My Green Eyes

Capítulo 36

SEM REVISÃO.

LEIAM AS NOTAS FINAIS, RS

good read!

***

Camila fazia sua maquiagem a frente do espelho, enquanto Sofia a observava atenta. A latina já estava devidamente vestida, de forma que se sentisse confortável e não sentisse frio, mas que estivesse totalmente estilosa. Pelo menos na mente dela.

Sinuhe e Alejandro não se sentiam confortáveis em deixar a filha sair para uma festa, não depois do fatídico acontecimento com a pequena. Por isso, subiram as escadas e bateram três vezes na porta do quarto da latina, a mesma sorriu e disse que ambos poderiam entrar.

O casal se acomodou na cama da filha e Alejandro iniciou com a palavra.

- Sabe, Kaki. É tarde demais para pedirmos que você fique em casa? - o mais velho lançou-lhe um olhar esperançoso, na qual Camila apenas suspirou pesadamente. O homem pediu que Sofia descesse para sala, onde na tevê, eram transmitidos vários desenhos. E assim que a garotinha saiu do quarto, ele voltou sua atenção a latina mais velha. - Entenda querida, nós só estamos preocupados, sabe? Tem sido difícil para mim, tanto como para sua mãe, conviver com o fato de que nossa filhinha sofreu... abuso. Não é algo que podemos considerar normal, por Deus! Isso nunca seria normal para ninguém. Mas nós só estamos tentando cuidar de você, e.. sinceramente, já falhamos uma vez na missão de protegê-la, quem dirá agora? - Sinuhe abraçava o braço do marido e o acariciava, como se lhe desses forças para proferir tais coisas. - No dia que.. no dia que nós soubemos do que aconteceu, eu me senti um péssimo, na verdade um horrível pai. Como eu pude deixar isso acontecer? Como eu pude achar aquele moleque estúpido um bom rapaz para você? Eu não consigo aceitar. E sei que na hora que você sair por aquela porta, eu não vou poder te manter debaixo das minhas asas e, cristo! Eu não vou poder impedir caso algo te aconteça! Poderíamos ter perdido você, Camila. Poderíamos estar de luto nesse exato momento, porque aquele maldito tinha uma arma, e ameaçou você, e tudo isso de baixo do meu nariz, e eu não vi. Eu sei que não sou muito presente sempre, mas você sabe melhor do que ninguém que eu faço o possível e o impossível para ficar em casa com você e com a sua mãe, e agora com a Sofi. Estou realmente orgulhoso da forma madura que você tem tratado esses assunto, mas não quer dizer que eu vá processar tudo isso com tamanha rapidez, só... - então as lágrimas que estavam sendo presas nos olhos de Alejandro, rolaram por suas bochechas. Camila se aproximou e se sentou ao lado do pai, Sinuhe ao outro lado, também chorando.

- Você é o melhor pai de todos, vocês são os melhores pais de todos. A culpa não foi de vocês, Deus! Longe disso. O senhor não pode e nem deve se martiriza por algo que o senhor nem sequer sabia. Eu sei que cometi o erro muito grande de não ter contado a vocês de imediato, mas eu estava com medo, Austin era meu primeiro namorado e eu nunca poderia imaginar que ele era aquele tipo de pessoa. Não é que eu esteja processando isso rápido, papá. Eu só percebi que não devo deixar de viver minha vida por causa disso, eu estou aqui, são e salva, e aquele babaca estúpido esta morto. Depois de tudo que aconteceu na minha vida, eu garanto ao senhor que ninguém vai conseguir me destruir de novo, nunca mais. - passou os polegares pelas bochechas do pai, limpando a humidade. - Você sempre será o melhor pai do mundo, independente de qualquer coisa. A culpa não foi sua, ouviu? Não pense mais nisso, vamos superar isso juntos, ok? Não está sendo fácil pra mim também, mas eu estou tentando me manter de cabeça erguida, para te mostrar e para mostrar para todo mundo, que é graças ao senhor e graças a senhora... - olhou para mãe e sorriu docilmente. - Que eu aprendi a ser tão forte e cabeça dura. Vai ficar tudo bem. - e então abraçou os progenitores, sentido todo o amor que era lhe dando através dos braços fortes do pai, e o carinho singelo em suas costas feito pela mãe.