O suor escorria freneticamente por toda extensão do meu corpo, trazendo consigo a sensação de desconforto.
Me encaminhei ao pequeno banheiro, assim que encarei meu reflexo pelo espelho, avistei a corrente dada a mim no "sonho." Como isto teria acontecido?
Me despi e logo permiti que todos questionamentos vindos a mim se encaminhassem ao ralo. Apanhei a roupa deixada em meu "quarto" (provavelmente enquanto dormia) e me vesti.
Ao sair, me deparei com Dr. Charles escorado a parede enquanto me encarava. Não existia uma expressão concreta em seu rosto. Permaneci com minha postura firme, o que de fato lhe incomodou.
— Trouxe seu almoço, avisaram-me que a senhorita dormiu pela manhã inteira. - disse.
— Eu não estou com fome, obrigada. - sorri ironicamente.
— Escolha sua. - suspirou. — Fazer esta "greve de fome" apenas lhe prejudica, Stefany.
— Do que lhe importa? - o encarei raivosa. — Que eu saiba, você me quer morta de qualquer jeito. Estou facilitando seu trabalho.
— Não seja ranzinza, garota. - segurou firmemente meu pulso. — Eu teria lhe matado a partir do momento em que chegou aqui.
— Então mata, porra. - gritei. — Realmente acha que eu me importo?
— Eu tenho certeza. - me jogou contra a parede. —Você pode se fazer de forte, mas conheço perfeitamente seu ponto fraco. Odiaria que algo acontecesse ao seu querido Tae, certo? - riu amargamente. —Ou aos seus parentes, que estão no Brasil.
Não me permitiria abaixar a cabeça. Ele poderia sim machucar aqueles que amo, mas sei que nunca mataria nenhuma deles, especialmente o gato.
Em um simples ato, desferi um soco em seu rosto. O homem cambaleou, se apoiando a parede. Apenas seu olhar havia queimado minha pele. A cada passo, ele se aproximava enquanto eu me encolhia a parede.
— Você vai pagar caro por isso sua vadia. - apanhou uma Springfield XP - 9. - Achou mesmo que um soco me deteria?
Um tiro de raspão ultrapassou meu braço. Segurei seu pulso em uma tentava de retirar a arma de sua mão, que (felizmente) caiu a alguns metros da porta com acesso ao banheiro.
Uma pequena "luta" a mão acontecia entre eu ele. Senti meu corpo entrar em contato com o chão. Chutes eram deferidos em minhas costelas. Sangue escorria por minha boca, eu precisava alcançar seu armamento.
Em um piscar de olhos a paguei, um tiro foi dado ao seu joelho, fazendo o homem ir ao chão.
"Você não deveria ter pego esta arma, Stefany." Agora, infelizmente, era tarde para lamentações. A prendi em minha cintura, o homem puxou meu tornozelo fazendo-me ir ao chão.Chutei rapidamente seu rosto e segui para o banheiro, com apenas um soco, diversos pedaços do vidro estavam espalhados sobre a pia. Minha mão sangrava, mas simplesmente ignorei apanhando um dos cacos.
Meu pescoço estava sendo pressionado, o ar se esvaia de meus pulmões rapidamente.
— Você pode ser muito boa, Stefany - apertou fortemente. — Mas, se esqueceu que eu sou mais.
— Ouça o barulho do mosquito transmissor de ilusão. - ri com dificuldade. — Pode ser mais forte, mas sou mais esperta que você. Adeus, Charles. - enfiei o vidro em seu pescoço, atingindo a veia a principal.
Meu corpo foi jogado ao chão com brutalidade. Buscava o ar que havia sido retirado, tossindo diversas vezes.
Ao recuperar-me, ergui meu corpo do chão. O sangue do homem morto a minha frente manchou minhas roupas. Que droga.
Chutei seu corpo e passei pelo mesmo, me encaminhando a cama. Precisava descobrir o que estaria ali.
Procurei pelo "buraco" descrito por Tae, ele estava ali, coberto por um pequeno pedaço de carpete marrom. O retiro do lugar, uma faca dourada estava no lugar, acompanhado por diversas chaves que me daria acesso ao lado de fora.
Apanhei os objetos, mas antes mesmo de sair, muitos seguranças invadiram o local. Saquei a arma desferindo alguns tiros, eu poderia ser morta neste exato momento por não estar usando nem mesmo um colete.
Apanhei o armamento pesado sobre a plataforma de madeira. Alguns estavam com seus corpos jogados ao chão. Senti uma pontada forte, meu ombro sangrava intensamente, causando uma dor horrenda.
Estava encurralada, mas algo me dizia que este não seria o meu fim. Eu estava certa. Os capangas foram de encontro ao chão, liberando meu campo de visão que foi preenchido pela imagem de Andrew.
Sorri em sua direção e o abracei rapidamente, havia sentido tanto a sua falta.
Deixamos o local, passando despercebidos pelas câmeras do local. Chegamos a uma porta vigiado por dois seguranças.
— Abram a porta. - ordenou meu primo. — Os homens estão mortos, não existe nenhum perigo por enquanto.
Todos assentiram. Assim que tive a visão do interior, encontrei Tae e os Kim amarrados a cadeiras de ferro, com mordaças em suas bocas.
Corri rapidamente em direção ao meu gato, o soltando rapidamente. Seus olhos brilharam ao encontrar-se com os meus, sorri e o puxei para um beijo necessitado. Ao nos separamos, o garoto dirigiu seu olhar aos meus machucados (um tanto quando evidentes).
— O que aconteceu? - fitou meu ombro. — Meu Deus, você esta muito ferida.
— Isso não importa, temos que sair daqui. - fitei Andrew. — Você cuida de tudo por aqui, certo?
— Claro. - selou minha testa. — Lhe vejo em breve, irei mandar levar todos vocês ao encontro de Charlotte, ela vai cuidar de todos os seus machucados.
Apenas assenti e retirei os garotos daquele lugar. Alguma agentes retiravam o corpo dos capangas de todo o local. Estes homens finamente receberiam sua sentença na prisão.
Adentrei ao carro que me aguardava, mas antes cumprimentei Kwan, o motorista da agência.
Relaxei meu corpo no banco de couro, enquanto os três me encaravam com sobrancelhas erguidas, eu quem deveria estar deste jeito.
— O que foi? - ri. — Eu que deveria fazer pergunta a vocês. - suspirei. — Como este colar veio parar em meu pescoço, Taehyung?
— Criei uma conexão com você, desde o dia em que nos beijamos. - suspirou. — Durante a noite, usei todas minhas forças para me conectar a ti, Charles queria lhe torturar, havia algo sobre você que ele sabia e isto era uma ameaça. - me fitou seriamente. — E o que aconteceu aqui?
— Existem algumas coisas sobre mim que vocês não sabem, meninos. - encarei a janela. — Eu sou uma agente secreta do governo sul-coreano.
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My Hybrid - Kth
FanfictionStefany - 20/02/2015 São Paulo - Brasil "Primeira chamada para o voo da companhia "Azul" 01667 com destino a Portugal com escala no aeroporto de Lisboa. Por favor, dirijam-se ao portão de embarque." Ao soar dos auto-falantes desfiz o abraço com...