Capítulo 14

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"A vida é uma jornada, ela não leva a um destino exatamente, mas a uma transformação."
Para Salvar uma Vida

Dizer que você é um monstro não adiantaria absolutamente nada. Até porque, palavra alguma seria capaz de te descrever. Você acabou com minha infância e com minha vida. Nunca irei entender o motivo de tais ações, você diz que é tudo pela Cerca Potere, porém, nenhuma das crianças teve um treinamento como o meu. Você fere as próprias leis que divulga por aí e não foi poucas as vezes.

Apesar de tudo que você me fez passar, nada foi pior do que ver minha mãe morrer...

Você conseguiu o que tanto queria: criou uma arma. A mulher que é capaz de matar os piores bandidos, mas em uma coisa você vai se surpreender, a sua própria "arma" irá ser apontada para sua cabeça, sua criação irá se voltar contra você. Vou acabar com todas as suas leis, uma por uma.

E você irá até o fim do mundo realizar a última: Realizar a sua vingança. Você vai me procurar, e eu sei disso, mas não se preocupe, vou estar a sua espera, para te mostrar tudo aquilo que obrigou-me a aprender durante todos esses anos.

Para realizar a minha VENDETTA!

Terminei de escrever a carta a colocando em cima do criado mudo, estava na hora de deixar tudo aquilo para trás. Peguei algumas roupas em meu guarda roupa e as coloquei em uma mochila. Abri o porta joias e peguei todas elas, para alguma coisa os caprichos de Dom serviriam, junto a elas levei algumas de minha mãe que havia pegado mais cedo.

Era aproximadamente meia noite, Pietro estava viajando e Dom estava dormindo. Saí de meu quarto silenciosamente, pegando a chave do meu carro e logo em seguida fui até a garagem. Antes de entrar em meu carro olhei para casa na qual tanto sofri, não havia mais nada que me prendia naquele local.

Entrei no veículo e saí dali sem pensar duas vezes. Começaria uma nova fase em minha vida. Acelerei o máximo possível durante o caminho até chegar em uma rua aparentemente segura, o mais longe da minha casa possível.

Muitos da cidade me conheciam e Dom tinha diversos contatos, dessa forma não conseguiria isso sozinha. Precisava ligar para alguém.

- Preciso da sua ajuda! - disse assim que a pessoa atendeu.

- Fique onde está, já estou indo - a pessoa disse.

Minutos se passaram até ele chegar em seu carro.

- Como você está? - Bartolomeu disse assim que me viu escorada em meu carro.

- Nada bem, a minha vontade era de matar aquele homem - disse.

- Você terá sua chance, mas fazer isso agora só iria piorar as coisas.

- Eu sei. Tenho que manter o controle, como você sempre diz – disse - Precisamos sair logo daqui.

Ao dizer isso peguei minha mochila do carro.

- Tenho que fazer uma coisa antes - disse colocando minhas coisas no carro de Bartolomeu.

Joguei meu celular dentro da Lamborghini, fui até o porta mala do carro e após pegar um galão de gasolina que estava ali joguei todo seu conteúdo sobre o veículo. Bartolomeu me entregou um isqueiro e o acendi. Entrei rapidamente em seu carro e este logo acelerou. Segundos depois escutamos a explosão, não acreditava que havia acabado de explodir meu carro, aquele no qual tive tanto esforço para adquirir.

- Trouxe tudo que pedi ? - perguntei para Bartolomeu.

- Sim, está tudo no porta malas. Vou levá-la para onde poderá resolver isso.

Seguimos o caminho em silêncio, não conseguia aceitar tudo que havia acontecido naquele dia. A imagem de minha mãe morta não saia da minha mente, esta havia morrido apenas para me salvar, assim como ela havia dito pela manhã. Parecia que previa o que iria acontecer. Como pude permitir que isso acontecesse? Senti uma lágrima descendo pelo meu rosto e a sequei rapidamente. Faria Dom pagar pelo o que fez.

Aproximadamente 20 minutos depois, chegamos ao local. Era um motel de beira de estrada, o lugar parecia que iria cair a qualquer momento, mas era perfeito, ali nunca teria sistema de segurança ou sequer pediriam identificação.

Descemos do carro e peguei minhas coisas. Ao chegar no quarto percebi que estava em péssimo estado, assim como imaginava. Bartolomeu me entregou a bolsa que havia trago.

- Aí você tem tudo que precisa. Identidade falsa, dinheiro e uma coisinha para mudar o visual - disse sorrindo.

- Certo - disse.

Segui para o banheiro com tudo em mãos, precisava urgentemente de um banho. Após sair do mesmo, peguei a tinta de cabelo que havia na bolsa, a passei por todo o cabelo e esperei por alguns minutos.

- O que achou da nova Luna ruiva? - disse tentando sorrir para Bartolomeu, porém a tristeza me dominava.

- Não vejo nenhuma Luna por aqui, somente a Alessa Bitencourt - Ele sorriu.

- Então esse será meu novo nome? Alessa? – disse pegando a identidade falsa.

- Isso mesmo, não vai levantar uma única suspeita. Você já sabe para onde vai?

- Não posso ficar na Itália, me encontrariam rapidamente. Irei provavelmente para Suíça, Dom nunca irá desconfiar. Lá terei tempo para planejar o que irei fazer.

- Vou te levar até o aeroporto - ele disse - É melhor ir durante a madrugada.

Após arrumar tudo, saímos do motel. Entramos no carro, indo direto para o aeroporto.

- Luna, você vai começar uma vida nova agora, tem que tomar cuidado - Bartolomeu disse sério - Qualquer descuido e Dom pode te encontrar antes da hora.

- Eu sei, não vou cometer erros. Você vai ficar bem aqui?

- Se eu sumisse ele iria desconfiar, mas não precisa se preocupar comigo, sei me cuidar, vou ficar bem.

Não demorou muito para que chegássemos ao aeroporto.

- Preciso conversar com um amigo que trabalha aqui, ele pode nos ajudar - Ele disse.

- Ok. Irei comprar a passagem enquanto isso.

Após estar tudo resolvido me despedi de Bartolomeu.

- Sinto muito pela sua mãe...

- Obrigada - disse tentando sorrir - Não conseguiria sem você. Obrigada por todo o treinamento também.

- Não precisa agradecer. Você foi minha melhor aluna sem dúvida - ele respondeu - Tome cuidado, está bem? Qualquer coisa entre em contato comigo.

- Irei tomar. Certo.

Ao dizer isso nos abraçamos e fui embora. Entrei no avião, que não estava muito cheio, o que me ajudaria muito, assim não demorou muito para decolar. Do céu vi o lugar onde cresci. Estava iniciando uma nova vida, uma nova fase e a partir dali tudo iria mudar.

- Alessa? – escutei alguém me chamar, olhei para o lado e percebi que era o co-piloto.

- Sim? - disse.

- Um presente de um amigo - disse me entregando uma bolsa preta antes de virar as costas e voltar para a cabine.

Abri a bolsa discretamente, a vendo lotada de armas e munição.

- Bartolomeu...

Fechei e a coloquei junto dos outros pertences. Horas depois olhei pela janela e finalmente vi o meu novo país, Suíça. Era ali que eu mudaria o meu destino.

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Oii queridos leitores, o que acharam do capítulo? Finalmente o motivo do nome do livro foi publicado, esperamos que tenham gostado ❤
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Gostariamos de indicar dois novos livros a vocês.
Os nomes são "O nome da arma" e "A fera e o pistoleiro" de marcelo2sc. São ótimos, temos certeza que irão gostar.
Bjs ❤

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