Capítulo 30

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"O fato do mar está calmo na superfície não significa que algo não esteja acontecendo nas profundezas" - O mundo de Sofia.

Aquilo realmente mexeu com todo o meu psicológico. Eu não sei o motivo, mas lembrei de minha mãe. Após uma péssima noite de sono voltei para a agência pela manhã. Precisávamos fazer o interrogatório dos dois homens. O médico e o capanga.

- Conseguiram as fichas criminais? - pergunto a Alana.

- Sim - ela responde me entregando os documentos.

Olho os documentos em minhas mãos. O capanga foi preso algumas vezes por tráfico e roubos, crimes pequenos. Já Fred foi um renomado cirurgião a anos atrás, porém vários pacientes começaram a morrer em suas mãos e quando investigaram descobriram que ele havia matado todos eles por diversão. Dessa forma, foi proibido de exercer sua profissão e foi absolvido de seus crimes por sofrer de problemas psiquiátricos.

- Acho que terei que me controlar para não matar esse médico, não é? - digo para Alana.

- Talvez. Mas você sabe o momento certo - ela responde rindo.

Entro na sala de interrogatório junto com Arthur. O primeiro a ser interrogado seria o capanga.

- Então, Bernardo. Será que podemos ter sua colaboração nesse interrogatório? - digo.

- Eu não vou falar nada para vocês, prefiro morrer ao contar algo para vocês policiais, ou seja lá o que forem.Vocês se acham melhores do que os outros só por estarem atrás de um uniforme.

- Lei da máfia não é? - pergunto - Lei do silêncio.

- Como sabe disso? - ele pergunta.

- Eu sei bem mais do que você imagina, Bernardo - digo - Mas me diga. Trabalha para qual máfia?

- Eu não posso falar, irão me matar - ele diz sério.

- E se não contar vai morrer na cadeia. Você quem decide - Arthur diz.

- Eu não tenho muito o que falar de qualquer modo, não sei de muita coisa. Só fazia o que me mandavam, sem questionamentos.

- Então me diga apenas o que sabe. Talvez possa te ajudar no tribunal - digo.

- Tudo bem.

Ele para de repente. Parecia pensar se devia realmente dizer a verdade.

- Bernardo, se você ajudar a gente, eu posso fazer o possível para que ninguém encoste em você enquanto estiver preso - digo.

- Você tem que falar, está bem claro que não tem escolha - Arthur diz.

Ele me olha por alguns instantes.

- Eu não sei realmente para quem trabalho - ele diz sério.

- Como não sabe? Não recebe ordens? - digo confusa.

- Ele nunca se mostrou realmente, já cheguei a me questionar se é mesmo uma pessoa somente. Nas poucas vezes que fiquei diante dele, nunca tinha o mesmo rosto.

- Um homem com várias faces? Isso que quer me dizer? - Arthur diz.

- Sim, ninguém nunca o viu realmente ou sabe seu nome - Bernardo responde - Até sua voz era diferente a cada reunião.

- Não apresenta nem mesmo um apelido? - pergunto - E qual o nome de sua máfia?

- O chamamos de Demone, por todas as suas ações isso faz jus a ele. E não tenho a mínima ideia de qual seja o nome da máfia.

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