SEM REVISÃO.
***
Abriram a porta da simplória casa e trocaram algumas palavras triviais uma com a outra, enquanto Sinuhe chegava da cozinha enxugando suas mãos em seu avental, franzindo o cenho ao vê-las de cabelos molhados e roupas diferentes cujo as quais tinham saído.
— Onde vocês estavam? — perguntou. Camila arregalou os olhos, quando Lauren fazia seu cérebro trabalhar rapidamente em busca de algo que convencesse a mulher.
— Estávamos, uh, ajudando um amigo nosso a lavar o carro. É isso. — respondeu, fazendo Camila rir fraco com a mentira. Sinuhe deu de ombros, confiava muito na pequena Lauren.
— Certo. Se precisarem de alguma coisa, estou na cozinha. — elas assentiram, subindo as escadas assim que a mulher sumiu de vista.
Em meio aos degraus, Lauren abraçou Camila pela cintura, dando-lhe beijos carinhosos nos ombros e na cabeleira úmida. Camila segurou suas mãos, se apertando ao corpo da maior, usufruindo da carícia. O nariz de Lauren passeou do ombro até o pescoço latino, sentindo o cheiro doce de sua garota. Era tão boa a sensação de tê-la ali consigo, de poder cuidá-la da forma que ela merecia.
POV Lauren.
Respirei fundo assim que a vi fechar os olhos e se entregar ao sono. Havia passado o dia inteiro com ela, e só me permiti sair do seu lado quando ela finalmente dormiu. Era complicado. Parecia muito confuso na minha cabeça tudo isso que Camila estava passando. Não querendo desmerecer a dor que ela sentia, isso jamais! Mas não é como se eu tivesse total conhecimento do que se passava nos pensamentos dela. Embora eu a conhecesse tanto, ainda não tinha adquirido os dons da telepatia.
Eu a beijei tanto hoje, a tive como minha. Porque era isso que ela era: minha. Como sempre deveria ter sido; sem Austin, sem Halsey, sem rixas e inimizade.
Sei que você deve se perguntar: por que sempre foi tão implicante com ela, Lauren?
Bom, eu não sei. É verdade que nunca fui a musa de criações de novas amizades, mas era quase que instintivo fazer algo para chamar a atenção de Camila. Mesmo que as vezes(lê-se: na maioria das vezes) não tenha sido uma experiência muito legal para ela. Sei que peguei pesado com a boneca recheada de minhocas e com o armário sujo de maionese, mas não me julgue! Eu era apenas um criança com grandes elevações de criatividade quando o assunto era outra criança. Sempre fui tão fascinada em tudo que ela fazia, e óbvio que omiti esse fato por muito tempo na minha vida, claro. As pessoas não poderiam saber que a garota que eu zoava tanto, também era minha paixão platônica.
Mas quando cresci, quando cheguei a ter uma pequena taxa de consciência e maturidade, eu cheguei a conclusão que não iria valer à pena. Então deixei de lado. Já não a atormentava mais, já não lhe pregava peças, já não tentava fazer de tudo para ela me notar(lê-se: odiar). É óbvio que tive que fazer uma última travessura para fechar com chave de ouro a minha implicância – desta até Bob participou, e eu consegui me livrar daquela cenoura ambulante que ela chamava de vestido.
Com todo respeito aos mortos. Mas Austin era míope ou algo parecido para não ver o nível do ridículo que aquele vestido atingia?
Homens.
Entrei em casa, correndo para o banheiro e deixando as roupas em qualquer canto antes de ir para o box. Deixei a água cair sobre o meu corpo enquanto minha mente me levava até a casa ao lado. Era difícil não levar em consideração tudo que aconteceu ontem, e não pensar que Camila estava passando por sérios problemas. Eu realmente quero ajudá-la, quero poder fazer ela esquecer o que quer que esteja lhe trazendo dor. Eu quero vê-la sorrir verdadeiramente de novo, nem que seja para me chamar de "capiroto dos olhos verdes", "secretária do diabo", "Lúcifer" e etc. De onde surge tanta criatividade para criar esses tipos de apelidos?
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My Green Eyes
FanfictionNa qual Lauren inferniza a vida de Camila. Mas oque ambas não sabiam, é que onde tem ódio, sempre tem amor.