém ele... Vamos assim dizer, faz de tudo para agradar o seu mestre. Pelo menos eu acho que sim, tenho que estudar mais sobre o assunto, investigar os casos não me sobrou muito tempo ultimamente.
Assim que coloquei o gatinho na mesa, G Dragon encarou ele com os olhos arregalados e atentos, parecia até que ia pegar o gatinho a qualquer instante. Por sorte a Mallya logo chamou a atenção dele, tomando sem cerimônia o diário das mãos do G Dragon. Ele enrolou muito e ela já estava ficando impaciente.
- Nos diga G Dragon - Comecei enquanto colocava a tigela na mesa e abria a caixa de leite. Continuei enquanto despejava o conteúdo na tigela - Ontem, depois que você voltou a forma humana, você disse que nos contaria muitas coisas, queremos saber dessas coisas. Inclusive se você recebeu alguma visita recentemente, talvez de um serial killer desgraçado que supostamente matou uma aluna dessa escola. - Falei com expectativa e G Dragon franziu o cenho.
- Não sei sobre serial killer, mas sei sobre o que realmente aconteceu naquela casa, e porque tudo aconteceu. - Respondeu ele e a Mallya me deu o diário aberto numa página aleatória.
Voltei minha atenção para a página e comecei a ler.
" Querido diário..."
Parei de ler e encarei a Mallya.
- Por que as pessoas tem essa necessitada de escrever, "querido diário" - Reclamei e ela deu risada - É sério, isso é chato. - Falei e nós duas começamos a rir, mas G Dragon logo cortou nossa graça.
- Dá pra ter respeito por ela - Pediu e nós duas paramos de rir no mesmo instante, a gente tinha levemente esquecido da presença dele, porém ele não esqueceu nem por um segundo o gatinho, estava encarando o bichinho como se ele fosse uma ameaça ao planeta, que dó. Parei de me destrair e voltei a ler:
" Querido diário, hoje o papai ficou bravo, ele bateu na mamãe porque ela deixou uma mulher estranha entrar em casa e esconder uma coisa dentro daquele lugar onde a porta do inferno leva, ele disse que se aquela coisa crescer e chocar, vai matar todos nós se não estiver nas mãos da dona, a mamãe tentou acalma-lo, mas ele ficou ainda mais bravo. Eu estou com medo daquela coisa que a mulher trouxe, papai disse que aquela mulher era uma criatura das trevas, isso quer dizer que aquilo que ela trouxe também é do mal.
Agora eu tenho que ir, está na hora do jantar e seu eu demorar papai vai me bater também, até amanhã diário."
As escritas da primeira folha acabaram, a letra da menina era bonita, mas sua história parecia bem estranha, pelo visto a família não era tão unida assim.
- Era do ovo que ela estava falando. - Deduziu Mallya que tinha lido antes de mim e eu fiquei pensativa.
- Então será que a mulher de quem ela fala é...? - Comecei a dizer e o sinal soou pela escola quase me fazendo pular da cadeira. Por um momento eu quase cai, mas não cheguei a cair.
- É a minha mãe. - Completou Mallya e começou a se levantar, eu peguei o diário e entreguei a ela, mas a Mallya o guardou na minha mochila - Deixa com você, eu tenho uma coisa pra fazer agora. - Disse e então piscou pra mim, saindo da mesa.

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