Capítulo 8

11.4K 1.1K 76
                                    

"Se você quiser fazer alguma coisa e sair impune, nunca faça pela metade. Exorbite. Vá até o fim. Faça as coisas de um jeito maluco, inacreditável."
Matilda - Roald Dahl

Um sentimento pode mudar sua visão de mundo, pode mudar suas escolhas, seu destino. O ódio tornou-me em uma pessoa fria e calculista, uma pessoa adaptada para não sentir medo, nem pena, mas por mais contraditório que seja o amor pela minha mãe me tornava mais forte, permitindo que me torne uma arma apenas para garantir sua segurança e retribuir todo o mal que recebia.

Abaixei-me rapidamente antes de ser atingida pelos tiros, Pietro foi para o lado contrário. Estávamos em um cômodo mal iluminado, vários caixotes com drogas estavam espalhados e no fundo estava uma grande mesa, era daquela direção que os tiros eram disparados.

Começamos a disparar tentando acertar o chefe da organização, aparentemente apenas ele se encontrava no local. Os tiros do outro cessaram por um instante e eu e Pietro aproveitamos para nos aproximar.

- O que vocês querem comigo? São da polícia? - o homem gritou.

- Somos bem pior do que isso – gritou Pietro.

Como Dom podia confiar em Pietro para uma missão? Ele agia por impulso a todo momento. Toda a missão estava sendo comprometida por conta de seus erros.

- Dom... - o bandido disse em baixo tom, porém foi possível ouvi-lo.

Aproximei-me lentamente da mesa enquanto o chefe continuava mantendo sua atenção em Pietro, que aparentava estar cada vez mais irritado.

- Eu preciso de mais tempo, pagarei minha dívida...

- Não precisamos mais de seu dinheiro – disse Pietro.

- Por favor eu imploro, tenho família... - disse o homem que começou a se ajoelhar.

Neste exato momento Pietro atirou. Mais um erro. O tiro acertou a mão do bandido que deixou sua arma cair. Mesmo aos gritos, o homem tentou ir em direção a mesmo. Fui rapidamente em sua direção, antes que ele conseguisse pegá-la.

- Fique onde você está, se não quem atira dessa vez sou eu e não haverá erro - Disse posicionando a arma em sua cabeça. O homem pareceu sentir medo e assim permaneceu em silêncio.

De repente algo me jogou para o lado, porém consegui recuperar o equilíbrio em poucos segundos, o que impediu que eu chegasse ao chão. Olhei para o lado e vi Pietro sorrindo com sua arma apontada para a cabeça do homem.

Ele apenas queria o comando de tudo, mesmo não demonstrando ter a mínima capacidade para isso. Agia feito uma criança mimada quando não conseguia o que realmente queria.

- O que pensa que está fazendo Pietro?

- O meu serviço. Você só tem que me acompanhar e ficar calada, idiota - ele gritou olhando em minha direção.

Escutei o barulho de sirenes ao fundo, era a polícia. Provavelmente os disparos devem ter chamado a atenção da vizinhança.

- Ande, temos que ir. A polícia não pode descobrir nada, você sabe o que o Dom acharia disso tudo... – disse.

- Quem é você para mandar em alguém aqui? - disse me olhando novamente.

O que este não percebia era que o bandido estava prestes a pegar sua arma no chão. Atirei em sua cabeça antes que pudesse a alcançar.

- O que você fez? - Pietro gritou.

- Salvei sua vida. Agora vamos - gritei indo em direção a saída.

Passamos pelo homem morto na entrada da vendinha e saímos pela porta da frente. Entramos no carro no mesmo instante em a polícia dobrou a esquina. Pietro estava como motorista.

- Acelera logo, Pietro!

Ele se irritou e começou a acelerar com a polícia logo atrás.

- Você atrapalhou tudo, Luna - ele disse.

- Eu atrapalhei tudo? Eu, Pietro? Tem certeza? - disse olhando atentamente para o retrovisor.

Percebi que um dos policiais colocou o braço para fora do veículo e começou a atirar em direção ao nosso carro.

- Você nunca esteve em uma missão fora daquele sítio, não sabe como funciona - ele começou a dizer.

- Não é o momento para você começar a discutir a relação. Presta atenção no que está fazendo.

Peguei minha arma e logo comecei a revidar os tiros. O para-brisa do carro da polícia logo foi atingido e vidros foram quebrados. Atirei em um dos pneus da viatura, fazendo o motorista perder o controle e bater em um carro que estava estacionado, mas rapidamente apareceu mais três em seu lugar.

- Pietro, acelera isso - gritei.

- Cala a boca e atira, garota.

Entramos em uma rua completamente deserta. Precisava de um plano, eles estavam muito perto. Comecei a vasculhar a mochila que estava nos bancos traseiros do carro, até que encontrei o que precisava.

- Me escuta pelo menos uma vez. A partir do momento que eu lançar isso você acelera o máximo possível, ok?

- Você está doida? Isso vai matar a gente.

- Cala a boca e dirige, Pietro.

Ao dizer isso projetei meu corpo para fora do carro e a lancei. Entrei no carro antes que o meu corpo fosse jogado para fora.

1... 2... 3...

Um clarão atingiu toda a rua e logo foi possível escutar o barulho da explosão. Apenas consegui ver os destroços dos três carros voarem por todos os lados, cada vez mais distantes.

- Agora pode me agradecer – disse com um sorriso no rosto.

******

Olá queridos leitores,
Estão gostando da nossa história?
O que fariam se estivessem no lugar de Luna?
Não se esqueçam de votar
Bjss ❤

VendettaOnde histórias criam vida. Descubra agora