Capítulo 31

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"Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível."
Sun Tzu

"Busca pelo poder e pela vingança"? Não podia ser, isso não seria possível. Mesmo a palavra Cerca Potere sendo relacionada a isso, não faria sentido. Dom nunca se esconderia em uma outra face e não se envolveria em negócios na Suíça, local que sempre odiou. Se este homem tivesse me encontrado já teria vindo atrás de mim. Isso é apenas uma coincidência e tenho que esquecê-la. Não devo acreditar em tudo que aquele médico maluco diz.

- Luna? Você está bem? - Alana diz ao esbarrar em mim.

Não havia reparado que ela estava por perto.

- Desculpa. Não é nada, só estou pensando - digo.

- Tem certeza que está bem? Parecia atordoada com algo? - ela diz apreensiva.

- Tenho certeza sim. Está tudo bem - digo - Precisamos nos reunir, novas pistas foram descobertas.

- Ok, vou chamar Arthur e Willian e vamos para a sala de reunião - diz.

Minutos se passaram até que todos nós estávamos reunidos.

- O que descobriram? - Willian é o primeiro a falar.

Mostro-lhe a ficha com as informações fornecidas através dos dois interrogatórios.

- Não conseguimos muita coisa, o capanga não soube praticamente nada - Arthur diz - E Fred não está em condições de nos dizer algo útil.

- Demone? Já ouvi falar nesse nome - Willian diz.

- Onde? - pergunto.

- No último caso que participei. Ele é novo por aqui, porém causa medo em muita gente - ele diz.

- E o que você sabe sobre esse homem? - Alana pergunta.

- Não sei muita coisa sobre ele. Mas sei que ele tinha relações com os traficantes do norte - ele responde.

- Será que eles diriam algo? - Arthur pergunta.

- Não sei se falariam por terem medo dele, mas temos alguns informantes naquela área - Willian responde sério.

- Acho que devíamos ir até lá então, o que acham? - pergunto.

- Ótimo! Não podemos perder tempo - Arthur diz.

Entro em meu carro que já estava em perfeito estado, saindo da agência logo em seguida. Iríamos para a região com maior índice de tráfico de drogas da cidade, por isso tínhamos que tomar cuidado para não por nossas vidas e a do informante em risco, ninguém poderia saber suas reais intenções naquela área.

Ao chegar na região vimos o real efeito que a droga poderia fazer na vida das pessoas. Havia pessoas das mais variadas idades jogadas pelas ruas, sujas e sob o efeito de entorpecentes. Muitas demonstrando estar nos últimos dias de vida, magros e com uma aparência deprimente. Outras brigavam por pequenas quantidades de droga, enquanto os traficantes observavam alegremente.

Arthur que estava a meu lado no carro, observava a situação com verdadeiro pesar.

- Como podem se sujeitar a isso? É triste de ver - ele diz

- Muitos motivos. Em busca de poder, esquecer os problemas, para se encaixar em um grupo - digo - Porém não enxergam que com isso os problemas só irão piorar, pois entrar é muito fácil, mas o difícil mesmo é sair dessa vida.

- É verdade. O pior é que a cada dia mais jovens entram nesta vida - ele diz.

Paramos um pouco a frente, próximo a um beco. Saímos do carro e junto com Willian entramos na área. O nosso informante estava no final do beco em uma parte escura, o mesmo se encontrava encostado na parede enquanto vendia drogas pra alguns adolescentes, logo estes saem do local.

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