Cap.67- Separar e voltar a juntar

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Edu

Acordei, e ao reparar que a Bia já não estava ao meu lado, foi o suficiente para eu começar a entrar em pânico, porque depois de tudo o que eu vi ontem, sei que a Bia está num estado que é completamente capaz de fazer algo para acabar com a própria vida. Peguei no meu telemóvel, reparei que a Bia me tinha mandado uma mensagem a dizer que iria apenas correr na praia e para eu não me preocupar, mas é obvio que fico preocupado, sabe-se lá se não lhe dá na cabeça a ideia de se afogar.

Parei com estes pensamentos, sei que a Bia está a passar um mau bocado, mas tenho confiança nela que não era capaz de simplesmente me abandonar, visto que eu também não ando nos meus melhores dias. Levantei-me e olhei para o sol que batia no sitio onde a Mari tinha dormido a noite passada, só por acaso, ela também já não estava lá, e isso levou-me a ir procura-la á cozinha.

Caminhei pelo corredor e encontrei-a no balcão da cozinha. Ela estava vestida apenas com um daqueles robes de seda, e apesar de não ter grande conhecimento sobre roupa e essas coisas, aquilo realmente lhe ficava bem.

- Bom dia!- eu falo um pouco mais animado, mas ela apenas me olha de lado e continua a fazer as coisas dela. Tentei ir ao encontro dela para lhe dar um beijo, mas ela desvia a cara.- Ok, podes falar-me porque é que estás assim?

- Tu queres mesmo que eu explique? Eu acho que já deverias saber o motivo.- ela fala normalmente mas eu continuo na mesma e isso leva-a querer explicar- Até poderia ser fofo a forma como tu e a Bia estavam na cama, eu em outras alturas acharia isso, mas eu realmente pensei e uni as peças.

- Que peças? Mas do que é que estás a falar?- eu falo confuso.

- Eu vi-te com a Bia hoje de manhã a agir como se estivessem apaixonados, e isso levou-me á conclusão de que tudo o que andas a fazer com ela e a forma como te andas a afastar de mim, leva-me a crer que as coisas entre nós não estão bem, Edu.

Fiquei completamente sem reação. Tudo, mas tudo o que tinha especulado, agora fazia sentido. Mas ao mesmo tempo, ela não tinha motivos para estar assim.

- Não entendo a razão de estares a dizer isso, Mari...- eu ia continuar a falar mas ela faz questão de me interromper.

- Edu chega de mentiras, diz-me a verdade...- ela fala com a voz mais calma do que tinha falado antes.

Se havia algo que não estava calmo, era eu. Sentia-me pronto a falar com a Mari de uma maneira que nunca tinha falado. Mas por muito que me custasse tudo o que estava prestes a dizer, isso tinha que ser dito, ela também precisava de levar com os meus sentimentos e a forma como me andava a sentir naqueles dias.

- Tu queres mesmo falar de verdades? Tudo bem. Tu por acaso contaste-me que tinhas aqueles amigos? Tu por acaso contaste-me que frequentavas aquele tipo de sitio que fomos ontem? Tu por acaso contaste-me sobre aquele rapaz, que por minha iniciativa, eu descobri?- eu falo já irritado e ela olha para mim perplexa com a última acusação- Exatamente, tu nunca me contaste nada sobre isso! E ontem eu só dormi com a Bia, porque a encontrei a cortar com uma faca os pulsos! E eu recuso-me a perder a Bia da minha vida, e mais do que nunca, ela agora precisa da nossa ajuda.

- As ligaduras que ela trazia no pulso...- ela fala pensativa e bastante baixo.

- Agora já te faz sentido? Faz-te sentido a maneira como eu agi perante ti? Que bom, porque se há uma coisa que não faz sentido é eu continuar contigo da forma como tu me mentes!- eu falo irritado pegando na minha blusa que estava na cadeira- Eu devo voltar tarde, não adianta me ligares nem fazeres o quer que seja, faz o que fizeste comigo durante estes meses depois de tudo o que te contei e a forma como me abri contigo, mantem em silêncio tudo aquilo que passaste...

Só tu e euOnde histórias criam vida. Descubra agora