Cap.64- Reencontro fora de série

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João

Acordei com a minha mãe a abrir as precianas do meu quarto, resmunguei uns minutos mas ela nem me ligou e saiu do meu quarto. Não entendi o porquê de ela me ter acordado tão cedo, mas enfim... Olhei ao telemóvel e vi que tinha uma mensagem da Sara a dizer que em meia hora estaria na minha casa para irmos ao shopping juntos, era o programa favorito dela.

Deixei todas as minhas preguiças na cama e fui até á minha casa de banho. Fiz o favor de me olhar ao espelho. Eu precisei mesmo desta mudança após terminar com a Bia, não aguentaria ficar naquele lugar nem mais um segundo, sabendo tudo o que aquele lugar me tinha dado, e claro, retirado da minha vida. Quando cheguei cá, o único que vi de bom, é que estava rodeado pela minha maior paixão desde criança, e passado uns dia entrei para os salva-vidas daqui, e comecei a trabalhar em contacto com novas pessoas e com aquilo que me faz descarregar boas e más energias, quando eu mais preciso. Apenas escovei os dentes, vesti uma roupa e fui em direção á cozinha.

Não estava ninguém na cozinha, a minha mãe e o meu pai devem ter ido trabalhar e o meu irmão deve estar a acordar de uma bela ressaca numa casa de uma desconhecida. Preparei um batido de manga, peguei numas fatias de bolo de ontem e comi porque estava a morrer de fome, e ir ás compras com a Sara tens que ir bem abastecido.

Por falar nela, a campainha toca e era ela. Cumprimenta-me com um beijo e entra. A Sara foi uma miúda que conheci na equipa de resgate, não ela nunca foi minha melhor amiga apenas senti uma pequena atração por ela e, na tentativa de esquecer a Bia, comecei a me dar com ela e uma simples atração levou a um namoro que faz quase três meses. Descrevendo-a psicologicamente, ela era divertida, forte e tinha dom natural para chamar á atenção. Eu tentava a cada segundo não a comparar com a Bia, mas era impossível, a Bia é tudo mais que ela, vai desde corpo até á própria paixão.

- Então estás pronto?- ela pergunta e eu afirmo, ambos nos dirigimos para o carro.

Conduzi em silêncio, apenas observava os horizontes algarvios enquanto não chegávamos. Nunca cheguei a contar á Sara sobre a Bia, ela é demasiado ciumenta e ia começar a achar que tudo o que estamos a viver juntos seja apenas uma ilusão e uma distração para a minha mente (talvez esteja mesmo).

Chegamos ao parque de estacionamento, e ela já começa a subir as escadas e a dirigir-se ás lojas. O meu papel neste encontro é segui-la, não sou o namorado carrega sacos nem o do tipo "deixa que eu pago", tenho coisas mais uteis que comprar a não ser sapatos e malas, coisas que ela já tem aos montes.

- Sara, eu vou á Adidas encontramo-nos na zona da comida.- eu digo e ela concorda enquanto perguntava á rapariga se tinha o tamanho dela.

Dirijo-me ao segundo andar, e por momentos eu não paralisei. Já não era a primeira vez que confundo alguém com a Bia, parece que de dez coisas que penso, oito são só sobre ela. Ela conseguia aterrorizar-me a cabeça, o fantasma dela ainda estava presente em mim mesmo que a quilómetros de distância, ela conseguia.

Quando cheguei á Adidas, foi preciso pelo menos dois minutos de reflexão sobre aquele cartaz. Não sei porquê, mas parecia-me já ter visto aquelas caras nalgum sítio. Mas formam só precisos mesmo esses dois minutos, porque depois eu lembrei-me em quem talvez pudesse ser. Corri para dentro da loja, dirigi-me a um funcionário no balcão.

- Desculpe, poder-me-ia dizer quem são os modelos no cartaz de entrada?

- Posso ver no computador.- ele diz e eu imploro- Bom, foram tirados no Porto e enviadas para praticamente todas as Adidas a nível Europeu, mas não fala quem são.

- Obrigado na mesma, já sei o que preciso saber.- eu digo e pego no meu telemóvel.

Com o mesmo tiro uma fotografia ao cartaz e envio para o Vicente que no minuto seguinte já me está a ligar.

Só tu e euOnde histórias criam vida. Descubra agora