Capítulo 42

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"Não é quem eu sou por dentro e sim o que eu faço é que me define."
Batman Begins

Naquele momento acreditei que havia morrido. Todo meu corpo doía, minha cabeça parecia que estava recebendo milhares de golpes. Abro os olhos e só vejo o fogo começando a se alastrar pela casa. Não consigo ver os meninos em lugar algum.

Levanto-me com dificuldade e olho ao redor ainda a procura deles. Estavam mais perto da explosão, será que não sobreviveram?

Logo escuto um barulho de uma tosse fraca, um pouco distante, se misturando com o barulho de minha própria tosse. Começo a andar com dificuldade, tampando minha boca e meu nariz. Até que vejo Arthur, este tentava se levantar inutilmente.

- Lu..na? Vo..cê está bem? Se machucou? - diz assim que me vê.

Até mesmo neste momento ele parecia preocupado comigo. Olho para seu corpo e percebo que havia sangue em seus ombros.

- Preciso te tirar daqui - digo me aproximando.

Ajudo-o a se levantar, ignorando minhas próprias dores.

- Luna... consigo ir sozinho - ele diz, porém é perceptível que estava a sentir dor.

- Você não está bem, vou te ajudar - digo - Seu ombro está cheio de cortes devidos os destroços, além disso você está fraco.

Ele não possuía forças nem ao menos para discutir. Começo a levá-lo para o fundo da casa, fugindo a todo momento do fogo que já estava na metade da moradia.

Antes de tudo acontecer havia encontrado uma pequena portinha de madeira aos fundos, usarei a mesma para sair do local. Chegando próximo a ela, deixo Arthur parado próximo a uma parede.

- Luna... você não vai ter forças para arrombar ela - ele diz.

- Eu preciso... não posso permitir que morremos aqui.

Dou alguns passos para atrás, dando um impulso e arrombando a porta logo em seguida, todo meu corpo dói. Aproximo-me de Arthur que já estava a vir andando sem forças, acredito que tenha machucado a perna também.

Saímos da casa rapidamente e ajudo Arthur sentar-se na grama afastado da casa.

- Preciso tirar o Lorenzo de lá - digo - Fique aqui, já volto!

- A casa ainda está pegando fogo, Luna. Você pode se machucar mais - ele diz preocupado - Você pode não conseguir sair de lá.

- Eu não posso deixar ele morrer... não posso!

Arthur percebe que não adiantaria discutir, então apenas fica em silêncio. Saio em disparada até a casa, entro pela mesma portinha e vejo que as chamas aumentaram. O fogo se alastrava cada vez mais e assim minha tosse volta novamente.

Ando pela casa a procura de Lorenzo, mas nada encontro. O local estava totalmente destruído e havia fogo em diversos pontos. Estava ficando cada vez mais difícil respirar devido a fumaça e de andar por ali.

Tropeço em um pedaço de madeira e caio ao chão neste exato momento. Um corte é feito em minha mão e o sangue começa a se espalhar, junto a ele uma dor intensa.

Eu não posso parar aqui! Tenho que achá-lo.

Ao olhar para frente vejo um corpo, este estava por baixo de um antigo e destruído armário de madeira. Levanto-me com dificuldade e vou em direção ao mesmo. Vejo que o fogo se aproximava do corpo.

Ao me aproximar percebo que era Lorenzo, este estava desacordado e coberto de sangue. Tento levantar o móvel com toda força possível. Sinto uma forte dor em minha mão, mas não desisto.

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