Capítulo 9

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"Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que os outros."
A Revolução dos Bichos - George Orwell

- Você está tão linda minha filha. Tenho tanto orgulho de você, sabia? - disse mamãe.

Retribui-lhe com um sorriso. Estávamos lanchando juntas, coisa que sempre fazíamos, era como um ritual. Mamãe transmitia delicadeza com seus olhos azuis e seus cabelos loiros, a imaginava como uma princesa em minha infância. Enquanto Dom apresentava traços mais sérios, cabelo e olhos com um tom preto nunca já vistos. Infelizmente os cabelos pretos herdei deste homem, porém os olhos cor de mar de mamãe eram minha marca registrada.

- Luna, venha para meu escritório, agora - Dom apareceu na cozinha atrapalhando nosso momento, retirando-se logo em seguida sem esperar por uma resposta.

Me despedi de minha mãe, que me olhou tristemente. Levantei-me e dei um beijo em sua testa, e logo em seguida fui para a mesma direção que Dom. O escritório era o local de Dom, ele sempre se encontrava naquele cômodo e ninguém possuía permissão de entrar sem sua presença. As enormes armas pelas paredes chamavam a atenção de quem entrasse, além de uma enorme pintura do mafioso, atrás da mesa ao centro, a cadeira vermelha de Dom demonstrava o desejo de poder que o mesmo apresentava. Ao entrar em seu escritório percebi que ele estava sentado em sua mesa mexendo em alguns papéis.

- Diga - disse séria.

- Luna, tenho uma missão para você, desta vez irá sozinha. Um dos nossos foi traído pela própria esposa, para nossa felicidade esta já está morta, mas você terá que ir atrás do homem. O imbecil não conseguiu descobrir a localização do homem que o envergonhou.

- E pelo que parece nem mesmo você - disse.

- O que você disse, Luna? – disse quase gritando.

- Continue, preciso das informações para ir logo – respondi séria.

Ele pensou em dizer algo, mas desistiu e apenas respondeu:

- Além disso, sabe-se que ele frequenta muito a região norte da cidade - disse me entregando alguns documentos - Sua missão é descobrir sua localização e fazê-lo pagar pelo o que fez da pior forma possível.

- Certo - disse pegando os documentos e saindo pela porta.

Entrei em meu carro, após conseguir a habilitação o ganhei havia aproximadamente e meses, era uma Lamborghini preta de 5 mil cavalos. Comecei a pensar: a região norte era uma área pouco movimentada; ele frequentava a região, não morava; ou ele tem algum conhecido lá ou frequentava algum estabelecimento.

Precisava investigar na região, assim cheguei em alguns minutos. Comecei a observar as ruas, estabelecimentos eram raros nas redondezas, nada que poderia ser suspeito.

Percebi um bar pouco movimentado, o estabelecimento estava em condições precárias. O único sinal de que continuava funcionando eram alguns bêbados a sua porta e uma placa em neon com apenas algumas letras acesas. Um local bem suspeito para um homem daquela idade, que estava entre 40 a 50 anos.

Peguei minha arma e coloquei em minha cintura e cobrindo com a blusa, para não provocar suspeitas. Saí do carro indo em direção ao bar, entrei no estabelecimento que tinha cheiro de algo podre, misturado o odor de diversas bebidas e a cigarro.

Havia apenas um homem atrás do balcão e cinco fregueses pelo local. Dois deles pareciam bêbados o bastante para nem lembrarem de seus próprios nomes. Não reconheci nenhum dos fregueses, então fui em direção ao balcão.

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