Capítulo 16

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"Faça da fenix um exemplo, quando se ver perdido renasça das cinzas"
Camila Hitch

Chegar em um país totalmente diferente foi um dos maiores desafios da minha vida. Não tinha nenhum conhecido e nem ao menos um lugar para ficar, assim que saí do aeroporto me dei conta das dificuldades que seriam apresentadas a mim a partir daquele momento.

As joias que havia levado comigo ajudariam a me manter por um tempo, mas não durariam para sempre. Precisava alugar um lugar e arrumar um emprego e assim, pensar em meus próximos passos.

Fui para um hotel próximo ao aeroporto, precisava descansar, apenas no dia seguinte procuraria um apartamento. Ao entrar no banho lágrimas escorreram em meu rosto, aquela dor parecia que nunca acabaria, aquele vazio em meu peito. Não acreditava que não teria minha mãe comigo, tudo que havia aprendido foi apenas para protegê-la e eu havia falhado. Devia ter a levado para longe daquela casa antes daquilo tudo acontecer. A partir daquele momento não tinha minha mãe, nem família, estava sozinha nesse mundo.

Dom iria pagar por isso, não tinha mais nada a perder. Fechei meus olhos e deixei a água cair sobre meu corpo, tentando me livrar de todos esses pensamentos, mas era impossível, o sangue de minha mãe parecia que ainda estava alastrado em mim e aquelas imagens não saiam de minha mente.

Abri meus olhos. Como pude esquecer disto? Ela iria me contar algo antes de morrer. O que seria? Devia ter vasculhado a casa antes de partir, talvez teria encontrado algo. Era algo importante, com certeza era, Dom havia a matado por isso,poderia ser algo relacionado a ele. Teria que pensar em uma forma de descobrir este mistério, talvez me ajudasse a derrubar a máfia e o Dom junto a ela.

Saí do banheiro ainda pensando nisso, mas precisava descansar, o dia seguinte seria longo. Após comer algo, fui para a cama dormir.

Acordei pela manhã e arrumei minhas coisas. Paguei o necessário para o hotel e logo em seguida fui até uma lanchonete tomar meu café da manhã.

- A senhora sabe me informar sobre algum apartamento aqui perto, para que eu possa alugar? - perguntei para uma das funcionárias.

- Tem um não muito longe daqui, o apartamento é pequeno, mas já vem mobiliado - Ela disse gentilmente.

- A senhora pode me passar o endereço? - Ela afirmou com a cabeça e escreveu o endereço em um guardanapo.

- Muito obrigada - disse.

Após tomar o café segui para o endereço. Não era um apartamento de grande porte, porém não podia exigir muito. Assim como a funcionária da lanchonete havia dito, ele já vinha mobiliado. Incluía um quarto, um pequeno banheiro e uma cozinha. Logo fechei contrato com o proprietário.

Agora já tinha onde ficar e a venda das joias não demoraria muito para acontecer. Só precisaria de um emprego e a vida de Alessa Bitencourt estaria estabilizada.

...

Semanas se passaram. Realizei a venda de algumas joias e consegui um bom dinheiro, porém, ainda não havia sido contratada em nenhum local. Assim como Bartolomeu havia me aconselhado evitei ao máximo entrar em brigas e encrencas. Tentava ser educada com todos, mas com uma certa distância, Dom ainda estaria a minha procura.

Não sabia o que estava a minha espera e um acontecimento iria mudar totalmente os meus planos. Estava em meu quarto, assistindo um programa de TV, quando um barulho me deixou em alerta, havia alguma movimentação estranha no corredor. Peguei uma de minhas armas me preparando para qualquer invasão. Será que me encontraram?

Dom não podia ter me encontrado, não havia deixado nenhuma pista de minha localização. A não ser que... Não! Bartolomeu teria coragem de me entregar?

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