Vendetta

Capítulo 49

"Não tinha nada a perder. Por isso, não tinha medo."
Faroeste Cabloco

As vezes a vida nos faz distanciar dos nossos objetivos principais e mal percebemos, mas de repente um detalhe aparece e tudo renasce, nem que seja o amor, o medo ou talvez o ódio. E foi exatamente isso que me aconteceu, saber de tudo aquilo fez com que meu ódio por todos eles reaparecesse. Agora eu não irei descansar até descobrir toda a verdade, entender tudo que está acontecendo e quem são os verdadeiros culpados.

Acordo agitada e não demora para que eu perceba que estou amarrada. Sentada em uma cadeira de ferro estou, meus braços estão amarrados para trás, além de minhas pernas na frente. Era impossível ver o local onde estava, apenas frestas de luz fraca passava pelo saco que se encontrava em minha cabeça. Começo a forçar meus pulsos tentando me soltar inutilmente, até que escuto passos se aproximando.

- Que prazer é ver você, Luna - uma voz masculina diz.

Era fácil perceber que era voz forçada, apenas para tentar enganar a verdadeira identidade.

- Quem é você? - grito.

- Ora, não é possível que não me conheça depois de todo esse tempo me perseguindo - diz parecendo estar mais próximo do que antes - Mas acho que ainda não fomos devidamente apresentados. Você pode me chamar de Demone.

Fico em silêncio. Isso é realmente inacreditável. Demone havia mesmo me encontrado? Alguma coisa muito estranha está acontecendo por aqui e não sei explicar.

- Não vai falar nada? - ele pergunta.

- Se acha que irei dizer que é um prazer te conhecer, está enganado - digo.

- Você é realmente como me disseram - ele ri - A tão famosa Luna, a melhor agente mulher da CIE. Acho que já está na hora de alguém colocá-la em seu devido lugar. Uma mulher não pode querer dominar algo assim, não é mesmo?

Permanecia em silêncio ouvindo cada uma de suas palavras atentamente, não ia me permitir se desesperar agora.

- Você devia aprender a saber aonde está se metendo antes de começar uma investigação - ele diz ao perceber que estava em silêncio - Mas eu não devia reclamar disso, sabia? Por que com isso você caiu perfeitamente em minha armadilha. E quem diria que hoje iria pegar a tal agente que resolve todos os casos da Suíça e consegue prender os maiores criminosos.

Enquanto dizia Demone andava com passos firmes próximos a mim. Seu tom de voz aumentava a cada instante ao perceber que estava de certa forma tranquila, o que não era um bom sinal para o mesmo.

- Que tal me vingar... - ele diz.

Essa frase me perseguia e a mesma simplesmente me acordou para a realidade. Endireitei meu corpo mostrando uma maior confiança.

- Vingar-me por todos os companheiros pegos - ele continua.

- Era só me procurar, não tinha necessidade matar aquelas garotas - digo - Pelo que eu sei você sabe meu endereço...

- Sim! Eu sei, mas onde estaria toda a diversão? - ele diz sério - Tinha que lhe deixar confusa antes... e conseguir um dinheiro também, vocês não servem para o trabalho, mas seus órgãos tem um belo valor, não acha?

Desmerecer uma mulher dessa forma? Não somos inferiores, muito menos incapazes. Se quisermos fazemos até melhor que um homem. Eu terei que escutar isso até quando? Por que tenho que provar para toda uma sociedade que sou capaz?

- Foi tão interessante tudo que foi armado. Planejar a data em que seriam pegas apenas para chamar atenção de vocês e nem precisou subornar o governo para dar uma ajudinha - ele ri alto - Olha como eu sou bom, era um presente para as malditas prostitutas e ainda arranjei alguém que se divertiria com elas até o último suspiro, não era isso que proporcionavam? Diversão. Não acha maravilhoso, querida Luna?