Capítulo 36

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"No fim, a mais desagradável das verdades é preferível à mais bela mentira"
Desaparecido para Sempre - Harlan Coben

- O que você disse, Lorenzo? - grito.

- Dom morreu a aproximadamente um ano - ele diz calmamente.

- Mas como a CIE não sabia de tal coisa? - Arthur diz.

- A morte dele foi mantida em segredo pelo governo - Lorenzo diz.

- Mas como aconteceu? - pergunto.

- Ele entrou em guerra com o maior traficante de armas da Itália. Nessa guerra a maioria de seus negociantes foram mortos e por fim o próprio Dom - Lorenzo diz - Foi simplesmente um massacre, mas o governo manteve isso a sete chaves. A Cerca Potere tinha muito a oferecer ao governo, assim esconderam a morte do Dom para a máfia se reconstruir escondida.

- Porém, não tinha absolutamente ninguém apto para tal coisa. A maioria dos seus maiores homens morreram e um capanga qualquer não teria capacidade de reerguer uma máfia tão poderosa. Pensaram na família de Dom, porém seu filho se encontra preso e sua filha desaparecida.

- Eles acham que a Luna está desaparecida? - Alana diz assustada.

- A Luna? Você é filha do Dom? - diz se virando assustado em minha direção.

- Infelizmente - digo de forma indiferente.

- Como você está trabalhando para a CIE? Deveria estar junto a seu irmão.

- Longa história e não estamos aqui para discuti-la - digo séria - Se a Cerca Potere foi destruída, temos duas principais suspeitas, certo? - digo.

- Sim, quero vocês na Itália o quanto antes para verificarem as coisas - Hudson diz - A Sovranità é nossa principal suspeita até então. Caso não sejam encontradas provas suficientes teremos que partir em busca da máfia Russa.

- Luna e Lorenzo vocês viajam para Itália amanhã mesmo e os outros três preciso que fiquem na cidade caso aconteça algo - Hudson diz após fazer um telefonema e sair da sala logo em seguida.

-Luna, você está bem? - Alana diz se aproximando.

- Estou bem. Só estou cansada - digo tentando lhe acalmar - Irei arrumar tudo aqui na agência, para depois ir para casa arrumar minhas coisas.

- Não precisa se preocupar. A gente resolve tudo aqui. Pode ir para casa. Não tem o que fazer aqui hoje - Arthur diz com um leve sorriso.

- Tem certeza? Preciso saber tudo sobre a Sovranità antes de ir - digo.

- Mandamos um relatório com tudo o que será necessário antes de vocês viajarem. Não se preocupe com isso - Arthur diz.

- Está bem. Mas caso precisem de mim, liguem - digo cansada.

- Sem problemas - Arthur diz.

Lorenzo permanecia em silêncio, ele não acreditava que eu era filha de Dom. Já me deparei tanto com essa reação que não me é surpresa. Mas ele iria se acostumar depois de um tempo.

Saio da sala de reunião e vou até meu carro. Ainda não acreditava em tudo aquilo que fora dito na reunião. Dom morto era realmente um alívio, porém aquilo era mesmo confiável? Como somente eles sabiam de sua morte?

A maioria das provas do caso estavam em sua direção e eu realmente acreditava que ele havia me encontrado.

Irei perguntar todos os detalhes para Lorenzo, assim que possível. E farei o possível para averiguar a morte de Dom.

Mas não posso negar, sua morte era algo bom de certa forma. Ele realmente merecia tal coisa e ainda perder sua máfia juntamente.

Minutos se passaram até que eu chegue em casa. Estaciono meu carro na garagem e após pegar minha bolsa saio do veículo. Passo pelo porteiro e subo em direção ao meu apartamento.

Assim que chego ao meu andar me deparo com uma pequena caixa no chão em frente a minha porta. Abaixo-me e pego a pequena caixa sem a abrir.

Não havia sinal de quem a havia colocado ou a enviado a meu apartamento. Talvez seja algo da agência ou quem sabe de algum vizinho.

Entro em casa e a coloco sobre a mesa
Abrindo-a cuidadosamente em seguida.

- Que brincadeira é essa? - digo.

Dentro da caixa se encontrava uma faca coberta de sangue, assim como a rosa despedaçada ao seu lado. Pego a faca com o maior cuidado, evitando transferir minhas impressões digitais.

No fundo da caixa há um pequeno bilhete. Este totalmente ensanguentado, mas é possivel ler o que informava.

" Eu avisei "

Mas quem enviaria algo assim para a minha pessoa? Será que a máfia de Demone havia me encontrado? Deixo a caixa sobre a mesa novamente e saio do meu apartamento, precisava perguntar ao porteiro quem havia a entregado.

- Boa tarde - digo ao porteiro.

- Boa tarde, senhorita Luna - ele diz.

- Gostaria de saber quem deixou uma pequena entrega em frente a meu apartamento, senhor Lycan?

- Entrega? Mas todas as entregas são feitas na recepção - ele diz confuso.

- Estranho. Deixaram uma pequena caixa próximo a entrada de meu apartamento. O senhor não viu ninguém que tenha passado por aqui? - digo.

- Não, senhorita. Desculpe, somente os moradores entraram hoje, ninguém desconhecido.

- Eu poderia ver as câmeras de segurança do prédio? Preciso realmente saber quem a deixou lá.

- Não acredito que você tenha permissão para visualizar as imagens - ele diz.

- Eu recebi uma ameaça, senhor Lycan. Acho melhor eu mesma visualizar as imagens. Ou serei obrigada a comunicar as autoridades. - digo - E o senhor perderá seu emprego por deixar alguém desconhecido adentrar o prédio.

- Tudo bem, irei levá-la até a sala onde ficam as imagens das câmeras de todo o prédio - ele diz assustado.

Na sala havia mais um homem, na qual nunca havia visto. Em sua frente as imagens de todos os andares do prédio eram exibidas em monitores.

- Senhor Lycan? O que fazem aqui?Não é permitido a entrada de moradores nessa sala! - o homem diz se levantando da cadeira em que estava.

- A senhorita Luna recebeu uma entrega com uma ameaça, precisamos averiguar as imagens - ele diz sério - Se tornar público pode arruinar com a reputação do edifício.

O homem me olha sério e após muito pensar decide me mostrar as imagens.

- Essas são as imagens de seu andar e da entrada do prédio - diz me mostrando os monitores.

Muitos minutos se passaram e nada foi encontrado. Absolumente ninguém passou pelo corredor. A pequena caixa simplesmente surgiu naquele local.

Aquilo não era possível. A única explicação plausível para isso é que hackearam o sistema de segurança do prédio. Não havia maneira de alguém entrar e sair sem ser visto pelas câmeras, elas não possuíam ponto cego e mostravam claramente todos os andares.

- Como essa caixa surgiu ali do nada? Parece algo sobrenatural - senhor Lycan diz.

Ele parecia desorientado sem entender o que poderia ter acontecido.

- Deus, será que o prédio está assombrado? Todos correm perigo aqui, todos! - Se afastava enquanto fazia o sinal da cruz se desesperando cada vez mais.

- Calma, senhor Lycan. Não é nada disso...

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Bjs ❤

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