Kim Taehyung - 22/02/2018
Seul - Coreia do SeulMeu corpo estava soado, minhas mãos tremiam, enquanto ouvia com certa dificuldade Stefany chamando pelo meu nome, com um semblante preocupado estampado em sua face.
Inclinei meu corpo, apertando a cintura da garota em busca de conforto, eu não suportava a ideia de relembrar meus momentos naquele lugar onde havia passado mais de metade de toda minha vida.
Senti suas pequenas mãos deslizarem por minhas costas e percebi meu rosto molhado, eu estava chorando.
Podia absorver novamente toda aquela dor e, por reflexo, cerrei meus punhos, apertando o moletom grosso de minha dona.
— Ei meu amor, me diz o que aconteceu. - pediu cautelosamente. — Eu estou ficando preocupada.
— Eu ... eu lembrei Stefany. - solucei. — Tudo o que aqueles homens fizeram comigo.
— O que eles fizeram com você Tae? - alisou meu cabelo. — Não tem como eu lhe ajudar sem saber do que aconteceu.
— Eu não gosto de me lembrar. - suspirei. — Mas você esta certa.
— Não quero lhe forçar. - sorriu fraco. — Se por um acaso não estiver pronto, eu irei respeitar o seu tempo.
— Você precisa saber, Stefany. - a encarei. — Eu tenho atualmente 22 anos. - suspirei. — Sempre morei na Coreia, mas antes de vir para Seul estive em Daegu, minha cidade natal ....
Daegu - Coreia do Sul
Abril de 2001 - 5 Anos"Estava sentando ao lado de Jackson, perto a uma macieira de nossa pequena vila. Ele havia ganhado um novo carrinho de brinquedo e, então, resolvemos nos encontrar para brincar.
O sol brilhava intensamente, nos aquecendo da pequena corrente de vento que nos cercava.
Me levantei para buscar o meu boneco do Iron-Man, quando senti uma mão agarrar meu pulso e me puxar para longe.
O rosto do homem estava coberto por um pano preto, deixando amostra somente seus olhos vermelhos.
— Graças a você seremos ricos! - comemorou. — Espero que esteja pronto para sua nova vida, garotinho.
Ao soar daquelas palavras pude sentir meu crânio latejar, ao ser jogado com força contra as portas de um carro cinza, aos poucos perdi completamente minha visão, apagando por completo e permitindo meu corpo relaxar.
Daegu - Coreia do Sul
Agosto de 2004 - 8 AnosAvistei Dr. Charles adentrar ao pequeno quarto, onde fios transmitiam alguma substância para minhas veias, pela terceira vez ao dia.
O homem sorriu maliciosamente, retirando seu chicote de cima da pequena mesinha, que se encontrava ao lado da porta de metal. Engoli em seco, sabendo o que aconteceria deste momento para frente.
Ele retirou com brutalidade os fios de meu corpo, e logo me virou contra cama, retirando minha camisa e a jogando longe e, então, pude sentir o ardor de sua "arma" contra minha pele fina.
Algo frio passou a escorrer por minhas costas, ao ver a mancha vermelha soube que estiva sangrando novamente.
1 ..... 10 ...... 15 ..... 20 chicoteadas.
Seul - Coreia do Sul
Setembro de 2016 - 20 AnosPude sentir o ar se esvair de meus pulmões ao passar de cada segundo. A filha de Dr. Charles estava a enforcar-me, com o desejo de me matar, o que de fato não seria ruim.
O que poderia ser pior do que este lugar imundo, onde diversos seres sobrenaturais são abusados todos os dias em troca de dinheiro e diversão?
Ao me largar, cai no chão tossindo e apoiando o peso do meu corpo sobre a mão. Encarei a garota, que logo chutou minhas costelas, me fazendo deitar enquanto gemia de dor.
Aquilo não estava sendo suficiente, pude ver a ansia por mais sofrimento esvair de seus olhos negros e como imaginado : ela havia pegado as correntes de ferro, encharcadas por veneno, logo as batendo contra meu corpo dolorido.
Não me permiti chorar, neste momento meu desejo era apenas a morte... Eu queria me livrar deste mundo e destas pessoas.
Seul - Coreia do Sul
Fevereiro de 2018 - 22 AnosDr. Charles me encarava furioso, enquanto segurava em suas mãos um calibre 38, pronto para desprender um tiro contra meu crânio, algo pelo qual havia esperado por exatos 17 anos.
Pude avistar o Mrs. Choi adentrar rapidamente ao recinto, cochichando algo ao ouvido do homem mais alto.
Ele me olhou e logo saiu porta a fora, sendo seguido pelo baixinho. Encarei o portão aberto e soube que aquela seria minha chance.
Apanhei vestes de zelador e sai cautelosamente do local, sendo encarando por algumas pessoas, mas sem interrupções.
Ao chegar a rua, corri rapidamente, enquanto podia-se ouvir as sirenes, indicando que eu havia fugido.
Apressei meu paço, mesmo com feridas espalhas pelo corpo.
Ao tropeçar, cai sentado em um beco enquanto sentia uma pontada forte em meu abdômen, levantei minha camisa e vi que os pontos dados semana passado estavam abertos.
Ao inclinar meu corpo, avisto uma garota. Seus curtos cabelos castanhos caiam sobre seus ombros com leveza, seu olhar era preocupado e um tanto apreensivo. Certamente não se era comum ver jovens com rabos e orelhas hoje em dia."
— E deste jeito você me encontrou. - inclinei a cabeça.
Em questão de poucos segundos senti os braços da garota rodearem meu corpo, em um abraço apertado.
Retribui seu carinho, a apertando contra mim enquanto inalava o cheiro de seu shampoo, que se assemelhava a chocolate.
Eu não queria a soltar, em poucos dias (para ser mais exato, 2) Stefany havia me prendido a ela com sua doçura. Uma garota de personalidade forte, mas doce na medida correta.
— Eu não tenho ideia do que lhe dizer. - afagou meu cabelo. — Quero que saiba que a partir de hoje, você me tem contigo. - sorriu. — Nunca mais vou permitir que lhe façam mal, Taehyung.
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My Hybrid - Kth
FanfictionStefany - 20/02/2015 São Paulo - Brasil "Primeira chamada para o voo da companhia "Azul" 01667 com destino a Portugal com escala no aeroporto de Lisboa. Por favor, dirijam-se ao portão de embarque." Ao soar dos auto-falantes desfiz o abraço com...